CABRAL ALERTA PARA PERIGOS DA CRISE INSTITUCIONAL NO PAÍS
Em discurso feito nesta sexta-feira (dia 18), no plenário, o senador Bernardo Cabral (PFL-AM) disse que o país vive uma séria crise institucional e alertou para a necessidade de os governantes encontrarem uma solução para o problema. - O país está em crise aos olhos de todos e estamos empurrando com a barriga, numa omissão de autoridade. Estamos deixando como está para ver como é que fica - afirmou.Para o senador, o povo pede que se ponha "um freio" na crise institucional, pois ela coloca em perigo a democracia e a estabilidade política do país. - Nenhuma autoridade se afirma pela omissão - observou.Cabral disse ainda que há uma "revolta latente" na sociedade, e alertou para o perigo de, diante da crise e da falta de solução para os problemas institucionais, surgir alguém ao estilo autoritário de Alberto Fujimori, presidente do Peru, para mandar no país, fechando o Congresso e até mesmo o Judiciário, e deixando apenas o Executivo exercer o poder.Alguns fatos foram relacionados pelo senador para exemplificar a crise institucional, a falta de autoridade e até de ética vivida pelo país. Ele citou a deterioração de algumas profissões, como é o caso do advogado que se apropria da renda de alguém. Citou também o caso do desmoronamento do Palace II, prédio residencial no Rio de Janeiro que caiu devido à má qualidade da obra, cuja construtora pertencia ao ex-deputado Sérgio Naya, que foi cassado pela Câmara. O senador criticou "os que se locupletam nos cargos públicos com o manto da impunidade".No governo, Cabral citou o caso do grampo telefônico, que revelou conversas do presidente Fernando Henrique Cardoso com o então presidente do BNDES, André Lara Rezende, sobre o leilão do sistema Telebrás. Como parte da crise institucional, o senador citou também as desavenças entre o Legislativo e o Judiciário e entre o Executivo e o Legislativo. Cabral deu ênfase ao problema de autoridade vivido pelo governo diante da nomeação do diretor-geral da Polícia Federal, João Batista Campelo, à revelia do ministro da Justiça. Até mesmo com essa nomeação, de um funcionário de terceiro escalão, observou Cabral, o presidente não escapa de críticas e do questionamento de sua autoridade. Em aparte, Ramez Tebet (PMDB-MS) disse que há uma crise de autoridade no país e que a história não registra um caso de um presidente da República que tenha nomeado um auxiliar e este tenha sido colocado sob investigação imediatamente após a indicação, como é o caso de João Batista Campelo.Bernardo Cabral disse que não quer ser pessimista, mas fez uma previsão para o futuro:- O que se vislumbra são dias pouco confortáveis - concluiu.
18/06/1999
Agência Senado
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