Ala pró-Olívio se divide sobre vice de Tarso









Ala pró-Olívio se divide sobre vice de Tarso
Grupo de Rossetto mantém sua candidatura, e tendências menores lançam nomes

A ala que apoiou a candidatura do governador Olívio Dutra à reeleição pelo PT está dividida em relação à indicação do candidato a vice-governador da sigla.

Entre os simpatizantes de Olívio, pelo menos dois candidatos – o deputado estadual Ivar Pavan e o secretário da Habitação, Ary Vanazzi – sonham com a vaga, almejada também pelo vice-governador Miguel Rossetto.

A divisão é provocada pelo descontentamento das correntes minoritárias da ala pró-Olívio com a atuação da Democracia Socialista, grupo de Rossetto e principal pilar da atual gestão. No debate interno, a Ação Democrática, de Pavan, e a Articulação de Esquerda, de Vanazzi, responsabilizam a tendência do vice-governador pela derrota na prévia do dia 17 para Tarso Genro, prefeito de Porto Alegre.

– A Democracia Socialista tem dificuldade enorme de fazer autocrítica – diz um secretário de Estado, que pede para não ser identificado.

Uma das áreas sob o comando do grupo de Rossetto que sofre mais críticas é a Secretaria do Desenvolvimento e Assuntos Internacionais (Sedai). O titular da pasta, Zeca Moraes, integra a Democracia Socialista. A secretaria conduziu a tentativa de renegociar contrato assinado pelo Estado na gestão do ex-governador Antônio Britto (PPS) com a montadora Ford, que culminou com a transferência do grupo para a Bahia.

As candidaturas de Pavan e Vanazzi não são o único obstáculo no caminho de Rossetto. O PT Amplo e outras cinco correntes que apoiaram Tarso já manifestaram preferência pelo ex-prefeito da Capital, Raul Pont, também da Democracia Socialista, para vice-governador.

Ontem à tarde, um e-mail defendendo a candidatura da secretária da Educação foi enviado à imprensa em nome de um certo Wanderlei Kamir. Lucia Camini pertence à Articulação de Esquerda e esteve na reunião que indicou Vanazzi.

Paralelamente, o secretário de Administração, Marco Maia, lançou ontem Olívio como candidato a vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva.

– Creio que o governador tem densidade eleitoral suficiente para compor a chapa majoritária ao lado de Lula – disse Maia.

Para concorrer, o governador teria de se licenciar do cargo. Embora Maia não admita, a conseqüência é óbvia: com o afastamento de Olívio, Rossetto teria de assumir o governo e desistir de disputar cargo eletivo em outubro. A hipótese é afastada pelo grupo do governador.

Apesar das resistências, a candidatura do vice à reeleição tem o aval de setores importantes, como a Esquerda Democrática, do chefe da Casa Civil, Flávio Koutzii, os ex-integrantes do PDT, capitaneados pelo vice-presidente do Banrisul, Sereno Chaise, e de sua própria corrente, encabeçada por Pont. O prefeito de Gravataí, Daniel Bordignon, ex-integrante da Democracia Socialista e um dos artífices da vitória de Tarso na prévia, também avalizou a candidatura de Rossetto. Outros grupos pró-Olívio, como o Fórum de Ação Socialista, da deputada estadual Cecilia Hypolito, devem apoiar sua indicação.

– Temos convicção de que o vice será Rossetto, por ser o nome mais consistente para o cargo – afirmou Koutzii, que se encontrou ontem com Tarso.

O encontro que definirá o candidato a vice será realizado nos dias 6 e 7 de abril. Nessa data serão definidos também os candidatos do PT ao Senado.


Ex-pedetistas apóiam reeleição
Os mais de 300 ex-pedetistas filiados ao PT e integrantes da corrente Unidade Socialista abriram ontem seu apoio à reeleição de Miguel Rossetto para o cargo de vice-governador.

O grupo não elegeu delegados ao encontro estadual que definirá o vice, participando apenas com observadores. O vice-presidente do Banrisul, Sereno Chaise, líder do grupo, acredita que Rossetto tem preparo, autoridade e é a pessoa mais “enfronhada” nos problemas administrativos do Estado:
– O vice-governador pode prestar uma inestimável colaboração ao futuro governo.

Sereno ainda acredita que em termos eleitorais Rossetto poderá ter um peso importante para o PT. Os integrantes da Unidade Socialista não votaram na prévia realizada no domingo porque ainda não tinham um ano de filiação ao partido. Ontem, Sereno lembrou que o grupo já completou o período exigido para ter direito a voto.

– Agora já somos estrelas de cinco pontas – brincou o vice-presidente do Banrisul.


Simon resiste às pressões para disputar o Piratini
Apesar da pressão dos peemedebistas gaúchos, o senador Pedro Simon afirmou ontem que não é candidato a governador e que apóia o nome do deputado Germano Rigotto.

