ACM REAGE A NOTA E RECEBE APOIO DE HÉLIO BICUDO À CPI DO JUDICIÁRIO
O senador Antonio Carlos Magalhães reagiu à nota de presidentes de Tribunais de Justiça que aconselha os magistrados a não comparecerem à CPI do Judiciário, afirmando que "os juízes que fugirem estarão dando demonstração de corrupção e nepotismo". Ainda nesta segunda-feira (dia 5), a assessoria do presidente do Senado divulgou, com autorização do autor, carta de apoio à CPI assinada pelo jurista e ex-deputado Hélio Bicudo, que vê na comissão a concretização de seus esforços para fazer a reforma do Judiciário (veja a íntegra em seguida).Antonio Carlos esclareceu que a convocação de magistrados pela CPI só ocorrerá se necessária.- Não temos pretensão inicial de convocar, porque já temos provas evidentes de corrupção de juízes, e também de construção de prédios suntuosos com desvio do dinheiro público, como o Fórum de São Paulo - afirmou.O senador informou ter sido procurado por "juízes de bem que se ofereceram para depor na CPI, porque querem uma Justiça correta, sem corrupção, sem nepotismo, e ágil", e acrescentou que já se considera recompensado com a repercussão alcançada por sua iniciativa.- Fico com as manifestações que me têm chegado, dos mais ilustres brasileiros e do povo do meu país, que querem modificações imediatas na Justiça, porque ela está perdendo sua categoria em função de alguns corruptos e de outros que não querem trabalhar. A Justiça, quando funciona, é para os ricos, e por isso temos que mudar, e já estamos conseguindo: a nossa fala, a nossa proposta de CPI, só isso já foi suficiente para intimidar os corruptos e os corporativistas que vieram se reunir em Brasília - afirmou. CARTAEis a íntegra da carta de Hélio Bicudo a ACMSão Paulo, 31.08.99Prezado Senador e amigo Como o ilustre amigo sabe, há muitos anos venho discutindo a necessidade de termos uma reforma do Poder Judiciário, de sorte a democratizá-lo, aproximando-o, ademais, do povo, do qual se acha distanciado. Nesse sentido, quando deputado federal, apresentei projeto de emenda em 1991, exatamente com o intuito de provocar uma discussão aberta, para que, afinal, se colhessem os resultados que poderiam permitir a construção de um novo Judiciário, mais democrático e mais ágil.Ao fim de quase dez anos, a instauração da CPI proposta pelo Senador, além dos frutos próprios que irá propiciar, está empurrando para frente a reforma do Judiciário. O que não se fez, passado tanto tempo, começa a se fazer agora, graças à sua vontade, que espelha a vontade da sociedade civil como um todo.Diga-se o que se disser, o Brasil e, sobretudo, essa parcela de nosso povo, tão excluída, ficará devendo ao Senador Antonio Carlos Magalhães mais esse serviço, com a esperança de que, num futuro próximo, possamos contar com juízes abertos à verdadeira realização da Justiça.O meu abraço.Cordialmente,Hélio BicudoP.S.Sobre o assunto, redigi um artigo que enviei à Folha de S. Paulo. Se publicado, enviarei uma cópia ao amigo.
05/04/1999
Agência Senado
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