COMISSÃO DO ORÇAMENTO APROVA REFINANCIAMENTO DAS DÍVIDAS ESTADUAIS



Em sessão presidida pelo senador Ney Suassuna (PMDB-PB), a Comissão Mista de Orçamento autorizou hoje (dia 21) o Poder Executivo a abrir crédito especial ao Orçamento Fiscal da União, nas rubricas "Encargos Financeiros da União" e "Transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios", no valor de R$ 104,24 bilhões. O projeto deverá ainda ser submetido à deliberação do plenário do Congresso.

Do total autorizado, R$ 103,34 bilhões serão destinados ao refinanciamento das dívidas mobiliárias estaduais, condicionado aos parâmetros estabelecidos por duas medidas provisórias: a MP nº 1.560, que instituiu o Programa de Reestruturação e Ajuste Fiscal dos Estados, e a MP nº 1.556, que instituiu o Programa de Incentivo à Redução da Presença do Setor Público Estadual na Atividade Financeira Bancária.

Os R$ 900 milhões restantes serão destinados a compensar estados e municípios pela perda de arrecadação do ICMS decorrente da Lei Kandir, que isentou desse imposto a exportação de produtos primários, produtos industrializados semi-elaborados e prestações de serviços ao exterior, e estabeleceu "concessão de crédito ao contribuinte que adquirir bens para o ativo permanente de sua empresa", conforme afirmou o senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE), autor do parecer favorável ao projeto do Executivo. A compensação será feita segundo os parâmetros definidos na lei complementar

Como as duas MPs ainda não foram submetidas à deliberação do plenário do Congresso e como o governo primeiro enviou mensagem relativa exclusivamente ao refinanciamento e, depois, recolheu-a para reenviá-la com a inclusão do ressarcimento, a oposição tentou desdobrar o projeto em dois e autorizar apenas a compensação a estados e municípios.

Na opinião dos deputados oposicionistas, a junção dos dois créditos especiais num mesmo projeto seria "uma manobra solerte do governo" para, em cima da urgência de compensar estados e municípios, aprovar "de cambulhada" a reestruturação das dívidas estaduais, matéria cujo mérito eles gostariam de analisar em pormenor. Do ponto de vista do Legislativo, segundo eles, a aprovação do refinanciamento significaria também aprovar antecipadamente as MPs. Por 32 votos contra 1, a maioria rejeitou o desdobramento proposto em verificação de quórum requerida pela oposição, que retirou-se em peso da sala de reuniões no momento da votação.



21/08/1997

Agência Senado


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