César Borges defende cassação de registro de candidatura de Lula



O senador César Borges (PFL-BA) disse nesta quarta-feira (20) que, se todos os escândalos e todos os crimes cometidos por auxiliares diretos do presidente da República não forem motivos suficientes para a cassação de registro de Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição, nada mais o é. O senador lembrou que as revelações começaram com o primeiro escândalo protagonizado por Waldomiro Diniz, então assessor do ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu.

- O presidente Lula, sua base aliada e a senadora Ideli Salvatti [PT-SC] foram contrários à instalação da CPI dos Bingos e a Mesa do Senado abafou - recordou.

Borges continuou citando o escândalo dos Correios, quando o funcionário da empresa Maurício Marinho foi filmado recebendo propina. O senador assinalou que o presidente Lula e seus aliados mais uma vez tentaram abafar a criação da CPI dos Correios, "mas foram vencidos pelas denúncias do ex-deputado Roberto Jefferson [PTB-RJ]".

- O relatório do deputado Osmar Serraglio [PMDB-PR] foi enviado ao Ministério Público Federal, que indiciou 40 pessoas e revelou que havia uma organização criminosa, uma quadrilha, agindo dentro do governo. Estamos vivendo um momento extremamente grave da política brasileira - afirmou.

O senador também rebateu argumento de Ideli Salvatti, que ressaltou a popularidade do presidente Lula aferida em pesquisas de opinião pública. Para Borges, popularidade não invalida a Constituição e não libera o crime. De acordo com o senador, a linha de defesa adotada pelo presidente Lula, de não saber nada e não ver nada, o desqualifica para governar um país que quer se livrar da corrupção.

- Por que o presidente da República está popular, tudo é permitido? Joga-se fora a Constituição? Devemos jogar fora a moral e a ética? Se é popular, não precisa ser digno? Se é popular, o presidente pode ser imoral? Se é popular, o presidente pode malversar os recursos públicos? Aonde vamos chegar? - questionou.

O senador Almeida Lima (PSDB-SE) disse, em aparte, que, no site http://www.contasabertas.uol.com.br, é possível averiguar que a organização não governamental Uni Trabalho, ligada ao churrasqueiro do presidente, Jorge Lorenzetti, já recebeu R$ 18,5 milhões do governo federal e, desse total, R$ 4,1 milhões foram recebidos um dia antes da prisão de Gedimar Passos e Valdebran Padilha, em um quarto de hotel em São Paulo, com R$ 1,7 milhão destinados à compra de um dossiê que supostamente envolveria candidatos do PSDB.

20/09/2006

Agência Senado


Artigos Relacionados


César Borges defende projeto que condiciona cassação de mandato a decisão definitiva da Justiça

César Borges critica presidente por não assumir candidatura à reeleição

César Borges se diz indignado com promessa de Lula a prefeitos

César Borges diz que, na campanha na TV, Lula eliminou o PT de sua biografia

César Borges ataca Lula por promessas não cumpridas

César Borges acusa Lula de discriminar a Bahia