FHC critica a esquerda por não trazer alternativas





FHC critica a esquerda por não trazer alternativas
Agenda do presidente na França inclui encontro com o chefe de Estado, Jacques Chirac, sobre apoio Mercosul

Em entrevista ao jornal espanhol El País, FHC ressalta conquistas sociais de seu governo o critica a esquerda pela sua postura contrária à globalização, sem apresentar propostas.

O presidente Fernando Henrique Cardoso em entrevista publicada ontem, no jornal espanhol El País, afirmou que seu governo está lutando contra as injustiças. FHC destacou as conquistas na educação e na reforma agrária, lembrando que 97% das crianças brasileiras estão na escola e que 500 mil famílias receberam terras.

Fernando Henrique criticou a esquerda pela postura contrária à globalização, sem apresentar alternativas. O presidente acrescentou que a oposição defende um modelo de Estado antiquado e que, na sua opinião, ele deve cuidar da saúde, da educação, da segurança social e do meio ambiente, áreas que não são de responsabilidade do mercado.


Chefe promete cadeia a todos os corruptos
CPI da Segurança quer ouvir o governador Olívio Dutra. Reunião da Executiva Nacional do PT avalia denúncias no RS

O chefe de Polícia do Rio Grande do Sul, José Antônio de Araújo, disse ontem, em depoimento à CPI da Segurança Pública da Assembléia Legislativa, que a corrupção na polícia gaúcha atinge 10% da corporação. "Vou acabar com a banda podre e colocar todos na cadeia", prometeu.

Araújo reconhece que enfrenta diversas dificuldades para dar prosseguimento às investigações sobre a ligação entre policiais e bicheiros.
O chefe de Polícia também admitiu que falta pessoal para combater o crime e anunciou u-n pedido de contratação de mais 500 agentes e 50 delegados junto ao Governo.

GOVERNADOR - O presidente da CPI da Segurança Pública, deputado Valdir Andres (PPB), anunciou ontem que convidará o governador Olívio Dutra para se defender das acusações de envolvimento do Governo com o jogo do bicho. Ele reconhece que não existe amparo legal para convocar o governador, mas insiste no convite. Andres não descarta uma nova CPI para investigar as operações financeiras do Clube de Seguros e Cidadania.

Em depoimento de mais de cinco horas, o comandante da Brigada Militar, Gerson Nunes Pereira, disse que a nomeação dos antigos chefe de Polícia, Luiz Fernando Tubino, e do comandante da BM, Roberto Ludwing, foi um erro do governo porque eles eram “mais ligados ao PT do que realmente os policiais. O meu partido é a Brigada Militar. Não se pode exercer essas funções com política partidária”, comentou.


A fita faz parte de um acordo.
O chefe da Casa Civil, Flávio Koutzii, disse ontem que o governador Olívio Dutra não vai depor na CPI da Segurança Pública. "É claro que não vai participar. Essa é uma formula-0 de uma CPI que decidiu abandonar o tema da segurança e tentar desgastar o máximo possível o nosso governo" declarou.

Koutzii disse que nos próximos dias o governo vai falar mais sobre a "banda podre" da polícia e que entende que se houvesse confrontação entre delegados acusados de corrupção e o ex-chefe de polícia, Luiz Tubino, certamente apareceriam os seus integrantes.

Ele criticou o fato de o depoimento do chefe de Polícia e do comandante da Brigada Militar acontecer quase no fim da CPI. "Essa CPI saiu do seu objeto de investigação e terminou como uma ação contra o PT ", cobrou. Koutzii diz que o PT não tem nada a esconder.

Segundo ele, o partido que sempre foi simpático às grandes finanças do Rio Grande do Sul não é o PT. "Os amigos de alguns grupos empresariais são o PTB, PPB, PSDB e PDT", disse.

Para Koutzii, cada vez que a CPI chegou perto de descobrir a corrupção, "deu marcha a ré e virou para outro lado. Há conivência de uma parte da CPI", disse, citando o caso do delegado Nelson Oliveira, que teria perguntado a Tubino onde estava o dinheiro do jogo do bicho. "Há pouco tempo um soldado da BM denunciou o sogro bicheiro que pagava a delegados", acrescentou.

Koutzii propõe acareação entre delegados corruptos e Tubino e levanta suspeitas contra a CPI: "Está muito claro que eles devem ter fechado um acordo e o preço do acordo foi essa fita".


Governo acusa cinco delegados e ex-juiz.
O secretário substituto da Justiça e da Segurança Pública, Lauro Magnano, entregou aos integrantes da CPI da Segurança Pública, documentos sobre o suposto envolvimento de delegados e policiais civis com crimes de contravenção, como jogo do bicho e máquinas caça-níqueis.

