CABRAL: "É UMA HONRADEZ PESSOAL INTEGRAR O PODER LEGISLATIVO"



O senador Bernardo Cabral (PFL-AM) recorreu, nesta terça-feira (dia 15), a pronunciamento feito por ele em 11 de outubro de 1968, três meses antes da edição do Ato Institucional nº 5, para destacar uma conjuntura em que, à semelhança do que ocorre agora, o Poder Legislativo sofreu uma ofensiva a fim de desprestigiá-lo.- Aqui se processa a democracia e é uma honradez pessoal pertencer ao Poder Legislativo - disse, questionando as razões pelas quais as críticas feitas ao Parlamento não são respondidas.Uma dessas razões estaria na força crescente do Executivo, como o próprio senador apontou em sua manifestação de 1968. Cada vez mais os comentários dos parlamentares são desprestigiados, dizia então Cabral, de modo que "a política teria adquirido a sinonímia de tudo o que é vergonhoso".No entanto, leu o senador em seu pronunciamento, "infelizmente premonitório", de 30 anos atrás: "Um Legislativo subordinado ao Executivo é um passo para a ditadura".Em outro trecho pinçado por Cabral de seu discurso de 1968, o senador observava que, naquele ano, a redemocratização de 1946 era "apenas um bruxuleante resquício".Em aparte, o senador Lauro Campos (PT-DF) afirmou que Cabral, ontem e hoje, mostra indiferença ao exercício do poder pelo poder e dá uma lição sobre como vai-se construindo um processo de autoritarismo e de centralização do poder político. "O pronunciamento feito em 1968 deve ter incomodado os príncipes de então", avaliou o senador.

15/12/1998

Agência Senado


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