Zambiasi propõe reforma de regimento da Assembléia









Zambiasi propõe reforma de regimento da Assembléia
Mudança teria objetivo de fortalecer comissões permanentes

O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sérgio Zambiasi (PTB), anunciou ontem a formação de uma comissão para examinar a reforma do regimento interno da Casa.

De acordo com Zambiasi, um dos objetivos da reforma é fortalecer o papel das comissões técnicas permanentes, encarregadas de examinar proposições e discuti-las com a sociedade.

Uma das possibilidades estudadas pela Mesa da Assembléia é de que as comissões passem a ter, em alguns casos, poder terminativo. Isso significa que esses órgãos, compostos por 12 deputados e responsáveis pelo exame de todas as matérias que cumprem tramitação regular no Legislativo, poderiam tomar decisões com força de lei. A possibilidade é aberta pela Constituição Estadual, mas nunca foi regulamentada. Hoje, apenas o plenário, as comissões representativas (que funcionam em período de recesso) e a Mesa Diretora têm poder terminativo na Assembléia.

Outro tema a ser examinado na reforma do regimento é o funcionamento das CPIs. No ano passado, o deputado Valdir Andres (PPB) chegou a propor a inclusão de artigos no regimento para assegurar condições mais tranqüilas para as apurações. A proposição ocorreu depois do encerramento da CPI da Segurança Pública, que provocou atritos entre governistas e oposicionistas.

Andres assumirá às 14h de hoje a 1ª vice-presidência da Assembléia, em substituição a Francisco Appio (PPB). A mudança ocorre por acordo no interior da bancada pepebista. Se Zambiasi se licenciar do cargo de presidente para concorrer ao Senado, como tem afirmado, Andres passaria a presidir o Legislativo até janeiro de 2003.

– Quero seguir à risca as tradições desta Casa – declarou Andres.


Deputado apresenta proposta para Previdência
João Luiz Vargas sugere fundo transitório financiado por contribuições de servidores e pelo Estado

O deputado Otomar Vivian (PPB) apresenta hoje à Assembléia Legislativa um anteprojeto que aponta soluções para a crise do Instituto de Previdência do Estado (IPE).

O texto foi elaborado pelo deputado João Luiz Vargas (PDT), relator da comissão especial instituída para tratar do tema em agosto do ano passado, sob a presidência de Vivian. Uma das principais propostas é a transferência de ativos de empresas estatais para o Instituto de Previdência do Estado (IPE) (veja quadro). O relatório terá de ser apreciado e votado pela comissão especial.

Segundo o relatório, o fundo previdenciário pode ser capitalizado pela transferência ao IPE de ativos como créditos decorrentes de empréstimos e financiamentos concedidos à Ford e à GM, estoque da dívida ativa em cobrança judicial, imóveis do Estado, doações e participações acionárias do Estado no Banrisul, na Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), na Companhia Rio-grandense de Mineração (CRM) e na Companhia de Processamento de Dados do Estado (Procergs). O fundo também receberia a receita da contribuição mensal de servidores ativos e inativos e pensionistas, correspondente a um percentual indefinido sobre a folha de pagamento. Finalmente, o sistema receberia incorporação de ativos líquidos do IPE, contribuições e doações de servidores e pensionistas e créditos junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Estima-se que seriam necessários R$ 12 bilhões para a constituição do fundo. O deputado Cézar Busatto (PPS) calcula que a transferência de ativos do Estado representaria um acúmulo de R$ 10 bilhões para o caixa do IPE, equivalentes a cerca de 80% do necessário:
– Seria o suficiente para dar uma solução estrutural para o sistema previdenciário.

O relatório insiste na necessidade de garantir a independência financeira do fundo em relação ao Estado. De acordo com o texto, o cuidado tem o objetivo de evitar que recursos sejam “desviados para suprir deficiências de caixa ou canalizados para atividades de investimento”.

