CONGRESSO DEVE PROPOR REDUÇÃO DOS JUROS, DIZ LUIZ ESTEVÃO
O Congresso Nacional deve rediscutir o atual modelo econômico brasileiro e propor medidas urgentes para enfrentar a crise, tendo como principal meta a redução da taxa de juros, defendeu o senador Luiz Estevão (PMDB-DF). Para o senador, esse é um debate que deve passar pelo Congresso, pois o Executivo sozinho não tem articulação nem respaldo político para fazer mudanças de tal profundidade.- O Brasil precisa rediscutir sua política econômica, porque essa política tem prejudicado a produção, o nível de emprego e o desenvolvimento. As altas taxas de juros sobrecarregam não só as empresas e os que estão em busca de crediário, mas o próprio governo - afirmou.A elevada taxa de juros, por volta de 100% ao ano, segundo o senador, compromete a arrecadação do governo e sua capacidade de administrar o volume, cada vez mais crescente, da dívida interna. Além disso, as altas taxas de juros "corroem a capacidade de investimentos nas áreas sociais", observou.Por esse motivo, acrescentou, a discussão sobre o atual modelo econômico torna-se o tema mais importante a ser debatido pelo Congresso nesta legislatura, ao lado das propostas de reforma tributária e política e da segunda etapa da reforma da previdência.Segundo Luiz Estevão, o governo tem pago um patamar anual de R$ 140 bilhões com juros da dívida interna. Para se ter uma idéia da magnitude da dívida com juros, observou o senador, o total de recursos arrecadados pelo governo com a venda da Companhia Vale do Rio Doce eqüivale a nove dias dessas despesas.Caso o governo reduzisse a taxa de juros em apenas cinco por cento ao ano, tendo em vista que haveria repercussões nas contas da União, economizaria o equivalente a toda a folha salarial dos servidores públicos federais da ativa, comparou.- O governo não enxerga direito esse problema e sempre recorre a novos sacrifícios para os servidores, mas estes comprometem muito pouco do orçamento da União. É preciso ver que o problema está no atual modelo econômico, que adota altas taxas de juros - concluiu.
22/02/1999
Agência Senado
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