O relatório cita o envolvimento de cinco delegados e um ex-juiz em diversas irregularidades. Os delegados Abilio Pereira e Alexandre Vieira, que já depuseram na CPI, "estariam envolvidos" em apreensões e liberações sucessivas de máquinas eletrônicas. já o delegado Roberto Pimentel emitiu parecer liberando a instalação de máquinas eletrônicas da empresa Grub Game. Sobre o delegado Nelson Oliveira, o relatório mostra que ele foi nomeado em 1966 e, três anos mais tarde, pediu exoneração. "Estranhamente, em 1991, este delegado foi readmitido e recebeu indenização de R$ 300 mil, utilizando-se dos benefícios da lei de anistia", diz o documento.

O material denuncia o ex-juiz Francisco Barbosa, "que é advogado do grupo Grub Game e anunciou, quando era prefeito de Sapucaia, a construção do setor de radiologia do Hospital Getúlio Vargas com dinheiro oriundo do jogo do bicho".


Maluf volta a depor na PF sobre crimes eleitorais
Em pouco mais de uma hora, o ex-prefeito depôs em cinco inquéritos que apuram problemas na campanha de 2000

Uma semana depois de ter sido levado à força à Casa de Custódia da Polícia Federal, em São Paulo, para prestar depoimento, o ex-prefeito Paulo Maluf voltou ao prédio na manhã de ontem para "limpar a pauta" e evitar novos constrangimentos. Em pouco mais de uma hora, depôs em cinco inquéritos que apuram crimes eleitorais supostamente cometidos durante a disputa pela Prefeitura de São Paulo, em 2000.

No único caso em que é investigado, Maluf é acusado pelo então candidato tucano a prefeito de São Paulo, Geraldo Alckmin, de articular o apoio de quatro adversários nanicos em favor do pepebista, durante a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV. O ex-prefeito negou seu envolvimento, dizendo conhecer somente José Maria Marin dos quatro nanicos citados na denúncia.

Marin foi vice-governador de São Paulo na gestão Maluf e assumiu o governo durante dez meses, quando Maluf renunciou ao cargo para disputar uma vaga de deputado federal.
Maluf é o denunciante em quatro inquéritos. Em um, acusa militantes do PT de danificar cartazes da campanha do PPB.


Serra e Malan serão convocados a depor.
O PSDB está apreensivo com o processo a ser aberto pela Corregedoria da Câmara para apurar as relações de sete deputados e um ex-deputado com um dos maiores lobistas de Brasília, Alexandre Paes Santos, conhecido por APS. Quatro deles são tucanos.

Os tucanos temem sobretudo que a oposição aproveite a situação para explorar ao máximo o suposto envolvimento de funcionários do Ministério da Saúde num esquema de arrecadação de fundos para a candidatura presidencial do ministro José Serra.

Serra e o ministro Pedro Malan, da Fazenda, deverão ser convocados para explicar a atuação do lobista APS em seus ministérios.


Parecer será votado amanhã.
A preocupação em proporcionar maior celeridade às decisões judiciais é a linha mestra do parecer que o senador Bernardo Cabral (PFL/AM) apresenta amanhã em reunião da Comissão de Constituição, justiça e Cidadania (CCJ), à proposta de emenda à Constituição (PEC) que introduz mudanças na estrutura do Poder judic iário.

Alvo de 37 emendas parlamentares, a proposta tramita em conjunto com outras 15 PECs correlatas e será analisada ao lado de outras 20 proposições em pauta na CCJ.
Em relação à proposta original, o relatório de Cabral avança nos dispositivos que tratam da súmula vinculante, do nepotismo e de uma quarentena para juízes aposentados. Outro destaque a ser apreciado pela CCJ é o prazo para renúncia de senador punido.


Pratini quer encarar presidência do País.
Presidenciavel do PPB critica o petista Lula: "É aquela coisa de cabeça colonial, despreparada".

O ministro da Agricultura, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, disse, ontem, no Rio de Janeiro, durante almoço na Associação Comercial, que seu nome já foi lançado em 15 estados como pré-candidato pelo seu partido, o PPB, à Presidência da República. "Não me considero candidato, mas se o meu nome for colocado, eu encaro. Não posso me furtar.

Como gaúcho, não fujo de carreira", disse o ministro.
Pratini chegou a admitir que pode ser chamado de pré-candidato e adiantou que seu partido não fará prévias. O ministro fez críticas ao programa de governo do Partido dos Trabalhadores, afirmando que é um discurso enterrado há 30 anos.