Seus companheiros, porém, ainda acreditam que Simon aceitará disputar o Palácio Piratini diante dos últimos acontecimentos, que praticamente definiram que o partido não terá candidatura própria à Presidência e será parceiro do PSDB na disputa.

– Por enquanto, apóio o nome do Rigotto (deputado Germano Rigotto). Não quero esfriar a candidatura dele – disse Simon, logo após um encontro com o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia (PMDB), em seu gabinete, em Brasília.

Com a desistência do governador de Minas Gerais, Itamar Franco, de disputar as eleições presidenciais, Simon passou a ser pressionado também pelo grupo oposicionista do partido a reapresentar sua candidatura ao Planalto. Simon, que havia desistido para apoiar Itamar, admitiu ontem analisar o assunto. A hipótese é remota porque a aliança com o PSDB já está fechada.
Hoje, o senador sequer conseguiria o apoio do PMDB gaúcho, que deseja vê-lo disputando o cargo de governador. O PMDB gaúcho analisa que se Simon não for candidato no Estado, a sigla enfrentará dificuldades para eleger deputados federais e estaduais, ficando com bancadas reduzidas na Câmara e na Assembléia. Há ainda o temor de que muitos peemedebistas possam apoiar Antônio Britto, do PPS, numa eventual candidatura ao Palácio Piratini.

– Internamente não há restrições a Germano Rigotto, mas é uma candidatura que não está consolidada na opinião pública – disse um peemedebista gaúcho, logo após encontro com Simon.
O argumento de que o partido terá prejuízos eleitorais foi apresentado ontem para Simon durante reunião com um grupo de deputados federais, quando o senador teria reiterado que não pretende disputar o governo. A pressão sobre Simon tem se intensificado nos últimos dias. O senador tem recebido no seu gabinete delegações de prefeitos do Interior, que apóiam sua candidatura.

– Simon é o nome mais agregador. O PMDB foi solidário com ele até agora. Está na hora do Simon ser solidário com o PMDB – afirmou na terça-feira o presidente do PMDB gaúcho, deputado Cezar Schirmer.

Com a formalização da aliança PSDB-PMDB, Simon é um dos alvos de tentativas de aproximação de líderes tucanos, incluindo aí o próprio candidato presidencial, José Serra. O senador do PSDB telefonou para Itamar na sexta-feira, e o presidente nacional do partido, deputado José Aníbal (SP), procurou um contato com Quércia.


PSDB e PMDB selam coligação
O governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, será o vice do tucano Serra

José Serra (PSDB) para presidente e Jarbas Vasconcelos (PMDB) para vice.
O PSDB e o PMDB fecharam ontem, informalmente, a primeira chapa completa para a disputa sucessória de outubro.

O senador e o governador de Pernambuco cancelaram o encontro que teriam em Brasília para tratar de eleição, mas Jarbas confirmou, em telefonema ao tucano no início da tarde, que aceita ser seu vice.

O encontro dos dois foi descartado. Era preciso evitar a fotografia para não atropelar o ritual da montagem da alianç a, sobretudo quando a declaração ostensiva de parceria poderia irritar o PFL, acrescentando novas dificuldades à já difícil aprovação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) no Senado.

Diante desta avaliação, os presidentes do PSDB, deputado José Aníbal (SP), e do PMDB, deputado Michel Temer (SP), deram início ao ritual. Apresentado o convite de Aníbal ao PMDB, houve até brinde entre os dois presidentes. A palavra-chave da proposta dos tucanos ao PMDB é a “parceria”.

– Os dois partidos têm convergência e identidade e queremos ganhar as eleições porque é bom para o Brasil – disse Aníbal à cúpula do PMDB.

No discurso, o tucano frisou que PMDB e PSDB farão uma “coligação plena de parceria”, tendo Serra como candidato.

– O PSDB amadureceu esta decisão que nos dá muita satisfação porque o PMDB tem tido uma postura de parceiro e colaborador com um projeto que está em curso – acrescentou.

Como manda o ritual que a escolha do vice compete exclusivamente ao partido aliado, Aníbal recusou-se a opinar sobre o assunto, evitando até comentários sobre o perfil de Jarbas. Deixou claro, também, que o PSDB não tem um projeto de governo fechado e está aberto a propostas do PMDB. Sobre a participação de outros partidos na aliança, limitou-se a dizer que qualquer outro movimento será feito em convergência com o PMDB:
– Vamos, é claro, buscar forças políticas que possam nos ajudar.

Nos bastidores, tucanos e peemedebistas apostam que a candidatura do PFL não vai longe. Dizem que a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, acabará desistindo de concorrer à Presidência, abrindo espaço para a composição com setores do PFL.

