Antonio Carlos Junior: DEM e PT adotam posturas diversas no combate à corrupção interna



Em pronunciamento nesta quarta-feira (24), o senador Antonio Carlos Junior (DEM-BA) afirmou que seu partido, o Democratas, e o Partido dos Trabalhadores adotam posturas diversas no combate à corrupção interna. Ele comparou o chamado "mensalão" do DEM, crise ética que atravessa o governo do Distrito Federal, com episódios como o "mensalão" do PT.

Antonio Carlos Junior frisou que, tão logo surgiram as denúncias de corrupção, o partido concedeu prazo para que o então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, se pronunciasse. O governador optou pela desfiliação, assim como seu vice, Paulo Octávio, mais adiante. Por fim, nesta quarta-feira, todos os filiados foram orientados a deixar o governo do Distrito Federal, ao mesmo tempo em que foi dissolvido o Diretório Regional do partido no DF.

- O Democratas fez o que deveria ser feito. Os indícios eram (e são) fortíssimos. Foram decisões duras as que foram tomadas, registre-se, antes mesmo da Justiça se pronunciar - disse.

Ao mesmo tempo, questionou o senador, que providências o PT tomou em relação aos 40 acusados pelo Ministério Público no processo do "mensalão"?

- Grande parte dos acusados foram redimidos pelo PT e voltaram a ocupar postos de comando no partido. Alguns são cogitados até mesmo para integrar um eventual governo Dilma - disse.

Antonio Carlos Junior citou como exemplo o caso do ex-chefe da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, que ele acusou de ser "chefe da quadrilha dos 40 ladrões do mensalão". Ele leu manchetes de jornais segundo as quais o ex-ministro teria atuado junto ao governo em favor de uma empresa do setor de telecomunicações com sede em um paraíso fiscal. Para tanto, teria recebido R$ 620 mil em dois anos.

Em aparte, o senador João Pedro (PT-AM) contestou Antonio Carlos Junior e disse que não havia prova alguma que lhe permitisse qualificar José Dirceu de "chefe de quadrilha".

- O que existe de concreto é Arruda, que é do partido de Vossa Excelência, preso. Vossa Excelência deveria estar chorando de vergonha - disse.

O senador pelo Democratas respondeu que tanto José Roberto Arruda quanto Paulo Octávio haviam deixado o partido por pressão da Executiva Nacional, ao passo que o PT tinha o hábito de "passar a mão na cabeça" dos acusados de corrupção.



24/02/2010

Agência Senado


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