Consenso no PT? Olívio e Tarso são candidatos









Consenso no PT? Olívio e Tarso são candidatos
O governador prega a união partidária. O prefeito enumera apoios. Os dois mantêm suas candidaturas ao Piratini

O prefeito da capital, tarso genro, e o governador Olívio Dutra mantiveram suas posições de concorrer ao Piratini, embora os dois falem em decisão por consenso na escolha do candidato ao Executico Estadual. Tarso defende a opção de que “o candidato de melhor desempenho político seja o escolhido”. Já Olívio prega a união partidária, ao afirmar que “o inimigo do PT não está dentro dele”.

Para o prefeito, realizar obras conjuntas entre prefeitura e governo não significa a possibilidade de haver um consenso no campo político e ele alerta: “nosso contencioso político continua normal, sadio e democrático”.

Tarso lembra que, em reunião realizada na quinta-feira, à noite, entre as correntes que o apoiam, sua candidatura ficou ratificada. “É uma exigência formal e política deles”, explicou. Segundo ele, as informações que chegam do interior, de membros do diretório regional e de coordenadores de tendências, junto com dados da pesquisa do Ibope, corroboram sua decisão.


Andres: "Olívio foi infeliz”
O presidente da CPI da Segurança Pública da Assembléia, Valdir Andres (PPB), disse que “foi uma declaração infeliz” a comparação feita pelo governador Olívio Dutra entre os sentimentos que levaram à CPI e os que causaram a morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel.

Andres se diz surpreso com a insistência do governador em criticar a CPI da Segurança que se encerrou no dia 17 de novembro de 2001. “Em São Paulo, o PT é que pede a investigação da segurança pública”, complementa.

Para o parlamentar, a CPI que ele presidiu “investigou o desmonte da segurança no Estado e acabou por investigar a “banda podre do PT”.

Andres afirma que o contingente da Brigada Militar é o mesmo de 30 anos atrás e aproveita para rebater Olívio: “Isso é típico de alguém que não aceita os estragos que causa na segurança do nosso Estado”.


Aos prantos, empresário garante sua coerência
Amigo de Daniel diz que as portas do carro destravaram na abordagem. A perícia nega qualquer problema no veículo

Em entrevista coletiva, o empresário Sergio Gomes da Silva disse ontem que estava com Celso Daniel na hora em que o prefeito de Santo André foi levado por seus assassinos. "Posso ter cometido erros em meu depoirnento, mas nenhuma contradição", afirmou. O empresário, de 45 anos, respondia à pergunta de um repórter sobre uma suposta contradição" em seu depoimento: ele afirmara à polícia que as portas de seu carro, uma Pajero blindada, destravaram na hora em que o carro foi abordado pelos assassinos de Daniel. Perícia da polícia descartou qualquer problema no veículo. A Mitsubishi também.

"Não sou técnico, não sou mecânico e nem especialista", afirmou o empresário, que trabalhou com Daniel na prefeitura nos anos 80 e que jantou com ele horas antes do seqüestro. "Só sei que na hora que o carro deles me abalroou e eu parei, as travas se abriram. Depois, travou (não conseguiu mais fechá-las)", explicou, chorando muito. Foi a primeira vez que Gomes falou à imprensa sobre o momento do seqüestro.
O empresário afirmou que, no momento em que seu carro parou, e um dos carros dos assassinos o ultrapassou, ele chegou a pensar que eles iam embora. "Mas deram a volta e desceram atirando. Na hora que eles passaram por mim, a impressão que tive é que foram embora. Mas aí eles deram a volta. Atiraram várias vezes. Quando desceram, as portas estavam abertas.” “É isso que consigo lembrar”, resumiu.

Ele reafirmou que os carros que o perseguiram eram uma Blazer e um Santana.

Sobre sua relação com Daniel, o empresário disse que eram bons amigos e que ajudou na campanha dele, na década de 80. “Porque era amigo dele. Ajudava, dirigia seu carro, levava, trazia... e ele me convidou para trabalhar na prefeitura de Santo André, disse, lembrando que não pensava em trabalhar na prefeitura. Ao ser questionado se manteve uma relação amorosa com Celso Daniel, Silva respondeu: “As coisas têm limite. Isso ultrapassa qualquer limite.”