Ontem, o governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), desistiu oficialmente de disputar a indicação do partido à Presidência da República. Mas o PT de Luiz Inácio Lula da Silva, que tanto cortejou o governador, corre o risco de não ganhar nada com a decisão. Itamar deve concorrer à reeleição, sem reagir à aliança nacional de seu partido com o PSDB.

– Para aliança de esquerda não contem comigo. Me querem apenas como caudatário – disse o governador.

Minas é o segundo colégio eleitoral do país, e a cúpula tucana deseja fazer um pacto de não-agressão com o governador para ter dois palanques no Estado: o de Itamar e o dos tucanos, ainda indefinido.


Sarney faz ataques a FH, Serra e Aloysio em discurso no Senado
O senador criticou ação da PF na empresa de Roseana

Depois de três adiamentos, o senador José Sarney (PMDB-AP) ocupou ontem a tribuna do Senado para criticar a ação da Polícia Federal (PF) na empresa da filha, a governadora do Maranhão e candidata do PFL à Presidência, Roseana Sarney.

O senador atacou o presidente Fernando Henrique Cardoso, o candidato do PSDB ao Planalto, José Serra, e o ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira.

Em seu discurso, o senador reclamou que as pessoas acusam Roseana por ter aprovado o projeto da Usimar, mas esquecem que Serra – ex-ministro da Saúde do governo FH – responde a um processo por improbidade administrativa com vistas a ressarcimento ao erário público. O candidato tucano teria uma ação de reparação de danos ao erário, além de várias ações ordinárias, cautelares, civis, públicas e populares.

– Alguém invadiu algum local para procurar comprometê-lo?– questionou o senador.

Sarney iniciou seu discurso contando ter dado um conselho ao presidente há dois meses. Ele afirmou ter pedido a FH que não permitisse que o governo fosse conspurcado no processo de sucessão presidencial. E solicitou providências ao presidente para assegurar uma disputa eleitoral sem manobras sujas.

– Disse ao presidente: vigie seus maus amigos – contou Sarney.

O senador disse enfaticamente que foi cometido um ato arbitrário e ilegal contra a filha. A ação da PF, argumentou, foi arbitrária porque, mesmo seguida de formalidades, tinha por trás claros objetivos políticos. E foi ilegal, de acordo com Sarney, porque a Justiça Federal de Tocantins não tinha competência para tomar uma decisão relativa à busca e apreensão em São Luís numa empresa de propriedade de uma governadora.

Segundo Sarney, foi criada uma justificativa falsa para a ação da PF na empresa Lunus, de Roseana e do marido, Jorge Murad. A Justiça alega que os desvios de verba da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) são investigados desde 1997. Sarney afirmou que o processo envolvendo a Lunus só foi aberto este ano. E sequer pôde ser conhecido por Roseana, pois a Justiça alega sigilo no caso.

O ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, também foi alvo do discurso do senador. Foi chamado de truculento e de conivente com as ações da PF.

Visivelmente irritado, Sarney disse ainda que deverá pedir que a Organização das Nações Unidas (ONU) ou a Organização dos Estados Americanos (OEA) enviem representantes para fiscalizar as eleições deste ano no Brasil.

No Chile, o presidente FH se mostrou surpreso com a declaração de Sarney.

– Não acredito que o presidente (Sarney) tenha dito isso. Quem vigia as eleições no Brasil é a mídia. Não precisa de mais de ninguém – afirmou Fernando Henrique, em Arica.


Serra e Roseana aparecem empatados em pesquisa
Lula lidera com 28% em levantamento feito pelo Vox Populi

Pesquisa de intenção de voto para a Presidência da República feita pelo Instituto Vox Populi a pedido do PT confirma que o candidato do PSDB, José Serra, passou a candidata do PFL, Roseana Sarney.

Serra aparece com 20% da preferência dos eleitores contra 18% da governadora do Maranhão.

Como a margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, o resultado mostra um empate técnico entre os dois. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém a liderança, com 28%. Em quarto lugar aparece o governador do Rio, Anthony Garotinho (PSB), com 12%, e, em quinto, o ex-ministro Ciro Gomes (PPS), com 8%.

A pesquisa mostra que, se Roseana desistir, seus votos se pulverizam, polarizando a disputa ainda no primeiro turno entre Lula e Serra. Lula aparece com 32%, e Serra, 24%. O Vox Populi também dá um alento a Roseana na pesquisa sobre expectativa de vitória. Na opinião dos entrevistados, Roseana, com 19% de chances, está atrás apenas de Lula, com 30%, e também tecnicamente empatada com Serra, com 18%.

Para o levantamento, o Vox Populi ouviu 1.970 pessoas em 139 municípios. As entrevistas foram feitas entre os dias 10 e 13, cerca de 10 dias depois da apreensão de documentos e de R$ 1,34 milhão na empresa Lunus, de propriedade de Roseana e de seu marido, Jorge Murad. O nome do governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), não foi incluído.


