Conselho de Ética recebe da Polícia Federal cópia do inquérito sobre escuta telefônica



O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, Juvêncio da Fonseca (PMDB-MS), recebeu nesta quinta-feira (27) uma cópia do inquérito da Polícia Federal sobre as investigações de escuta de telefones na Bahia, inclusive celulares pertencentes a deputados federais. Até agora, foram ouvidas 13 pessoas, duas das quais já indiciadas.

A cópia foi entregue pelo delegado responsável pelas investigações, Gesival Gomes de Souza, que esteve no Senado com esta finalidade. A pedido da bancada governista no Senado, Juvêncio da Fonseca está acompanhando as investigações da Polícia Federal, ao lado de outros dois senadores do Conselho de Ética - Jefferson Péres (PDT-AM) e João Alberto Souza (PMDB-MA).

- O Conselho de Ética nada fará até o final das investigações da Polícia Federal, que vêm sendo realizadas com rapidez, seriedade e total credibilidade - observou Juvêncio da Fonseca.

Questionado por repórteres, Juvêncio disse que o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) foi citado no relatório preliminar da Polícia Federal apenas por dois envolvidos no episódio, mesmo assim sem apresentação de provas. O delegado Gesival Gomes de Souza disse ao senador que espera terminar as investigações em cerca de 30 dias, depois que o juiz devolver o inquérito. Ele encaminhou o trabalho já feito ao juiz para solicitar mais tempo para as investigações.

Juvêncio ponderou que o Conselho de Ética só tomará a iniciativa de pedir à Mesa do Senado para investigar o senador Antonio Carlos Magalhães -se ele for apontado como culpado no inquérito, o que não ocorreu nesta primeira fase-.

- O conselho obviamente nada deverá fazer se o senador não for apontado como culpado pela Polícia Federal. Também é óbvio que tomará providências se o senador for citado como culpado ou responsável no caso - sustentou.

O delegado Gesival Gomes de Souza disse que já tem -uma lista- de pessoas que ouvirá assim que o retomar o inquérito, entre elas funcionários da TIM Maxitel, empresa de telefones celulares que opera na Bahia. Gesival afirmou que, -estranhamente-, os funcionários da telefônica que se envolveram nos grampos -foram demitidos- assim que o caso começou a se tornar público. Também serão ouvidos na segunda fase os funcionários da polícia baiana envolvidos na escuta telefônica. Até agora, foram indiciados o delegado da polícia da Bahia Valdir Barbosa e o assessor técnico Alan Farias.



27/02/2003

Agência Senado


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