Emília: Brasil terá política externa diferente



Uma nova política externa está sendo traçada no Brasil, de acordo com a senadora Emília Fernandes (PT-RS). Na opinião da parlamentar, o fato de o presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, ter iniciado suas visitas oficiais pela Argentina e pelo Chile sinaliza que novos rumos estão sendo tomados na condução das relações internacionais brasileiras.

Conforme Emília, as viagens à América Latina reafirmam a visão de que o país tem condições de liderar uma discussão em todo o continente para o fortalecimento do mercado latino-americano. Nesse sentido, de acordo com a senadora, o revigoramento do Mercosul seria uma das prioridades do próximo governo, a fim de enfrentar os desafios da negociação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), ampliar as relações com os países da União Européia e atrair novos sócios para as nações latino-americanas.

- Juntos, Brasil e seus países irmãos terão condições efetivas de promover um real crescimento econômico com justiça social, de negociar com mais igualdade acordos internacionais e, especialmente, de democratizar as oportunidades para todos os cidadãos e cidadãs latino-americanos, combatendo a miséria, a fome, o desemprego e a exclusão que hoje os vitimam - afirmou Emília.

Ainda segundo a senadora, o presidente eleito iniciou sua viagem pela Argentina porque considera que a reconstrução do país vizinho é dever do Brasil, tanto por uma questão de solidariedade, quanto para não ficar sozinho nas negociações com os Estados Unidos. Além disso, Lula teria apresentado uma agenda entre os dois países para a reconstrução do Mercosul, composta por propostas concretas de crescimento econômico.

No Chile, Lula reforçou o desejo de que o país andino integre o bloco composto por Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai como membro efetivo, disse a senadora. Ademais, também de acordo com a parlamentar, o próximo presidente ressaltou a necessidade de os dois Estados enfrentarem de forma solidária os impasses internacionais.

Emília afirmou que, embora as autoridades chilenas ainda não vejam motivos para que o país integre o Mercosul, elas concordam que há vantagens em se trabalhar em conjunto com as demais nações latino-americanas para o fortalecimento da região e da soberania dos povos.



10/12/2002

Agência Senado


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