FHC recebe pefelista em jantar









FHC recebe pefelista em jantar
Governadora pediu conversa a sós com presidente há duas semanas

O presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu ontem à noite, no Alvorada, a candidata do PFL à Presidência, Roseana Sarney (MA). A governadora afirmou antes do encontro que a visita não significava a desistência da sua candidatura, mas sim um esforço para construir uma candidatura única entre os aliados do governo.

Se a eleição fosse hoje, argumentou, a candidata provavelmente seria ela. Mas a sua intenção é adiar a escolha do candidato de consenso do governo para maio. Roseana pediu o encontro para discutir a sucessão presidencial num momento em que o ministro José Serra (Saúde), o candidato do PSDB, intensificou os entendimentos para uma aliança com o PMDB.

Ela solicitou formalmente o encontro a FHC há duas semanas, quando era tenso o ambiente entre PSDB e PFL. FHC ligou para Roseana no final da semana passada marcando o jantar de ontem. Nesse período, a governadora e FHC se falaram uma vez ou outra ao telefone. A relação dos dois nunca esteve abalada como a relação PSDB-PFL, devido a declarações de tucanos que qualificavam a maranhense como uma representante da oligarquia nordestina.

Antes de ir à Rússia, FHC visitou o patriarca do clã, o senador José Sarney (PMDB-AP), o que desanuviou o ambiente.

Segurança
Devido ao jantar, Roseana modificou sua agenda. A finalização das gravações para o programa de TV do PFL, prevista inicialmente para ontem, foi adiada para hoje. Ela viaja cedo para São Paulo, onde participa das gravações.

Na capital paulista, Roseana terá um encontro com o senador Romeu Tuma (PFL-SP) para discutir propostas para o seu programa na área de segurança pública. Ela já recebeu sugestões do deputado Moroni Torgan (PFL-CE) ontem em Brasília.

O programa já tem uma idéia central: a estadualização das penas, como nos EUA. Assim, alguns crimes poderiam ter uma pena mais pesada em determinados Estados.

Ontem, Roseana ligou para Serra pedindo um encontro na próxima semana. Foi um lance político para mostrar a insatisfação do PFL com a acelerada aproximação de Serra com o PMDB. FHC não tem interesse em abrir mão do apoio do PFL, mas a investida de Serra sobre o PMDB assustou os pefelistas.


Tucano vai sediar comitê eleitoral em Brasília
A exemplo do que fizeram Fernando Henrique Cardoso, em 1994 e 98, e Fernando Collor de Mello em 1989, o tucano José Serra decidiu sediar em Brasília o comitê central de sua campanha à Presidência da República.
Assessores de Serra e do PSDB já visitaram dois prédios, mas ainda não há contrato fechado. Desde que assumiu a candidatura, Serra imprimiu um ritmo acelerado à organização da campanha.

O jornalista carioca Milton Coelho da Graça, que será seu assessor de imprensa, está de mudança para a cidade, onde deve morar durante a campanha. Henrique Caban, outro jornalista do Rio, cuidará da parte referente à internet e à mala-direta. Nesta fase da campanha, os assessores serão contratados e pagos pelo PSDB.

Serra ainda não definiu quem chefiará o comitê. Será um nome do PSDB que não disputará as eleições. O ex-senador José Richa, que era cotado, teria problemas para conciliar a campanha com suas atividades privadas. Mas deve ter papel importante nas articulações políticas. Outro paranaense lembrado, Euclides Scalco, presidente da Itaipu Binacional e ex-coordenador político da campanha de FHC, também parece fora de cogitação. Mas se dispõe a ajudar, dentro das limitações que seu cargo impõe.

Serra também não definiu o nome do diretor-financeiro do comitê, mas já estabeleceu uma diretriz para o setor: só aceitará doações "por dentro", conforme disse a um interlocutor.

O PSDB escolhe com cuidado a sede do comitê. Em 94, FHC alugou um prédio e teve problemas: a empresa proprietária e a que forneceu o material de escritório tinham contratos com o governo.

