Amir Lando requer a governo limites para desmatamento
Em audiência com o ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, na última quinta-feira (4), o senador Amir Lando (PMDB-RO) pediu o empenho do governo para acelerar a aprovação da Medida Provisória nº 2166, que disciplina e limita o desmatamento na região amazônica. A MP está tramitando na Câmara e aguarda a inclusão na Ordem do Dia daquela Casa.
Após o encontro com o ministro, o senador disse estar convicto do interesse de Carvalho: "Ele está concluindo o assunto com visão técnica e objetiva".
Amir Lando também abordou a existência do zoneamento agroeconômico e ecológico de Rondônia com o ministro. "Ele foi muito simpático e também considera inadiável definir a preservação da floresta dentro da proposta do zoneamento, a fim de evitar danos ecológicos", disse. O zoneamento abrange 70% da cobertura florística do estado e, em determinadas regiões, é possível preservar até 100% das áreas, observou. Embora se diga otimista, o senador considera que o desrespeito a esses limites tornaria a situação incontrolável:
- Não haveria preservação alguma. Rondônia dispõe da mínima estrutura para proteger seu ecossistema. Acredito que esse respeito deve ser fruto da consciência de cada um; cada cidadão de Rondônia será o fiscal que cuidará dos parques, das florestas nacionais e das reservas de proteção natural.
O ministro disse ao senador, segundo relato deste, que está propondo ao Ibama métodos transparentes de consultas a cada região quando o caso for de desmatamento. Segundo Amir Lando, os conselhos dos estados é que vão deliberar quais as áreas a serem atingidas, o que representa uma "idéia inovadora".Segundo o senador, durante sua atuação no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), há 30 anos, foram anulados vários títulos de terras de fazendeiros sulistas, a fim de evitar a perda dos seringais do Acre. Pouco depois, observou, surgiram os empates (impedimento de derrubadas), liderados pelo seringalista Chico Mendes.
Nesta semana, informou o parlamentar, 80 especialistas em sensoriamento remoto e sistemas de informação geográfica e gestores de políticas ambientais debateram em Brasília a tecnologia de monitoramento por satélite do desmatamento na Amazônia. Eles entendem que esse sistema pode auxiliar a sociedade a reduzir a devastação, relatou. A reunião de trabalho foi promovida pelo Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7), com a participação da Secretaria de Coordenação da Amazônia do Ministério do Meio Ambiente.
05/04/2002
Agência Senado
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