ACM PROPÕE A JADER QUEBRA DE SIGILO E EXAME DE PATRIMÔNIOS PELO SENADO



O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, anunciou nesta segunda-feira (dia 3) que pretende propor ao senador Jader Barbalho (PA), presidente do PMDB, a quebra do sigilo bancário de ambos e a criação de uma comissão especial, formada por cinco parlamentares, que teria como objetivo examinar o patrimônio de ambos e a forma como foram construídos. "Eu acho que nenhum presidente do Senado ou da Câmara pode ser questionado, sobretudo em sua honra, em sua dignidade", explicou o senador.
Antonio Carlos lembrou que na última quarta-feira o senador Jader Barbalho questionou "em alto e bom som" sua honestidade e seriedade e, na sexta-feira, acusou-o, em nota, de ser corretor da OAS e sócio do ex-senador Gilberto Miranda. Antonio Carlos disse que não tem o propósito, como presidente do Senado, de ficar polemizando, mas observou que os fatos precisam ser esclarecidos.
- Acho indispensável, para que eu tenha autoridade, que demonstre minha honestidade e que meus acusadores façam o mesmo.
Antonio Carlos propôs que os partidos indiquem representantes para uma comissão especial, integrada por cinco parlamentares, um do PMDB, um do PFL, um do PSDB e dois do Bloco de Oposição, para investigar o assunto, sem precisar da criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI). Essa comissão analisaria as movimentações bancárias e patrimoniais de Antonio Carlos e Jader. Outra possibilidade, admitida pelo presidente do Senado, é submeter a questão à Comissão de Ética da Casa.
- Quero provar mais uma vez que sou honrado, e quem me atacou deve fazer o mesmo, pois se apresenta ao Senado como líder de um partido e pretendente a uma presidência - afirmou o senador.
Antonio Carlos entende que o presidente do PMDB também tem que abrir seu sigilo bancário e os seus bens, mostrando como foram adquiridos. O senador disse ainda que Jader precisa, "se conseguir fazer isso", desmentir mais de 250 notas de jornal, que tem em seu poder, "e que levantam dúvidas sobre sua seriedade".
O presidente do Senado disse que se sente obrigado a fazer esses esclarecimentos e mostrar o contrário das afirmações feitas por Jader sobre ele. "Talvez ele tenha mais ligações com a OAS do que eu", acrescentou. Ele disse que pretende fazer um pronunciamento sobre a questão até a próxima quarta-feira.

03/04/2000

Agência Senado


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