Em 89, Collor, que também decidiu instalar seu comitê central em Brasília, optou por utilizar prédio da construtora do amigo Luiz Estevão, que mais tarde se elegeria para o Senado e acabaria sendo cassado, após seu nome aparecer associado ao desvio de verbas da obra do Fórum Trabalhista de São Paulo.


Inclinado por Serra, PMDB adia sua decisão para março
Atitude contraria tucano, que quer fechar com o partido em fevereiro

A maioria da cúpula do PMDB, que deu início a uma operação para sepultar a candidatura própria do partido à Presidência, considera que o fim de março é a data apropriada para selar uma eventual aliança com José Serra, pré-candidato tucano ao Planalto.

O ministro da Saúde gostaria de fechar a aliança até 24 de fevereiro, data da pré-convenção do PSDB. Como a Folha antecipou, Serra já ofereceu ao PMDB a vaga de vice na chapa, ministérios em um eventual governo e alianças vantajosas para peemedebistas nas eleições estaduais. Mas é improvável que a aliança ocorra até 24 de fevereiro devido aos problemas internos do PMDB.

É consenso na cúpula que nenhum dos três pré-candidatos peemedebistas tem viabilidade para ganhar a Presidência e que o partido acabará se aliando a Serra, o mais provável, ou à governadora Roseana Sarney (PFL-MA), uma opção ainda não descartada.

A união com Serra é a preferida pela maioria da cúpula do PMDB, que deseja tomar o lugar do PFL como aliado preferencial dos tucanos. Mas o ministro da Saúde precisará subir nas pesquisas eleitorais, o que os peemedebistas avaliam que acontecerá. No último levantamento do Datafolha, no início do mês, Serra teve 7%, contra 21% de Roseana. Para dirigentes do PMDB, fechar logo com Serra seria um salto no escuro.

No entanto, antes de pensar em aliança, o PMDB precisa bombardear a prévia, marcada para 17 de março e na qual estão inscritos o governador de Minas, Itamar Franco, o senador Pedro Simon (RS) e o ministro Raul Jungmann (Desenvolvimento Agrário).

Ontem, o presidente do partido, o deputado federal Michel Temer (SP), saiu a campo para acalmar os peemedebistas contrariados com as declarações do líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA). Cumprindo uma estratégia traçada pela maioria da cúpula, Geddel disse anteontem que "está ficando difícil viabilizar uma candidatura própria" e defendeu a negociação com Serra.

"O líder Geddel expressou uma opinião pessoal, que ele tem faz tempo", disse Temer. O presidente do partido afirmou que "há membros do PMDB com inclinação em direção a Serra, há outros que imaginam uma aliança com Roseana e há ainda os que defendem uma candidatura própria".

Segundo Temer, "esta questão tem de ser administrada com cautela até março, mês decisivo para o partido". O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), visto como um dos defensores de Roseana, também deseja março como data decisiva: "Até o final de março, temos de avaliar se viabilizamos a candidatura própria ou se fazemos uma aliança. Não podemos ter ansiedade para antecipar a folhinha do calendário".

Pelo estatuto do PMDB, a prévia de 17 de março poderia ser cancelada ou adiada para junho, por exemplo. É que a data marcada pela convenção de 2001 era 20 de janeiro de 2002. Como a prévia foi adiada, a Executiva, dominada pelos governistas, poderia argumentar que a decisão da convenção valia só para 20 de janeiro e que poderia fazer novo adiamento ou até cancelar a disputa.

No entanto, essa manobra traria desgaste porque o adiamento para 17 de março foi fruto de um acordo entre todas as tendências. O desejo da cúpula é costurar a desistência de Itamar, Simon e Jungmann para fazer aliança com respaldo de todo o partido.


Crime e apagão fazem FHC adiar reunião ministerial
Para presidente , temas que dominam noticiário contaminariam pauta

O presidente Fernando Henrique Cardoso adiou de hoje para o dia 6 de fevereiro a primeira reunião ministerial do seu último ano de governo. FHC considerou que a agenda desta semana foi tumultuada e que os temas que dominam no noticiário contaminariam a pauta da reunião.

