ADEMIR DIZ QUE CASOS COMO O DA ENCOL SOLAPAM INSTITUIÇÕES E ORDEM PÚBLICA



O senador Ademir Andrade (PSB-PA) afirmou hoje (dia 29), em plenário, que "a vida fácil e tranqüila do dono da Encol e a situação maravilhosa de seis diretores da construtora, cada um com duas a três empresas", contrapostas ao desespero de 42 mil mutuários e 12 mil funcionários, são um convite ao desrespeito às instituições e uma "verdadeira quebra, por cima, da ordem estabelecida". Ele pediu a transcrição, nos anais da Casa, de matéria publicada na revista Veja, intitulada "A usina de falcatruas da Encol".

O quadro, na opinião do senador, exige que o governo aja rápido para deter uma crise de conseqüências imponderáveis sobre o setor imobiliário no seu conjunto e não alegar que os mutuários querem "fazer um saque ao Tesouro", como o teria dito o presidente da Caixa Econômica Federal, Sérgio Cutolo. Por outro lado, acrescentou, a Justiça não pode continuar garantindo a impunidade e o usufruto de bens "adquiridos através de atos lesivos à lei, aplicados contra os menos avisados".

Ademir Andrade afirmou que, até agora, nenhum dos responsáveis pela bancarrota dos bancos Nacional, Econômico e Bamerindus foi parar na cadeia ou teve seus bens confiscados, como garantiu o presidente da República ao instituir o Proer.

- Como dizer que o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e os policiais militares desrespeitam as instituições, como se alega, diante da impunidade dos que se colocam acima da lei e da ordem? - questionou.

Presidente da Comissão de Assuntos Sociais, Ademir Andrade anunciou que, na próxima terça-feira (dia 2), às 17h, a comissão realiza audiência pública com a presença dos presidentes da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, Sérgio Cutolo e Paulo César Ximenez, respectivamente, do do presidente da Associação dos Mutuários de Imóveis da Encol, Charles Beltier, e de um representante dos trabalhadores da construtora. O senador espera que, na reunião, sejam apresentadas alternativas de solução para dar continuidade às obras paralisadas da Encol em todo o país.

29/08/1997

Agência Senado


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