Brizola garante que Britto não é obstáculo a aliança
Líder deseja frente PDT-PPS-PTB

Empenhado em oficializar a Frente Trabalhista (PDT-PPS-PTB) nos próximos dias, o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, disse ontem que o nome do ex-governador Antônio Britto (PPS) não será um empecilho para que se chegue a um acordo no Estado.

No PDT e no próprio PPS há quem esteja descrente de uma aproximação entre as duas siglas em razão das desavenças entre Brizola e Britto no passado.

– Sobre o ex-governador Britto, falo com toda a franqueza. Não estamos propondo nenhum veto pessoal. Estamos em busca do melhor consenso em torno dos candidatos que ofereçam maior facilidade e aceitação – garantiu.

Brizola afirmou que o PDT não sentará à mesa de negociações exigindo a cabeça de chapa da aliança, embora o vereador pedetista José Fortunati esteja em campanha para governador desde o final do ano passado. A afirmação do líder trabalhista com bina com a avaliação de alguns integrantes da cúpula do PDT que acreditam que os baixos índices de Fortunati nas pesquisas eleitorais podem jogá-lo para o cargo de vice numa composição com o PPS e com o PTB.

– Estou convencido de que a esta altura nada mais vai impedir a consolidação da aliança Frente Trabalhista no Rio Grande do Sul – completou Brizola, que costuma minimizar os resultados das pesquisas.

– Achamos que as pesquisas estão muito caborteiras, são pedras no tabuleiro que estão sendo arrumadas para ir preparando as urnas eletrônicas, que vão nos dar problemas graves – acrescentou.

Brizola se uniu ao coro dos oposicionistas no Estado ao afirmar ontem que a vitória do prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, nas prévias petistas do dia 17 foi uma resposta ao governo de Olívio Dutra. Para o líder do PDT, “a decisão dos petistas reflete o sentimento de todos os gaúchos”. Brizola acredita que a partir de agora o PT e o governo passarão a ser julgados pela população.


FH assina sete acordos com o Chile
O novo acerto entre os dois países envolve setores automotivo, agropecuário e químico

Os presidentes do Chile e do Brasil aceleraram ontem o ritmo da coordenação comercial e econômica entre os dois países.

O presidente chileno, Ricardo Lagos, e o do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, assinaram em Arica, norte do país, sete acordos de cooperação e liberalização aduaneira e comercial. Negociado ao longo dos dois últimos anos, o acerto envolve os setores automotivo, agropecuário e químico e deverá, conforme os cálculos da chanceleria do Chile, beneficiar cerca de 20% das trocas de bens entre os dois países.

Os termos do acordo só serão postos em prática depois da aprovação pelos demais sócios do Mercosul e do protocolo na Associação Latino-Americana de Integração (Aladi). O acordo mais importante para o Chile se refere à indústria automotiva e permitirá a reativação de uma fábrica da General Motors em Arica para a exportação anual de até 15 mil ônibus e caminhonetes ao Brasil.

FH voltou a enfatizar que o processo de negociação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) será comprometido pelas iniciativas protecionistas dos Estados Unidos. Destacou, entretanto, que a instância para resolver as diferenças do Brasil com o governo americano por conta da adoção de medidas de salvaguarda às importações de produtos siderúrgicos será a Organização Mundial do Comércio (OMC). Entretanto, deixou nas mãos dos empresários a decisão de levar a queixa à organização.

FH ressaltou que a medida americana é “injusta” e que o Brasil já apresentou os dados que comprovam os prejuízos ao país. Lembrou que os prejuízos não atingem somente os exportadores do Brasil e de outros países produtores do setor siderúrgico. Mas alcançam especialmente as indústrias americanas processadoras de aço. A briga deflagrada pela iniciativa americana, disse, não envolve apenas nações, mas empresários de diferentes setores.
Depois da aprovação da CPMF em segundo turno na Câmara dos Deputados, FH elogiou o PFL:
– O PFL é um partido muito importante, que ajudou muito nas reformas, nas transformações.

FH assegurou que trabalhará para sustentar o mandato do embaixador brasileiro José Maurício Bustani na Secretaria-Geral da Organização para Proscrição de Armas Químicas (Opaq). O brasileiro é questionado pelos Estados Unidos.


Agílio nega que FH conhecesse operação
Diretor-geral da PF prestou depoimento

O diretor-geral da Polícia Federal (PF) , Agílio Monteiro Filho, negou ontem, em depoimento à Comissão de Fiscalização e Controle do Senado, que ele, o presidente Fernando Henrique Cardoso e o ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, tenham sido informados previamente sobre a operação de busca e apreensão na empresa Lunus.

Segundo ele, a PF sabia que haveria uma operação desse tipo no Maranhão, mas desconhecia o destino e os detalhes.

