Ciro volta a rebater boatos sobre renúncia
Ciro volta a rebater boatos sobre renúncia
Em campanha no Rio, o candidato fez críticas ao PT e disse que continua na batalha rumo ao segundo turno
O candidato da Frente Trabalhista (PPS-PDT-PTB) à Presidência, Ciro Gomes, negou ontem mais uma vez a possibilidade de abandonar a corrida pela sucessão ao Palácio do Planalto às vésperas das eleições.
Em campanha no Rio de Janeiro, Ciro, cuja candidatura vem perdendo fôlego nas pesquisas, atacou o PT, partido do presidenciável e líder na preferência do eleitorado Luiz Inácio Lula da Silva, e mostrou que pretende batalhar por uma vaga para o segundo turno até o final.
"O programa do PT não dá conta de desarmar essa bomba-relógio na economia brasileira", disse ele, referindo-se às atuais turbulências financeiras. "Por isso, tenho a missão de levar essa campanha até a vitória no primeiro turno e debater no segundo turno qual o melhor projeto para a mudança no Brasil", acrescentou.
Durante caminhada pela feira nordestina de São Cristóvão, na zona norte do Rio, Ciro Gomes referiu-se às especulações em torno de uma eventual renúncia ao afirmar que "as riquezas no Brasil estão sendo sugadas pela especulação e agiotagem" e que sofreria "todo tipo de pressão, chantagem e boatos".
Ciro estava acompanhado da mulher Patricia Pillar e do presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, que, por sua vez, disse a repórteres antes da chegada do candidato que a Frente estava em "um momento de reflexão" sobre a campanha.
Brizola disse que não se tem o direito de falar em renúncia diante do candidato que foi escolhido, mas notou que a Frente estava fazendo um balanço da situação e sugeriu ainda que a possibilidade de apoio ao candidato petista dependeria de uma iniciativa do PT.
"Se o Lula, o José Dirceu (presidente do Partido dos Trabalhadores) e o PT vierem a nós para explicarem uma situação que precisam de nós para vencer no primeiro turno, essa reflexão adquire um outro peso de responsabilidade. Nós vamos pensar não uma vez, mas duas vezes o que fazer", disse Brizola, que não ficou até o final da caminhada.
Ele negou informação publicada na imprensa de que teria um encontro marcado com Lula para discutir seu apoio e alertou mais uma vez para o risco de fraude na votação eletrônica.
Também presente ao corpo a corpo na Feira de São Cristóvão, o líder da bancada federal do PTB e candidato à reeleição como deputado federal, Roberto Jefferson, mostrou-se radicalmente contra a hipótese de renúncia de Ciro. Ele disse que a renúncia é uma decisão pessoal e que não havia qualquer chance de que isso ocorresse.
Na última pesquisa do Datafolha, Ciro recuou dois pontos percentuais para 11%, enquanto o candidato do PSB, Anthony Garotinho, manteve 15%, e o candidato da aliança governista, José Serra, permaneceu com 19%. Lula oscilou um ponto para 45% e ficou mais próximo do número de votos necessário para vencer já no primeiro turno das eleições.
Jesse Jackson compara Lula a Mandela e Luther King
O reverendo Jesse Jackson comparou o candidato do PT a líderes como Martin Luther King e a Nelson Mandela. Ele chamou o petista de "ser humano muito especial" e disse que o candidato foi "tocado por Deus". Jackson participou de um evento na Primeira Igreja Batista de Santo André, com Lula.
"Assim como Martin Luther King inspirava aquele espírito especial e assim como Nelson Mandela também inspirava aquele espírito especial, Lula inspira esse espírito especial", disse em discurso realizado em inglês e traduzido para a platéia.
O reverendo, da Igreja Batista e uma das maiores lideranças evangélicas dos EUA, veio ao Brasil a pedido do PT. Jackson se recusou a dar uma opinião sobre os oito anos de governo de Fernando Henrique Cardoso.