Acrescentou que o seu partido, ainda não decidiu se fará alianças no primeiro turno das eleições, mas ressaltou que em alguns estados, como o Rio Grande do Sul, o PPB concorrerá com candidatura própria, em todas as instâncias, inclusive governador.

Pratini de Moraes voltou a atacar Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando desta vez que o presidenciável do PT tem uma "cabeça colonial". Segundo Pratini, é uma insensatez negar a importância da exportação, "sobretudo num mundo cada vez mais integrado".

Mas defendeu uma postura definitivamente firme do Brasil para a conquista do mercado externo, "na base do toma-lá-dá-cá. E aquela coisa de cabeça colonial, despreparada, que tem medo de negociar, de mostrar que o Brasil é bom".


Tasso Jereissati tenta aproximação com PPB.
O governador do Ceará, Tasso Jereissati, do PSDB, ensaia uma aproximação com o PPB e deve se encontrar com o governador Espendião Amin, de Santa Catarina, para selar essa possível união e fortalecer sua pré-candidatura à Presidência no Sul e Sudeste do País, áreas hoje dominadas por seu principal rival tucano, o ministro da Saúde, José Serra.

A grande afinidade entre Amin e o senador Jorge Bornhausen, do PFL, que encabeça as críticas a uma candidatura de Serra, pode facilitar o diálogo entre os dois governadores, que deverá acontecer em Florianópolis, ainda sem data marcada, segundo Tasso.

Na semana passada, Amin confirmou que estava falando com Tasso sobre sucessão. Ontem, o governador catarinense não foi encontrado para comentar o assunto.

Tasso ironizou seu principal rival tucano, ao afirmar que Serra "já é candidato a presidente há muito tempo", apesar de sempre se negar a falar no assunto. "Estou anos luz atrás do ministro", disse. Já para o outro rival, o petista Luiz Inácio Lula da Silva, sobraram elogios: "Eu gosto do Lula, concordo com suas idéias. Mesmo que ele não goste de mim."


Editorial

Carga pesada e injusta

Um dos mais respeitados tributaristas do País, Ives Gandra Martins escreveu artigo no jornal Valor, contestando o deputado José Genoíno (PT-SP), que defende a elevação da carga tributária no Brasil, com o argumento de que "burgueses e empresários pagam pouco tributos, enquanto os trabalhadores pagam muito".

Ives diz que a análise de Genoíno é distorcida "precisamente por não enfrentar o maior problema da política de arrecadação no País, que é o destino da arrecadação tributária, o que leva a uma falsa impressão de que a solução está em aumentar o seu peso sobre as pessoas, para fazer justiça tributária".

O tributarista lembra que o Brasil, apesar de prestar sofríveis serviços públicos, tem carga superior a do Japão, Estados Unidos, Austrália, Suíça etc.
Mas a distorção não está no peso da carga e nem na qualidade da prestação de serviços públicos. "Não é razoável defender o aumento de tributos à guisa de fazer justiça social, quando 60% dos tributos são destinados a remunerar servidores públicos.

Trata-se de retirar recursos da sociedade, não para que o Estado possa servi-Ia, mas para manter os detentores do poder (burocratas e políticos) !!!", escandaliza-se Gandra.
Ele diz mais :" E, quando não se pretende mexer na máquina administrativa - o próprio deputado José Genoíno e seu partido defendem o fortalecimento das estruturas burocráticas - à evidência, quase 60% dos 34% de todo o esforço produtivo nacional acabam sendo direcionados para sustentar, exclusivamente, a emperrada máquina administrativa de 5.500 entidades federativas, e não para prestar serviços públicos ou fazer justiça social."

A carga tributária brasileira é quase toda destinada para esta finalidade, lembrando-se que os inativos aposentados recebem mais de dez vezes o que percebe o cidadão "não governamental", ao se aposentarem, quase sempre antes do que é permitido ao trabalhador do segmento privado.

Ives conclui: "Não critico o bom servidor público. Critico a falácia de se dizer que quem cria riquezas, que é o setor privado, deva sustentar máquinas esclerosadas, enquanto os arautos do aumento da carga tributária não pensam em modernizar a administração pública, simplificar a vida do cidadão, reduzir os controles inúteis e valorizar o bom servidor pela eliminação dos maus.

Estes objetivos, infelizmente, não fazem parte do ideário nem do horizonte dos parlamentares que, pretendendo fazer o mais fácil, só têm projetos de aumento da carga tributária."


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10/30/2001


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