Gasolina cai 13,62%.
O preço da gasolina caiu 13,62% em relação aos valores de dezembro, na média das oito principais capitais brasileiras, de acordo com levantamento realizado ontem pela ANP (Agência Nacional do Petróleo).

Os habitantes de Porto Alegre estão pagando o preço mais alto, de R$ 1,526 o litro, com redução de 10,11%. O menor preço é o do Recife, de R$ 1,392, e a maior redução, de 21,04% também. A menor redução é a de Belo Horizonte (9,59%).

Desde o início da pesquisa, os preços têm recuado gradualmente. No primeiro dia do levantamento diário (7 de janeiro), o preço baixou 8,1%.

A pesquisa é feita em 820 postos de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Brasília, Recife e Salvador.


Roseana não descarta aliança com José Serra
Itamar Franco pressiona PMDB e já acena com aproximação com o PT de Lula. Hoje, conversa com o petista José Dirceu

A governadora do Maranhão, Roseana Sarney pré-candidata do PFL à Presidência da República, amenizou o discurso e já fala novamente em aliança entre o partidos governistas. Roseana, que está em São Paulo para gravar o programa do PFL, afirmou, ontem, que nunca considerou impraticável uma aliança com o ministro José Serra, pré-candidato do PSDB à Presidência. "Em Política, é possível se fazer aliança. Principalmente levando-seem conta que estamos tratando de partidos aliados em nível nacional. Portanto, nada é impossível”, afirmou. Roseana disse que foi ela quem ligou na terça-feira para Serra. Segundo a governadora, eles não trataram de candidatura, mas de governabilidade. Roseana, que na semana passada disse ser impossível "alguém que tem 21% das intenções de voto ser vice na chapa de quem tem apenas 7%”, voltou a defender as pesquisas de opinião como critério de escolha do candidato.


Celulares pré-pagos são 68% do mercado do país
Tarifas das linhas móveis aumentam em fevereiro. O reajuste será inferior a 10% na maioria das operadoras, diz o governo

O serviço móvel pré-pago responde por 68% do mercado brasileiro. São 19,5 milhões de telefones nessa modalidade, contra 9,2 milhões de pós-pagos. O percentual de brasileiros com telefone celular subiu de 14%, em 2000, para 17%, em 2001. O aumento representa um crescimento de 20% no número de aparelhos móveis no país. Os números apresentados ontem pelo presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Renato Guerreiro.


Editorial

DÉFICIT EXTERNO E CRESCIMENTO

Todos os atuais candidatos à Presidência da República falam sobre a necessidade de reduzir a vulnerabilidade externa da economia brasileira. Eles só diferem na receita de como chegar lá.

Ex-diretor do Banco Central, o economista Francisco Pinto afirma que para a economia crescer 4% a 5% ao ano, de forma sustentada, é preciso cortar o déficit externo em conta corrente, hoje acima de US$ 20 bilhões, para algo em torno de US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões.

Ele diz que isso só seria alcançado com um câmbio de cerca de R$ 3,50 por dólar. O câmbio nesta altura, além de viabilizar um saldo na balança comercial de cerca de US$ 15 bilhões, permitiria cortar pela metade - algo entre 8% e 10% - as taxas nominais de juros.

Isso permitiria resolver um grande problema econômico, o déficit fiscal. Francisco Pinto diz que a geração de fortes superávits primários, desde 1999, foi um grande avanço, mas a solução definitiva depende de juros civili zados. Desafio é conseguir isto de forma gradual, sem deixar a inflação disparar, nem a dívida líquida do setor público sair do controle.

O economista acha que não há outra solução além desta. "Se o próximo presidente não caminhar nesta direção, a dívida interna se tornará insustentável e um desfecho ruim virá pelo mercado."
Francisco Pinto diz que há uma maneira simples de o governo induzir à desvalorização do real. Bastaria o Banco Central deixar de rolar parte dos títulos cambiais para que o real se desvalorizasse.

Segundo o economista, o custo da desvalorização seria alto, mas não insuportável. A dívida interna líquida iria a 60% do PIB (ano passado ficou entre 52% e 53%), mas em compensação seria possível reduzir os juros nominais. Se a mudança for bem sucedida, estaria aberto o caminho para um crescimento razoável e sem oscilações, ao contrário do que ocorreu na última década.


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01/25/2002


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