Segundo a assessoria do presidente, o objetivo da reunião, que é discutir o programa de trabalho deste ano, seria prejudicado pela discussão inevitável dos desdobramentos do assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), e do blecaute que atingiu dez Estados na última segunda.

Depois de todo o noticiário negativo dos últimos dias, o governo espera que a reunião possa se concentrar numa "agenda positiva". Para isso, o primeiro esforço será evitar a discussão da reforma ministerial. Está prevista a saída de 13 dos 28 ministros até o dia 6 de abril, quando termina o prazo de desincompatibilização de ocupantes de cargos públicos que vão disputar as eleições de outubro.

A mensagem do presidente é que o governo continua até o último dia, independentemente da eleição e da saída dos ministros -três deles pré-candidatos a presidente (José Serra, da Saúde; Pratini de Moraes, da Agricultura; e Raul Jungmann, do Desenvolvimento Agrário).

A participação na reunião do ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Martus Tavares, é considerada fundamental.

Em ano eleitoral, o governo não quer correr o risco de ter a execução do Orçamento emperrada pelas restrições da Lei Eleitoral, que proíbe transferências voluntárias de recursos federais para Estados e municípios a partir de 6 de julho. Esses recursos são normalmente repassados via convênios, que precisam seguir uma série de exigências. Se não forem feitos com antecedência, os recursos ficarão bloqueados.

O problema neste ano é menor do que o verificado em eleições anteriores, quando o Orçamento começava a ser executado em abril ou maio, com pouquíssimo tempo hábil, tendo em vista a proibição da Lei Eleitoral.


Arruda discute segurança com FHC
O ex-líder do governo no Senado José Roberto Arruda (ex-PSDB e hoje filiado ao PFL do Distrito Federal), que renunciou ao mandato no ano passado após envolvimento na fraude do painel eletrônico da Casa, recebeu ontem manifestação de prestígio por parte do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Arruda foi chamado ao Palácio da Alvorada para conversar sobre duas propostas de sua autoria referentes à segurança pública. Uma delas obriga as operadoras de telefonia a cadastrar todos os usuário do celular pré-pago. Na justificativa do projeto, o ex-senador disse que, da forma como funciona a venda de celulares pré-pagos no país, eles acabam sendo utilizados pela criminalidade.

O outro projeto proibia a venda e o porte de armas de fogo no país.

Foi o segundo encontro de Arruda com FHC desde que renunciou -para escapar de um processo por quebra de decoro.


PSDB inicia ofensiva contra desgaste político de Alckmin
Na TV e no rádio, tucanos tentam despartidarizar crime contra petista

Acuado por críticas sobre a política de segurança pública do Estado desde o assassinato do prefeito Celso Daniel (PT), o PSDB paulista já prepara um contra-ataque na tentativa de diminuir o impacto do episódio sobre a candidatura à reeleição do governador Geraldo Alckmin.

Desde ontem, a legenda vem ocupando as inserções estaduais de rádio a que tem direito com uma mensagem em que reforça operação já desencadeada por lideranças nacionais tucanas para despartidarizar o caso.
""Não é hora de fazer exploração política em cima da dor e da brutalidade. É o momento de nos unirmos nesta guerra de todos os homens de bem contra aqueles que afrontam a lei", diz o texto, reproduzido pelo presidente estadual da sigla, Edson Aparecido.

Sugerida pelo próprio Alckmin, segundo os tucanos, a propaganda foi regravada anteontem às pressas e deve ir ao ar também amanhã. Avaliação posterior indicará se será repetida nos dias 28 e 30, também reservados à sigla.

Além dos spots, que seriam veiculados na noite de ontem na televisão, o partido prepara uma ofensiva com números sobre a situação da segurança em administrações municipais do PT e do PPB do ex-prefeito Paulo Maluf.

A idéia é demonstrar que cidades comandadas pelos dois partidos em mais de uma ocasião não reduziram seus índices de criminalidade e de violência.

