HARTUNG DEFENDE TRAMITAÇÃO RÁPIDA DA NOVA LEI DAS SOCIEDADES ANÔNIMAS



O senador Paulo Hartung (PPS-ES) defendeu a rápida tramitação do projeto da nova Lei das Sociedades Anônimas. A matéria já passou pela Comissão de Economia da Câmara dos Deputados, onde um substitutivo do deputado Emerson Kapaz (PPS-SP) foi aprovado. Atualmente está em fase de discussão na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, tendo como relator o deputado Antônio Kandir (PSDB-SP). Hartung espera que o projeto venha logo para o Senado, possibilitando a aprovação ainda neste ano.
- Um dos grandes desafios da Lei é criar condições para o desenvolvimento de uma política de crédito arrojada no nosso país. Isso significa que, a partir da sua aprovação pelo Congresso Nacional, terá início um processo de modernização do parque industrial brasileiro que, por falta de mais agressividade do governo federal e de melhor aparelhamento da legislação voltada para o setor, perde espaço para a concorrência internacional - analisou Paulo Hartung.
Na avaliação do senador pelo Espírito Santo, com o processo de globalização da economia e a presença crescente do capital internacional no Brasil, se torna inevitável que alguns grupos familiares revejam a política de controle fechado das empresas. Ele opinou que a abertura do capital garantiria a expansão dos negócios, com a captação no mercado de capitais e não mais através de subsídios do governo.
Com a aprovação da nova Lei das Sociedades Anônimas pelo Congresso, Paulo Hartung acredita que o mercado de capitais interno terá mais estabilidade e transparência, possibilitando que as empresas brasileiras possam abrir o seu capital respaldadas em uma legislação moderna. Ele acrescentou que a legislação deverá continuar garantindo o direito dos grupos controladores, mas estenderá estas garantias também para os acionistas minoritários.
Paulo Hartung lembrou que, quando o governo intensificou o Programa de Desestatização, retirou da lei as garantias dos minoritários, "valorizando os seus ativos, mas prejudicando o mercado como um todo". Ele opinou que, com a correção deste "equívoco", o mercado poderá começar a financiar o crescimento das empresas.
Em aparte, o senador José Fogaça (PMDB-RS) disse que a atual Lei das Sociedades Anônimas coloca o Brasil quase que numa condição pré-capitalista. Ele criticou o fato do comprador de ações ordinárias minoritário não ter poder para influenciar nos destinos da empresa para a qual contribui com seu capital. Fogaça elogiou a proposta em tramitação na Câmara dos Deputados e também pediu uma tramitação rápida da matéria.

25/05/2000

Agência Senado


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