Brasil está bem, mas o momento é de prudência, diz Armínio Fraga



O Brasil precisa ter calma neste momento de crise financeira internacional, mas o país tem alguma folga e pode conseguir passar pela crise sem maiores problemas, opinou o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, nesta quinta-feira (13), na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Fraga participa de um fórum permanente de discussão sobre a crise financeira internacional promovido pela CAE. O economista foi presidente do Banco Central do Brasil entre 4 de março de 1999 e 1º de janeiro de 2003, durante o segundo governo de Fernando Henrique Cardoso.

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- Para o Brasil, haverá uma desaceleração importante, uma vez que ocorre uma queda na demanda global e as commodities vêm caindo de preço. Mas temos um sistema financeiro bem capitalizado, embora tenha passado por exageros como no financiamento de automóveis em nove anos e também na concessão de crédito consignado. Cabe abrir o olho, mas não há razão para achar que vamos viver o mesmo que acontece lá fora - disse.

Na análise de Armínio Fraga, o Banco Central brasileiro vem reagindo adequadamente à crise mundial. Para o ex-presidente da instituição, cabe ao governo procurar amortecer o choque da crise internacional com uma atuação num sistema de "guerrilha no dia-a-dia", atacando os gargalos que forem aparecendo. O economista alertou que, mesmo com a atuação governamental, o crescimento da economia brasileira não é mais sustentável e o seu ritmo deve diminuir.

A arrecadação também deve cair no próximo ano nas três esferas governamentais, acredita Armínio Fraga, uma vez que o crescimento mundial em 2009 deve ficar em torno de 1%. O ex-presidente do Banco Central prevê, porém, um efeito favorável da crise: a possibilidade de uma queda de juros quando a situação econômica começar a melhorar, "desde que o governo mantenha a calma e não se precipite em outras áreas".

Silvia Gomide / Agência Senado



13/11/2008

Agência Senado


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