Agílio reafirmou que só soube que Lunus era da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), e do marido, Jorge Murad, quando recebeu o telefonema do presidente.

No telefonema, FH disse ter recebido informações de que a PF estaria “invadindo” o escritório de Roseana. FH teria pedido a Agílio que entrasse em contato com o ministro da Justiça para que este avisasse Roseana sobre a legalidade da operação.


Procurador denuncia ameaça de morte
Mário Lúcio Avelar atua nas investigações da extinta Sudam

O procurador da República em Tocantins Mário Lúcio de Avelar denunciou ontem que está sofrendo ameaças de morte.

Avelar atua na investigação do escândalo dos financiamentos da extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e do suposto desvio de recursos públicos em Tocantins.

Uma pessoa do Poder Judiciário teria procurado o juiz federal Alderico Rocha Santos, em Palmas, anunciando que o procurador estava sendo monitorado e que sua vida corria risco.

As ameaças fizeram com que o Ministério Público Federal (MPF) nomeasse um grupo de 25 procuradores para atuar no caso, principalmente em Tocantins.
– O tempo fechou agora – disse Avelar, que comunicou o fato ao diretor-geral da Polícia Federal (PF), delegado Agílio Monteiro Filho.

A PF designou uma equipe especial para atuar em Tocantins, não só na segurança dos procuradores, mas também na investigação da ameaça.

Antes da ameaça a Avelar, o procurador da República em Mato Grosso José Pedro Taques recebera o mesmo recado. Taques está atuando nas investigações sobre a extinta Sudam desde 1997. Foi ele quem descobriu fraudes em projetos do empresário José Osmar Borges, ex-sócio do ex-presidente do Senado Jader Barbalho (PMDB-PA). Atualmente, o procurador está sob proteção de agentes da PF.


“As dificuldades do primeiro governo do PT foram usadas na luta interna”
Entrevista: Laerte Meliga

Tido como um dos mais íntimos interlocutores do governador Olívio Dutra, o chefe de Gabinete, Laerte Meliga, atribui a derrota na prévia aos meios de comunicação e a expectativas supostamente falsas em relação à gestão petista.
A seguir, os principais trechos de entrevista concedida por Meliga a Zero Hora na terça-feira:

Zero Hora – Como o senhor explica a derrota do governador Olívio Dutra na prévia do dia 17?
Laerte Meliga – Nossa eleição para qualquer governo sempre extrapola no imaginário do eleitorado, independentemente do que se diga na campanha. Nunca ninguém nos ouviu dizer que nosso governo daria 192% de aumento ao funcionalismo. Não diríamos isso porque é absurdo e incompatível com as finanças do Estado. No entanto, somos cobrados por isso por alguns líderes. Infelizmente, os militantes do PT não souberam entender isso. Também há questões pontuais. A primeira é sobre a votação em Gravataí. Não falarei mais porque é uma questão interna. A segunda é o ataque de fora para dentro nas questões internas. O PT tem uma relação muito ruim com a mídia. Os grandes grupos de mídia funcionam como partidos políticos da ordem estabelecida. Uma boa parte do PT não leva em conta esse fato e não faz a disputa da democratização da informação.

ZH – Na sua opinião, o governo não cometeu erros?
Meliga – Acho que houve falhas. Não seríamos humanos se não tivesse ocorrido. Mas não quero usar isso para desculpar nossas falhas. A comunicação do governo com sua base é muito falha. Um secretário quando vai ao Interior muitas vezes não sabe como se dirigir à base.

ZH – O PT pode curar as feridas da prévia e se unir na campanha?
Meliga – Na disputa eleitoral, o PT estará unido. Todo o governo fará tudo para a continuidade de nosso projeto com Tarso governador. Os problemas a que me refe ri vão muito além das eleições. Ou o partido os enfrenta, ou entra numa autofagia. Boa parte das dificuldades do primeiro governo do PT foram usadas na luta interna.

ZH – Olívio manterá a posição de não disputar cargo eletivo e cumprir o mandato até o final?
Meliga – Para acreditar que o governador não fosse manter a posição de permanecer no cargo até o último dia de mandato, eu teria de acreditar que as pedras pudessem falar e andar. Não existe essa possibilidade. Que venham todos pedir de joelhos que ele concorra. Ele cumprirá até o último dia do mandato.


Artigos

Eliminando a discriminação
Roque Grazziotin

Já vai longe o 21 de março de 1960. Nem todos devem entender ou saber a importância desta data. Mas certamente a população negra conhece a história do massacre de 67 negros na África do Sul, pela polícia daquele país. Este fato é que motivou a ONU a instituir o 21 de março como Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial.

Alguém poderia dizer que se trata de “estrangeirismo” importar uma data referendada por um organismo internacional, e alusiva a um fato ocorrido noutro país, noutro continente, noutro tempo, e ainda questionar:

Somos omissos em não assumirmos a nossa história de país colonizado, escravocrata, elitista e excludente

– O que isso tem a ver conosco? Com a nossa realidade?

