Eleito pela maioria absoluta de votos, Jader prega cordialidade e quer votar reformas



O presidente nacional do PMDB, senador Jader Barbalho (PA), foi eleito nesta quarta-feira (dia 14), em sessão que durou três horas e meia, presidente do Senado para dirigir a Casa pelos próximos dois anos. Disputando com outros dois candidatos, ele recebeu 41 dos 81 votos dos senadores. O segundo mais votado foi o senador Arlindo Porto (PTB-MG), lançado candidato "da terceira via" por indicação do PFL - ele recebeu 28 votos, sete a mais que o número de senadores do Partido da Frente Liberal. Jefferson Péres (PDT-AM), candidato do Bloco Oposição, ficou com 12 votos.

Em discurso pronunciado assim que assumiu o cargo, Jader Barbalho pregou a cordialidade na condução dos trabalhos do Senado e do Congresso. O novo presidente defendeu que o Congresso vote o mais rapidamente possível as últimas três grandes reformas do Estado brasileiro - a tributária, a política e a do Judiciário. Para ele, as mudanças no Judiciário vão acelerar os processos na Justiça.

Foi a eleição mais disputada do Senado nos últimos anos, pelo número de candidatos e pela incerteza do resultado. No passado, era eleito presidente do Senado um representante do partido com maior número de senadores, respeitando-se um revezamento com a presidência da Câmara. Desta vez, por causa de uma coligação na Câmara entre o PMDB e o PSDB para a eleição do novo presidente daquela Casa, a eleição no Senado foi acirrada, com o então presidente, senador Antonio Carlos Magalhães, articulando com seu partido, o PFL, à procura de um candidato que pudesse enfrentar o representante do PMDB.

Por conta disso, mais de 200 repórteres, fotógrafos e cinegrafistas acompanharam a votação. As galerias ficaram lotadas e dezenas de deputados, de todos os partidos, lotaram o plenário do Senado. Os senadores foram chamados um a um para o voto, feito em cédula rubricada pelo presidente e pelo primeiro-secretário do Senado, senador Ronaldo Cunha Lima (PMDB-PB). Essa parte dos trabalhos durou uma hora e meia e os senadores eram chamados por ordem de criação dos estados do país - começou pela Bahia. Eles marcavam seu voto com caneta Bic azul, para evitar qualquer identificação mais tarde, e depositavam a cédula em duas urnas que ficaram à mesa do plenário. Mais tarde, as cédulas foram destruídas.

Na apuração, Antonio Carlos lia o conteúdo de cada cédula e a repassava em seguida a outros integrantes da Mesa. A contagem de votos foi feita pelos senadores Carlos Patrocínio (PFL-TO), Fernando Matusalém (PPB-RO) e José Agripino (PFL-RN). Jornalistas, parlamentares e assessores também contavam cada voto e houve palmas no momento em que o nome de Jader Barbalho obteve o 41º voto - na verdade, estaria eleito quem contasse com o maior número de votos.

Em seu discurso de despedida, Antonio Carlos Magalhães enumerou as grandes votações do Senado nos quatro anos em que dirigiu a instituição, destacando a regulamentação do uso de medidas provisórias (projeto parado na Câmara), a extinção da figura do juiz classista na Justiça do Trabalho, o novo Código Civil (também ainda não votado pelos deputados) e mudanças na imunidade dos parlamentares, para que eles possam ser processados se cometerem crimes que nada têm a ver com a atividade parlamentar.

Ao deixar a Mesa, Antonio Carlos desceu por uma lateral e Jader Barbalho subiu por outra. Depois do discurso de posse, Jader suspendeu a reunião e convocou outra para mais tarde, quando seriam eleitos os demais integrantes da Mesa. Ao final, formaram-se longas filas de cumprimentos ao novo presidente do Senado e ao seu antecessor.

14/02/2001

Agência Senado


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