Walter Pinheiro sugere votação de projeto que está na CCJ para resolver questão do FPE
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador Walter Pinheiro (PT-BA) se reuniram na manhã desta quinta-feira (13) na tentativa de encontrar uma saída para os novos critérios de distribuição do Fundo de Participação dos Estados (FPE). O projeto que havia sido aprovado em abril pelo Senado foi rejeitado na noite de quarta-feira (12) pela Câmara dos Deputados e será arquivado. Com isso, a polêmica sobre o novo rateio do fundo continua, pois o prazo estendido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para resolver a questão termina em 23 de junho. Segundo Walter Pinheiro, uma das soluções possíveis é tentar aprovar um projeto de lei que está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado (CCJ) e que estava tramitando em conjunto com o PLS 192/2011, rejeitado pelos deputados:
– Essa proposição está na CCJ. Sugeri ao Renan que nós apreciemos a matéria para enviarmos já na terça-feira à noite para a Câmara dos Deputados a fim de que eles façam uma segunda avaliação do assunto - explicou.
Walter Pinheiro foi o relator do PLS 192/2011 enviado à Câmara. Segundo ele, na conversa com Renan ficou clara a intenção de evitar que o assunto acabe novamente no Judiciário.
– Estivemos reunidos desde 7h30 tentando construir uma solução para não termos que recorrer ao Judiciário, na tentativa de ampliar prazo novamente ou coisa do gênero – afirmou.
Proposta rejeitada
Walter Pinheiro voltou a defender a proposta relatada por ele e aprovada no Senado:
– Era uma proposta que atendia uma solicitação do STF e mantinha as receitas dos estados, ajustando-as ao que eles já tinham projetado em seus Planos Plurianuais (PPAs) - opinou.
Entre os parlamentares, é consenso a necessidade de se evitar que o Supremo dê a palavra final sobre o assunto. O senador José Agripino (DEM-RN) lamentou a derrubada do projeto na Câmara e acredita que, com esforço, ainda haja tempo de se evitar que o tribunal se manifeste novamente sobre o assunto.
Já o líder do PSDB, Aloysio Nunes (SP) informou que a oposição vai ajudar na busca de uma solução:
– Depois o Congresso fica reclamando do ativismo judicial, mas não votamos nada. No que depender da oposição, vamos contribuir para uma saída para o problema – disse.
A proposta do Senado foi derrubada na Câmara na noite de quarta-feira. Para aprová-la, seriam necessários 257 votos, mas foram registrados apenas 218 favoráveis. Houve 115 votos contrários ao projeto. Logo após a votação, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, disse que uma das possíveis alternativas seria pedir mais tempo ao STF. Ele afirmouque vai conversar com os líderes partidários, com o governo e com o Senado para discutir o que será feito.
Disputa antiga
A polêmica sobre o FPE começou em 2010, quando os estados do Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Goiás contestaram no Supremo os coeficientes aplicados para dividir o dinheiro. O STF deu prazo para que o Congresso mudasse os critérios até 2012, o que não aconteceu. Em razão da dificuldade de acordo, os parlamentares pediram mais tempo, e a Suprema Corte deu prazo até 23 de junho deste ano.
A dependência de alguns estados ao fundo é grande. Em 2012, o FPE distribuiu cerca de R$ 50 bilhões, sendo que 85% foram para os estados do Nordeste, do Norte e do Centro Oeste. O restante foi para o Sul e o Sudeste.
De acordo com o aprovado no Senado, os coeficientes atuais permaneceriam vigentes até 31 de dezembro de 2015. Depois, o montante a pagar em cada ano seguinte seria corrigido pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) e por 50% da variação do Produto Interno Bruto (PIB) do ano anterior em relação ao que for usado como base de cálculo. Sistemática semelhante é usada para a correção do salário mínimo. Assim, a variação do PIB de 2014 em relação a 2015 seria paga em 2016.
13/06/2013
Agência Senado
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