Penso que tudo. Nosso legado histórico traz a marca do ferro em brasa e do açoite na pele do trabalhador africano escravizado. E o nosso presente ainda traz outras marcas indeléveis.

Hoje, passados 42 anos desse massacre e 114 anos da abolição da escravatura no Brasil, não temos muito do que nos orgulharmos. Nosso “paraíso racial” tem 45% de sua população negra, algo representativo e nada invisível, mas onde estão estes 72 milhões de negros (as)?

No Brasil 64% dos pobres e 69% dos indigentes são negros. No nosso Estado são 59,66% dos pobres, só perdendo para os indígenas. A nossa realidade é a desigualdade, não por acaso ou destino, mas por omissão e culpa.

Somos omissos em não assumirmos a nossa história de país colonizado, escravocrata, elitista e excludente.

Somos culpados por não combater a desigualdade, e em nome de uma pseudo-igualdade, nos calamos. Quantos massacres reais e simbólicos ainda serão necessários para que a sociedade civil e o Estado assumam sua responsabilidade nesse processo de exclusão sóciorracial?

Assumir responsabilidade não é piedade ou assistencialismo. Falamos da construção coletiva de um projeto de sociedade plural e inclusivo que vise à transformação social. Transformar é dar sentido às palavras “Direito” e “Humano”, para que juntas signifiquem fraternidade e, se ainda algo mais precisa ser dito, lembramos as palavras do secretário geral da ONU, Kofi Annan:

“Em todo o mundo... minorias étnicas continuam a ser desproporcionalmente pobres, desproporcionalmente afetadas pelo desemprego e desproporcionalmente menos escolarizadas que grupos dominantes”.

Estão sub-representadas nas estruturas políticas e super-representadas nas prisões. Têm menos acesso a serviços de saúde de qualidade e conseqüentemente, menor expectativa de vida. Essas, e outras formas de injustiça racial, são a cruel realidade do nosso tempo, mas não precisam ser inevitáveis no nosso futuro.”


Colunistas

ANA AMÉLIA LEMOS

A promessa de Aécio
Na reunião-almoço da Confederação Nacional da Indústria, marcada para o lançamento da Agenda Legislativa da Indústria-2002, o presidente da Câmara Federal não deixou por menos. Num lance de ousadia, prometeu que, em 40 dias, a Câmara aprovará o fim da cumulatividade das contribuições sociais que vai desonerar o setor produtivo e exportador. Não prometeu sozinho. O presidente do Senado, Ramez Tebet, avalizou a promessa e também garantiu agilidade máxima, no Senado, quando a matéria chegar lá.

Não é preciso dizer que a promessa foi festejada com aplausos entusiasmados pela seleta platéia dos representantes do PIB nacional. O presidente da Câmara Federal não deixou de dar uma satisfação aos empresários quando responsabilizou o governo pela não-aprovação da reforma tributária ampla. Ao resguardar a responsabilidade política do presidente Fernando Henrique Cardoso, que queria fazer a reforma estrutural, no campo tributário, Aécio Neves indiretamente colocou nas costas do secretário da Receita Federal o pesado ônus.

Atento aos discursos, o ex-ministro Luis Roberto Ponte, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, saiu em defesa do secretário da Receita. “O Plano Real não existiria sem o Everardo Maciel, o herói que garantiu a estabilidade fiscal via arrecadação porque o governo não conseguiu reduzir a despesa”, alfinetou o empresário. “Apesar do equilíbrio fiscal, o país continua pagando taxas de juros astronômicas”, reclamou Ponte, vocalizando a mais constante crítica do setor produtivo em relação à política econômica. O ex-deputado, que está trabalhando para convencer o senador Pedro Simon a disputar o governo gaúcho, lembrou que, graças ao esforço da receita, o superávit primário tem se mantido na média de 3,5% a 4,0%.

O futuro presidente da CNI, deputado Armando Monteiro Neto (PMDB), presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco, disse, alto e bom som, que a agenda legislativa 2002, que compreende todos os temas de interesse do setor produtivo nacional (legislação trabalhista, tributária, fiscal, financeira)”, não é uma agenda corporativa, mas uma agenda de interesse do país”. O presidente da Câmara Federal, Aécio Neves, chegou a dizer que “nas últimas legislaturas, ocorreu a reconciliação do Legislativo com a sociedade”.

Num arroubo de entusiasmo na defesa da instituição, declarou: “O Legislativo é a síntese do que pensa o Brasil”. As eleições, de fato, sempre operam milagres. Começa a sair da gaveta, neste ano eleitoral, grande parte das reivindicações do setor produtivo.