Por sua vez, Lula comparou a sua história e a de seu partido à de Jesus Cristo ontem ao discursar para uma platéia evangélica na Primeira Igreja Batista de Santo André, na Grande São Paulo.
A comparação foi feita logo após o candidato declarar que acredita que "a base da igreja evangélica" começou a descobrir semelhanças entre o que lê na Bíblia e o que deseja para a sociedade.
"Afinal de contas, quem foi mais revolucionário que Jesus Cristo na história da humanidade? Quem lutou mais por justiça social? Quem lutou mais pela igualdade, pela repartição dos pães que Jesus Cristo?", questionou Lula, diante de uma platéia de cerca de 1.100 pessoas.
Serra ressalta o papel das mulheres
O presidenciável do PSDB, José Serra, canalizou às mulheres parte do discurso no comício de sábado à noite em Curitiba, em busca dos votos que o assegurem disputar o segundo turno com Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "As mulheres do Brasil carregam a sociedade nas costas", disse ele.
Segundo o tucano, "a mulher brasileira costuma ter três jornadas de trabalho, e às vezes até uma quarta, quando o marido é muito folgado. Daí ela tem de cuidar também do marido", afirmou.
A fala de Serra agradou ao público feminino, que respondeu com gritos e aplausos. O candidato se empolgou e acabou cometendo uma gafe. "Pela reação, vejo que aqui tem muito marido folgado", disse. E acrescentou: "Exceto os que estão aqui em cima (no palanque), evidentemente".
Governo terá de queimar mais dólares do que previa
O Banco Central elevou de US$ 7,7 bilhões para US$ 9,3 bilhões sua previsão para vendas de dólar destinadas a conter a disparada da moeda, o que deixará uma margem de manobra ainda menor para intervenções em 2003.
Pela projeção anterior, de agosto, o próximo governo teria, no primeiro ano de mandato, algo entre US$ 4,3 bilhões e US$ 8,3 bilhões disponíveis para aplacar eventuais turbulências financeiras – o valor mais alto dependia da captação de US$ 4 bilhões com a venda de bônus no exterior.
Agora, com o novo cenário desenhado pelo BC, essa margem cai para um intervalo de US$ 2,8 bilhões a US$ 6,8 bilhões. Na pior das hipóteses, há uma queda de 85% em relação aos US$ 18,5 bilhões deste ano.
Os recursos para a ação do BC vêm das chamadas reservas líquidas em moeda estrangeira, que equivalem às reservas totais menos o dinheiro emprestado pelo FMI. Segundo o acordo com o Fundo, as reservas líquidas não podem ser inferiores a US$ 5 bilhões.
Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, a queda nas reservas internacionais não irá reduzir o poder do próximo governo de intervir no mercado. "No ano que vem, poderão ser sacados US$ 24 bilhões do FMI", lembra.
Aneel vai à reunião do Mercosul
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) participará, nos dias 11 e 12 de novembro, da reunião do subgrupo de trabalho do Mercosul, responsável pela discussão de temas relacionados à energia elétrica, o SGT-9.
Este ano, a coordenação do subgrupo está sob a responsabilidade do Brasil e a reunião ocorrerá em Foz do Iguaçu, Paraná. Além de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, participarão também do evento o Chile e a Bolívia.
Os superintendentes de Regulação Econômica, César Gonçalves; Relações Institucionais, Álvaro Mesquita; e Regulação dos Serviços de Distribuição, Rulemar Pessoa, vão participar dos grupos que tratarão de preços, tarifas, marcos regulatórios da qualidade dos serviços e aspectos gerais de regulação do setor elétrico.
Maioria dos trabalhadores não tem conta em banco
A tributação das operações bancárias, além da alta taxa de juros, são obstáculos para a redução do alto grau de exclusão bancária no Brasil. A conclusão é do economista-chefe da Febraban e professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, Roberto Luis Troter.
Dados da Febraban indicam que a exclusão bancária atinge 75% da populaç
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