Alvaro diz que governo não tem projeto para a nação nem plano para a retomada do crescimento
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) criticou a condução da política econômica pelo governo e apelou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que desenvolva um plano que possibilite a retomada do crescimento. Porém, o senador vê que o governo não tem um projeto de nação, mas apenas um projeto de poder.
- Para Lula e seu governo o mais importante é o projeto de poder. Precisamos de um pacto pelo crescimento econômico. Não percebo nenhuma ação concreta do governo que tenha por objetivo galvanizar as forças sociais em favor da retomada do crescimento econômico no país - declarou o senador.
O senador leu trechos de carta escrita pelo presidente da Associação Comercial do Estado do Paraná, Marcos Damakoski, para rebater as intenções manifestadas pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que indicou que mudar a política econômica seria "incompreensível".
- Palocci sepultou definitivamente a possibilidade de um curso alternativo, tratando o crescimento como uma mera variável. Com perplexidade, ouvimos o ministro louvar o ajuste ultra-ortodoxo imposto ao país - disse o senador.
Em vez de buscar a promoção do crescimento, Alvaro lamentou que o caminho escolhido pelo governo seja a manutenção do superávit primário de 4,32% do Produto Interno Bruto, superando as exigências do Fundo Monetário Internacional.
- A rota escolhida, com certeza não é a rota da esperança traçada nos corações dos brasileiros que elegeram Lula. A frustração da população diante do governo que semeou esperanças na colheita de votos é ainda maior - analisou, lamentando que na reunião ministerial realizada nesta sexta-feira (6), em vez de medidas de estímulos ao setor produtivo, o presidente anuncie a continuação do arrocho, com corte e contingenciamento do orçamento de cerca de R$ 4 bilhões.
Analisando a vulnerabilidade do país na economia internacional, Alvaro apontou que o governo não tem um plano em caso de emergência, um "plano B". Citando matéria do jornal Valor Econômico, o senador apontou que economistas duvidam que o governo tenha sequer um "plano A" para o Brasil.
- O governo está executando um plano cuja origem é Washington. Não há uma agenda para o crescimento. Não se vê o presidente preocupado em convocar empresários, trabalhadores, governadores, lideranças para um pacto com objetivo de barrar esse processo de encolhimento nacional. Enquanto isso, o dólar está subindo, bolsa caindo e há a inflação, aquele fantasma do passado, ameaçando novamente - avaliou.
06/02/2004
Agência Senado
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