Código do Contribuinte vai a exame na CAE



A Comissão Assuntos Econômicos (CAE) examina na terça-feira (dia 26) o projeto de lei de autoria do senador Jorge Bornhausen (PFL-SC) que estabelece o Código de Defesa do Contribuinte. O projeto, que já foi aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), pretende "estabelecer uma relação de igualdade jurídica do cidadão-contribuinte com o fisco", segundo defende seu autor. A proposta tem parecer do senador Bello Parga (PFL-MA) e estava com vista concedida ao senador Roberto Saturnino (PSB-RJ).

O projeto impede que sejam excluídos dos benefícios fiscais e creditícios oficiais e da participação em licitações públicas os contribuintes que estejam em débito fiscal, mas contestando judicialmente esse débito. Prevê, também que o contribuinte que estiver contestando judicialmente o seu débito fiscal ou que tenha recorrido ao parcelamento de débitos com o fisco, terá direito a exigir deste certidão negativa, caso necessite comprovar que está em dia com o recolhimento de impostos.

Para o senador Jorge Boranhausen, o Código do Contribuinte vai garantir o princípio de que os deveres e os direitos são mútuos, no se refere à relação entre o fisco e o contribuinte. A seu ver, nada será presumido negativamente contra um ou outro e o que for decidido a favor de um ou outro será feito mediante expressa indicação dos fatos e motivada declinação do direito.

Outro projeto que deverá gerar importante debate na reunião da CAE é originário do Executivo. Nele está proposto que parte dos recursos que a União obtiver com os royalties do petróleo seja desvinculada de despesas, entidades e fundos, ficando vinculada porém aos respectivos ministérios. Pela legislação vigente, o Ministério da Ciência e Tecnologia tem que aplicar os recursos dos royalties para financiar programas de amparo à pesquisa científica e ao desenvolvimento tecnológico aplicados à indústria de petróleo. O Ministério das Minas e Energia é obrigado a aplicar no financiamento de estudos e serviços de geologia e geofísica aplicados à prospecção de petróleo e gás natural.

Já o Ministério do Meio Ambiente tem que aplicar os recursos que recebe de royalties em estudos voltados para preservação e recuperação da danos ambientais causados pela indústria do petróleo.

A Comissão de Assuntos Econômicos vai examinar, também, a proposta do Executivo para que seja autorizada uma operação de crédito com o Banco Mundial no valor de US$ 180 milhões, destinados ao financiamento do Gasoduto Bolívia-Brasil. Os recursos serão aplicados no desenvolvimento de um mercado doméstico para o gás natural, diversificando a matriz energética, de modo a atender a crescente demanda de energia na Região Centro-Sul do país.

Constam ainda da pauta da CAE o projeto de Lei da Câmara dos Deputados que obriga as distribuidoras de gás a lacrarem os botijões e a requalificá-los; o de autoria do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) que obriga o BNDES a aplicar 22 % de seus recursos no financiamento da agroindústria e outro do mesmo senador que modifica as regras do salário educação.

21/06/2001

Agência Senado


Artigos Relacionados


O QUE DIZ O CÓDIGO DE DEFESA DO CONTRIBUINTE

Adiada votação do Código do Contribuinte

CAE DEBATE CÓDIGO DE DEFESA DO CONTRIBUINTE

CCJ APROVA CÓDIGO DE DEFESA DO CONTRIBUINTE

CCJ debate criação do Código de Defesa do Contribuinte

Malan e Everardo debatem Código do Contribuinte na CAE