JOSÉ BARRIONUEVO

Nova equipe no final do governo Olívio
Pelo menos 10 secretários e mais seis ocupantes de primeiro e segundo escalões do governo Olívio devem deixar seus cargos dentro de duas semanas para concorrer a mandatos eletivos. Com a necessidade de desincompatibilização seis meses antes da eleição, quem exerce cargo público deve se licenciar ou pedir exoneração até 5 de abril para concorrer.
Nos três níveis (municipal, estadual e federal) e nos três poderes.

Alterações em 16 cargos para os últimos nove meses
Concorrem a deputado federal os secretários Miguel Rossetto (vice e secretário-geral, se não for indicado como vice de Tarso), Beto Albuquerque (Transportes), Tarcísio Zimmermann (Trabalho), Hermeto Hoffmann (Agricultura), Ary Vanazzi (Habitação), Marco Maia (Administração), Dirceu Lopes (Interior), além do diretor da Metroplan, Jorge Branco. A nominata estadual do PT receberá o reforço dos secretários Milton Zuanazzi (Turismo), Adão Villaverde (Planejamento) e Lucia Camini (Educação). Além destes, concorrerão a uma vaga na Assembléia o subchefe da Casa Civil, Gustavo Mello, o diretor da Ceasa, Sílvio Porto, o chefe do Gabinete de Orçamento e Finanças (OP), Ubiratan de Souza, o presidente do IPE, Luiz Henrique Motta, e o diretor da Fepagro, Roberto Carbonera. Além do subchefe, a Casa Civil poderá perder o titular, deputado Flávio Koutzii.

Koutzii é categórico
Quase todos os secretários serão substituídos por quem já exerce a condição de interino na ausência do titular. A exceção fica por conta de Flávio Koutzii, que, se não for confirmado pela convenção, retorna à Casa Civil. Koutzii é categórico, deixando a cadeira de deputado estadual para José Go mes.

– É absolutamente para valer, ou concorro ao Senado, ou não serei absolutamente nada.
Volto para o governo.

PT reage a crítica de Berfran
Reação no PT às críticas do deputado Berfran Rosado (PMDB), que classificou a vitória de Tarso como uma “combinação assustadora de ousadia, falsidade e infidelidade”.

Deputado Ivar Pavan: “O linguajar utilizado pelo oposicionista é típico de quem está acostumado a conviver em ambiente de baixo nível político”.

Deputado Ronaldo Zülke: “Não reconhecemos no deputado Berfran Rosado nenhuma autoridade política, moral ou ética para criticar o PT”.

Diáspora – Cresce a dispersão de integrantes do Amplo, tendência que já reuniu todos os moderados do PT. Depois da prévia, há uma reacomodação de forças no partido.

Contratações emergenciais incharam o PT em Gravataí
A denúncia surgiu na convenção municipal do PT, na disputa entre correntes: o prefeito Daniel Bordignon teria assegurado o maior contingente de eleitores petistas solidários às suas causas valendo-se de contratos emergenciais distribuídos em profusão, sem concurso público. O líder do PMDB na Câmara de Gravataí, Jones Martins, está fazendo uma pesquisa com lista solicitada à Justiça Eleitoral, para ver quantos filiados existem entre os 1.054 contratados. A denúncia já foi encaminhada ao Tribunal de Contas, que investiga a renovação das contratações que só poderiam ser utilizadas para suprir uma necessidade emergencial. Elas estão sendo renovadas sistematicamente.

Dinheiro da GM – Uma maldade: se for confirmada a denúncia, a vitória de Tarso na prévia pode ser atribuída à GM. Afinal, o Orçamento do município passou de R$ 30 milhões para mais de R$ 100 milhões, o que assegura recursos para a farra das contratações.

Ataque
Ontem foi mais um dia em que a oposição metralhou a prefeitura da Capital. Líder do PDT, Nereu D’Ávila prevê “saída melancólica” de Tarso, que deixará no cargo “alguém obscuro e politicamente pálido”. Lançou denúncias envolvendo DMLU e Demhab. Luiz Braz concentrou as críticas no Demhab.

Comunismo
A deputada Jussara Cony foi o destaque na sessão de ontem na homenagem aos 80 anos de criação do PC do B, que ocorre no dia 25. Lembrou figuras históricas do comunismo, como Dyonélio Machado, Antônio Pinheiro Machado Neto, Otto Alcides Ohlweiller, constituintes de 1947, todos do PCB.

Estilac deixa liderança
O vereador Estilac Xavier decidiu deixar a liderança do governo na Câmara para poder se dedicar inteiramente à candidatura a deputado estadual e contribuir com a campanha de Tarso Genro a governador. A escolha vai desembocar em alguém que não concorre. Helena Bonumá só não será escolhida porque já ocupa cargo importante na Mesa.