Uma outra comissão, formada por representantes dos três poderes e que trabalhou de 2000 a 2001, havia proposto a criação de dois fundos: o permanente, para custeio do sistema previdenciário, e o chamado Fundo Transitório, que seria capitalizado por meio da contribuição de servidores e do governo do Estado durante 12 anos e serviria para cobrir o déficit do IPE. Pela proposta, os aposentados contribuiriam apenas para o Fundo Transitório. Segundo o relatório de Vargas, a repercussão financeira desses fundos cobriria apenas 50% do déficit do IPE e seria, portanto, uma solução “paliativa”.

Vivian espera receber outras sugestões dos parlamentares antes de levar a matéria à votação na comissão especial, no dia 26. Depois, o texto segue para o plenário da Casa. Se for aprovado, será remetido ao Palácio Piratini como uma sugestão do Legislativo para solucionar a crise do IPE.
A participação da Assembléia no processo de discussão do projeto foi solicitada pelo governo, depois do encerramento dos trabalhos da comissão dos três poderes, em 2001. O presidente do IPE, Luiz Henrique Mota, tem afirmado que a iniciativa faz parte da estratégia do Executivo para obter a aprovação de uma proposta para a instituição.


Dirceu diz que PT pode ser considerado de centro
Para o presidente da sigla, os radicais já foram derrotados

O presidente nacional do PT, deputado José Dirceu (SP), disse ontem que o partido já pode ser considerado uma legenda de centro por ter derrotado as tendências radicais petistas e assumido um discurso moderado.

Essa foi a resposta do presidente do PT àqueles que condenam a aproximação do PT e do PL, como os dirigentes petistas Plínio de Arruda Sampaio e Valter Pomar, e aos liberais da Igreja Universal do Reino de Deus, entre eles o deputado Bispo Rodrigues (PL-RJ), que exige do eventual parceiro uma linha programática mais moderada.

Ontem, estava previsto um jantar na casa de Rodrigues que visava a vencer as resistências da ala evangélica, liderada pelo bispo Edir Macedo, à formalização de uma aliança. Foram convidados o candidato do PT à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva, Dirceu e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto (SP).

Ao desembarcar em Brasília, Lula também reagiu às críticas de petistas à coligação PT-PL:
– Se o Brasil inteiro pensasse como Milton Temer (deputado carioca), o PT estaria na mesma situação delicada do partido no Rio, que foi reduzido a nada. No fundo, essas pessoas que criticam a aliança com o PL não querem ganhar a eleição.

Segundo o candidato do PT, o PL já está articulando uma aliança com os petistas e conhece o discurso do partido.

Para neutralizar a ofensiva do governador Anthony Garotinho contra a aproximação do PL e do PT, Dirceu usa como argumentos a mudança da linha política do PT e a megaestrutura de palanques do partido nos Estados:
– Nós já fomos para o centro há muito tempo. O PT tem muito mais palanques com candidatos fortes nos Estados do que o PSB.

Para ele, Rodrigues usa um “falso argumento” ao defender a “moderação” do discurso petista.
– O programa petista já é de centro-esquerda – rebateu.

No PL, a polêmica sobre a relação entre coligações e ideologias também provocou reações.
– Nosso partido e nosso programa são de centro-esquerda. As pessoas tendem a nos confundir com o PFL, mas isso não é verdade – disse Costa Neto.

O deputado Padre Roque Grazziotin, da recém-criada tendência Pólo de Esquerda, disse que não vê problema religioso na aproximação com a Igreja Universal do Reino de Deus, mas faz restrições políticas ao PL.

– Não sei qual é o projeto do PL. Não se trata apenas de ganhar eleiç


Artigos Relacionados


Jarbas Vasconcelos propõe reforma profunda do Regimento do Senado

Valadares propõe Assembléia Constituinte para tratar da reforma política

Osvaldo Sobrinho propõe Assembléia Constituinte para discutir reforma política com exclusividade

Aprovadas alterações no Regimento Interno da Assembléia

Pavan diz que proposta de Subcomissão atropela o Regimento Interno da Assembléia

Deputado quer readequar regimento da Assembléia para processar governador por crime de responsabilidade