Cícero Lucena volta a criticar descaso com a saúde na Paraíba
"A Medicina da Paraíba pede socorro", disse em discurso no Plenário nesta terça-feira (21) o senador Cícero Lucena (PSDB-PB), quando voltou a lamentar a "morte anunciada" de uma paciente do Sistema Único de Saúde (SUS) que dependia de cirurgia cardíaca em hospital de João Pessoa (PB), conforme reportagens veiculadas por telejornais da TV Globo no fim de semana. Para o senador, o país enfrenta um "caos na saúde". Ele disse que vários doentes graves "esperam em longas filas para fazer cirurgia cardíaca"
- Médicos sentem-se impotentes e desestimulados para realizar cirurgias cardíacas. A remuneração do SUS é irrisória. O SUS deve remunerar dignamente médicos e hospitais, se continuar assim outras pessoas também vão morrer - afirmou.
Cícero Lucena lembrou que foram criados impostos para financiar a área da saúde, como a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que gera cerca de R$ 34 bilhões para o governo federal, mas lamentou que esses recursos sejam mal gerenciados.
A paraibana Elizângela Ferraz, de 28 anos, morreu no domingo (19) pois não conseguiu uma operação cardíaca na rede pública de saúde do estado. Em greve, os cirurgiões cardíacos da Paraíba afirmam que a tabela do SUS está defasada e querem a revisão dos preços de cirurgia.
O senador leu o artigo "O coração e o erro de todos", onde o jornalista paraibano Luis Torres responsabiliza o Poder Público pela morte de Elizângela, principalmente a Prefeitura de João Pessoa, que recebe recursos do SUS e gerencia a área de saúde do município. "Em suma, os médicos foram a segunda categoria a omitir socorro a Elizângela. A prefeitura, esse título ninguém poderá contestar, foi a primeira", leu o final do artigo o senador.
21/08/2007
Agência Senado
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