Danéris é o mais cotado
O jovem Marcelo Danéris, da escola do deputado federal Henrique Fontana, deve ser ungido para o cargo de líder do governo João Verle. É da Esquerda Democrática, a mesma corrente de Flávio Koutzii.
Natural de Bagé, professor de música (faz mestrado em História), é uma liderança emergente. Como líder do governo num período difícil de campanha eleitoral terá que controlar as emoções em plenário.

Mirante
• Para anotar na agenda. Um café da manhã promovido pelo Sebrae, segunda, reunirá um contingente inédito de deputados estaduais e federais, além dos vereadores da Capital. Será lançado um programa em defesa do empreendedor de pequeno porte, através dos Coredes. As bases vão cobrar.

• Servidores de Gravataí, que se reuniram ontem à noite no Paladino Tênis Clube, esperam que os vereadores sejam tão sensíveis em relação a suas reivindicações como o foram com o reajuste dos secretários e diretores da prefeitura. Aumento de até 100%, derrubado na Justiça.

• Até Funções Gratificadas foram distribuídas em profusão para detentores de contrato emergencial em Gravataí. Uma maravilha!

• Vereador Juarez Pinheiro (PT) decidiu concorrer a deputado federal.


ROSANE DE OLIVEIRA

Concorrência de imagens
Nem coincidência nem preocupação com as negociações para aprovação da CPMF: o convite do PSDB ao PMDB para indicar o vice de José Serra tem todo o jeito de ter sido formalizado ontem para dividir as atenções com o discurso do senador José Sarney. Mesmo que o conteúdo fosse conhecido por antecipação, porque Sarney fez questão de dividi-lo com amigos, não convinha ao Planalto deixar o discurso como único tema do dia em Brasília.

A imagem dos presidentes do PSDB, José Aníbal, e do PMDB, Michel Temer, selando sorridentes o acordo eleitoral compete com a de Sarney na tribuna do Senado, atacando Serra para defender a honra da filha, Roseana. O mesmo PMDB ofereceu ao país outras duas imagens para ofuscar o discurso de Sarney: a do governador Jarbas Vasconcelos circulando por Brasília e a de Itamar Franco sepultando a candidatura própria.

Depois de tantos adiamentos, o discurso de Sarney perdeu impacto e substância. As partes em que faria ataques mais contundentes ao presidente Fernando Henrique Cardoso foram suprimidas. O ex-presidente concentrou-se em dois alvos: Serra e o ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, acusados de tramar a operação que culminou com a batida na empresa Lunus, no primeiro dia de março.

Com sinais de abatimento, Sarney encarnou uma figura patética ao insistir na tese de que Roseana não tem nada a ver com o R$ 1,34 milhão encontrado em seu escritório está sendo vítima de preconceito por ser mulher. A captação do dinheiro seria responsabilidade de Jorge Murad, o marido.

Serra não estava no plenário para ouvir o pai de Roseana, mas divulgou nota no meio da tarde afirmando que as insinuações feitas pelo ex-presidente a seu respeito foram “todas, sem exceção, inconsistentes, irrelevantes e até mesmo alopradas”. Como Sarney citou dois processos contra ele, Serra aproveitou para ressaltar uma diferença entre seu comportamento e o de Roseana: disse que os processos foram abertos em 1996, pelo Ministério Público, e que deles nunca reclamou nem se declarou alvo de perseguição.

É improvável que a estas alturas o discurso de Sarney produza algum efeito na candidatura de Serra, que vem roubando pontos de Roseana. Uma pesquisa do Vox Populi divulgada ontem mostra o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, com 28% das intenções de voto. Brigando pelo segundo lugar, Serra tem 20% e Roseana, 18%, situação caracterizada como empate técnico.


Editorial

A MARCA DA IMPUNIDADE

Ninguém discute o direito dos pequenos produtores de leite de lutarem por causas que julgam legítimas. Não é outro aliás o propósito que anima as manifestações em que vêm reivindicando, no Rio Grande, em Santa Catarina e em outros Estados um preço mais justo para o produto, a não-implementação da Portaria 56 do Ministério da Agricultura, anistia de dívidas e concessão de recursos pelo governo federal. Mas quando seus pleitos passam a ser defendidos mediante invasão de fábricas e próprios da União, arrombamentos e pichações, obrigando um prefeito, como aconteceu em Carazinho, a decretar situação de emergência e ponto facultativo no serviço público, por entender comprometida a segurança da cidade, obviamente os protestos extrapolaram todos os limites do tolerável.

A democracia é o regime das mais amplas liberdades. Mas
é também o regime da lei

A democracia é o regime das mais amplas liberdades individuais e coletivas. Mas é também o regime da lei. Deploravelmente, há grupos sociais no Brasil que entendem ser absoluto seu direito à mobilização e à luta por suas bandeiras. É essa uma demonstração de despreparo para a convivência civilizada. Pois é evidente que todos devem obediência e respeito ao ordenamento jur


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