Compra da Garoto pela Nestlé não traria efeitos negativos, diz o secretário de Agricultura capixaba



Durante a audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) que debateu o veto do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) à compra da Garoto pela Nestlé, o secretário de Agricultura do Espírito Santo, Ricardo Ferraço, argumentou que, pelas características do mercado de chocolate, a compra da Garoto pela Nestlé não traria efeitos negativos, como o aumento de preços.

Segundo ele, estudos demonstram que mais da metade dos consumidores de chocolates faz opção pelo preço e não pela marca. Apenas um terço dos consumidores, continuou Ferraço, têm fidelidade a determinada marca.

Além disso, o secretário afirmou que os principais compradores de chocolates no Brasil, supermercados e atacadistas, têm muito poder nas negociações de compra, o que faz com que seja difícil que uma indústria como a Nestlé imponha condições e altos preços.

Para Ferraço, a concentração não pode ser vista de maneira simétrica como algo prejudicial para qualquer setor da economia. Ele pediu que o Cade considere a possibilidade de ganho de eficiência e que reveja a sua decisão.

- Há setores em que concentração não é um pecado. No caso Varig-TAM o setor vem ganhando eficiência por trabalhar com menor taxa de ociosidade. O voto do Cade não garante a intenção do governo, a manutenção da Garoto ou a manutenção dos investimentos - argumentou.



11/02/2004

Agência Senado


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