CDH aprova sugestão de voto facultativo no processo eleitoral



Em sua reunião nesta quinta-feira (5), a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) aprovou sugestão da Associação Comunitária de Chonin de Cima, da cidade de Governador Valadares (MG), para instituir o voto facultativo no processo eleitoral brasileiro.

Como relator da proposta, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) concordou que o ato de votar deve ser um direito do cidadão, e não uma obrigação, que pode não representar sua vontade. Lembrou, no entanto, que o voto obrigatório é uma disposição constitucional e que, portanto, será necessário apresentar uma proposta de emenda à Constituição (PEC), com a assinatura de 27 senadores, para dar início à tramitação da matéria no Congresso.

Suplicy prontificou-se em começar, imediatamente, a colher as assinaturas necessárias e, posteriormente, a redigir e apresentar a PEC do voto facultativo no processo eleitoral brasileiro.

O senador por São Paulo reconheceu que a obrigatoriedade do voto justificou-se nos primórdios do exercício eleitoral, como prática didática. Nessas condições, lembrou, o voto precisou ser obrigatório para acostumar o eleitor a votar. Nos dias de hoje, a sociedade está pronta para exercer seu direito, seja para votar, seja para não votar, disse.

Para o senador José Nery (PSOL-PA), é importante acolher uma sugestão que venha da sociedade para que se faça um debate no Congresso Nacional sobre ela. No seu entender, o voto facultativo é mais democrático do que o obrigatório, porque dá, ao cidadão, mais liberdade de decidir: votar a favor desse candidato ou daquele ou não exercer seu direito de voto.

José Nery afirmou que essa proposta deveria fazer parte da reforma política e propôs que deputados e senadores transformem o ano de 2009 em uma ocasião para discutir, a fundo, todos os temas da reforma política, inclusive o voto facultativo.

Segundo o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC), que também participou do debate na CDH, o voto facultativo é uma experiência que os brasileiros deveriam tentar, pois, avalia, a sociedade brasileira já está madura para isso.

- O voto obrigatório vigora há décadas. Quem sabe não está na hora de experimentar o voto facultativo, [que já é] uma realidade em tantas nações democráticas - analisou.

Mesquita Júnior apoiou a idéia de transformar 2009 em um ano dedicado ao debate da reforma política, mas alertou que a iniciativa pode ficar comprometida porque os parlamentares estarão, como sempre, ocupados demais votando as medidas provisórias. 



05/06/2008

Agência Senado


Artigos Relacionados


CDH aprova sugestão de associação comunitária para propor voto facultativo

Sugestão da sociedade sobre voto facultativo aguarda relator na CCJ

CCJ aprova voto facultativo

CCJ reavalia voto facultativo

Voto facultativo retorna à CCJ

Voto facultativo foi aprovado na CCJ