Virgílio pede que governo pare com "oba-oba" sobre campo gigante de petróleo
O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), sugeriu ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que pare com o "oba-oba" em torno da descoberta de uma nova jazida gigante de petróleo na bacia de Santos e comece a falar sério a respeito do assunto. Ele disse que isso seria um grande passo para o Brasil crescer e que esse "oba-oba" do governo fez alguém ganhar dinheiro com as ações da Petrobras.
- Fico espantado com a forma que o governo cria factóides para ludibriar a opinião pública. Do jeito que foi vendido, parece que o petróleo era para amanhã, mas vai demorar no mínimo sete anos para extrair algum petróleo. Somente para construir as plataformas, serão necessários US$ 40 bilhões, fora o restante da logística. Não é coisa para este governo ou para o sucessor. Vamos falar sério - afirmou.
Segundo Virgílio, o tipo de petróleo encontrado no campo gigante é o chamado pré-sal e é muito caro extraí-lo devido à profundidade. Para que seja economicamente viável, prosseguiu o senador, seria necessário que o preço do barril se mantivesse em US$ 100, o que seria insuportável para a economia mundial. Ele também criticou o cancelamento do edital de licitação de áreas próximas ao campo de Tupi.
O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) disse, em aparte, que o governo está desrespeitando o marco regulatório ao afastar as empresas privadas da licitação no campo de Tupi. Ele também colocou sob suspeita o forte movimento especulatório com as ações da Petrobras e disse que é preciso passar um "pente fino" nessas operações para saber quem lucrou com a valorização de 17%.
O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) disse que o anúncio festivo da descoberta não passou de marketing para desviar a atenção do apagão energético e da crise do gás. Ele também quer saber quem ganhou com a especulação na Bolsa de Valores.
Arthur Virgílio disse também que apresentou requerimento de convocação do ministro da Defesa, Nelson Jobim, e dos dirigentes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), da Empresa Brasileira de Infra Estrutura Aeroportuária (Infraero), da TAM, da Gol e da Nova Varig, para prestarem esclarecimentos sobre os constantes atrasos e cancelamentos de vôos em todo o país.
- Perdi definitivamente a paciência com isso. Quero soluções, saídas sistêmicas e sérias para esses problemas - afirmou.
O senador ainda alertou os adversários para que não percam tempo tentando cooptar senadores do PSDB para que votem favoravelmente à prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Ele afirmou que o partido vai votar unido e disciplinadamente, de acordo com a orientação da liderança do partido, tanto na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) quanto no Plenário.
- Não temos chefe no partido. No PSDB não temos Aiatolá. Temos companheiros. Aiatolá aqui não. Nem vem que não tem - concluiu.
12/11/2007
Agência Senado
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