EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS: PRIVATIZAÇÃO E EMPRÉSTIMO VIABILIZAM NORTE-SUL
Um programa de privatização, no qual o Tesouro Nacional garanta um investimento direto de mais US$ 140 milhões, poderá ser o caminho para a conclusão da Ferrovia Norte-Sul, ligando Belém (PA) a Goiânia (GO) e beneficiando os estados de Goiás, Tocantins, Maranhão e Pará, numa distância de quase 2 mil quilômetros. A alternativa, que conta com o apoio do Banco Mundial, foi comunicada ao plenário pelo senador Eduardo Siqueira Campos (PFL-TO).Segundo os estudos apoiados pelo Banco Mundial, a finalização da obra custará US$ 1,6 bilhão. Desse total, empresas privadas entrariam com US$ 1,1 bilhão e o Tesouro Nacional com outros US$ 140 milhões, assumindo ainda um financiamento do Banco de US$ 360 milhões para pagamento a longo prazo. Para o senador, é pequena a participação do governo federal no empreendimento ao se considerar que ele beneficiará uma área com mais de 50 milhões de hectares agricultáveis, os quais podem ser explorados imediatamente após o término da ferrovia.Eduardo Siqueira Campos citou estudos do Ministério do Transportes prevendo uma redução de até 30% no custo do transporte dos produtos agrícolas do Centro-Oeste e do Norte destinados ao mercado externo. - É inacreditável a importância estratégica da Ferrovia Norte-Sul para o país. O Banco Mundial concluiu que a obra é totalmente viável e se dispõe a financiar uma parte de sua construção. Empresas privadas vêm demonstrando interesse em investir na ferrovia, desde que possam explorá-la por 30 anos - acrescentou.O senador afirmou que "não se pode acreditar" que o governo federal não tenha recursos para concluir a obra, quando foram destinados "cerca de US$ 30 bilhões para salvar bancos falidos, no Proer". Ponderou ainda que os US$ 140 milhões que caberiam ao Tesouro Nacional "são quase insignificantes" comparados com os US$ 40 bilhões que o FMI vem emprestando ao Brasil para "alavancar a ciranda financeira".A reivindicação de Eduardo Siqueira Campos foi apoiada pelos senadores Mauro Miranda (PMDB-GO), Luiz Otávio (PPB-PA), Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) e Leomar Quintanilha (PPB-TO).
06/04/1999
Agência Senado
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