Com isso, a expectativa é esvaziar o discurso petista de incompetência do Estado tucano no combate ao crime e, ao mesmo tempo, comprovar a ineficácia prática do malufismo no setor.

Nos municípios escolhidos também poderá ser constatada, de acordo com os tucanos, a redução em investimentos sociais que poderiam contribuir para a diminuição da violência.

O aspecto social do problema receberá destaque ainda com a divulgação de obras do governo, como a construção de quadras esportivas em favelas e bairros pobres da região metropolitana.

Além de pretender com isso demonstrar que o PSDB se preocupada com as causas sociais da violência, o partido quer reforçar o discurso de que a Prefeitura de São Paulo poderia contribuir com medidas do gênero para a superação da crise na área.

Como vantagem adicional, espera também marcar posição contrária a José Genoino, pré-candidato petista à sucessão estadual, que recentemente defendeu ação mais enérgica da Rota e a adoção de penas mais severas.
Líderes do PSDB de São Paulo avaliam que, apesar de a segurança pública já ter feito parte das últimas campanhas estaduais, o tema ganhou novos contornos com o assassinato do prefeito petista.

O temor óbvio do partido é que seja atribuída a Alckmin a culpa pelo caso. Desde 1994 no poder -primeiro como vice de Mário Covas e desde o ano passado como titular do cargo-, o governador tem na segurança o principal ponto fraco de sua gestão.


Artigos

PSDB inicia ofensiva contra desgaste político de Alckmin
Na TV e no rádio, tucanos tentam despartidarizar crime contra petista

Acuado por críticas sobre a política de segurança pública do Estado desde o assassinato do prefeito Celso Daniel (PT), o PSDB paulista já prepara um contra-ataque na tentativa de diminuir o impacto do episódio sobre a candidatura à reeleição do governador Geraldo Alckmin.

Desde ontem, a legenda vem ocupando as inserções estaduais de rádio a que tem direito com uma mensagem em que reforça operação já desencadeada por lideranças nacionais tucanas para despartidarizar o caso.

""Não é hora de fazer exploração política em cima da dor e da brutalidade. É o momento de nos unirmos nesta guerra de todos os homens de bem contra aqueles que afrontam a lei", diz o texto, reproduzido pelo presidente estadual da sigla, Edson Aparecido.

Sugerida pelo próprio Alckmin, segundo os tucanos, a propaganda foi regravada anteontem às pressas e deve ir ao ar também amanhã. Avaliação posterior indicará se será repetida nos dias 28 e 30, também reservados à sigla.

Além dos spots, que seriam veiculados na noite de ontem na televisão, o partido prepara uma ofensiva com números sobre a situação da segurança em administrações municipais do PT e do PPB do ex-prefeito Paulo Maluf.

A idéia é demonstrar que cidades comandadas pelos dois partidos em mais de uma ocasião não reduziram seus índices de criminalidade e de violência.

Com isso, a expectativa é esvaziar o discurso petista de incompetência do Estado tucano no combate ao crime e, ao mesmo tempo, comprovar a ineficácia prática do malufismo no setor.

Nos municípios escolhidos também poderá ser constatada, de acordo com os tucanos, a redução em investimentos sociais que poderiam contribui r para a diminuição da violência.

O aspecto social do problema receberá destaque ainda com a divulgação de obras do governo, como a construção de quadras esportivas em favelas e bairros pobres da região metropolitana.

Além de pretender com isso demonstrar que o PSDB se preocupada com as causas sociais da violência, o partido quer reforçar o discurso de que a Prefeitura de São Paulo poderia contribuir com medidas do gênero para a superação da crise na área.

Como vantagem adicional, espera também marcar posição contrária a José Genoino, pré-candidato petista à sucessão estadual, que recentemente defendeu ação mais enérgica da Rota e a adoção de penas mais severas.
Líderes do PSDB de São Paulo avaliam que, apesar de a segurança pública já ter feito parte das últimas campanhas estaduais, o tema ganhou novos contornos com o assassinato do prefeito petista.

O temor óbvio do partido é que seja atribuída a Alckmin a culpa pelo caso. Desde 1994 no poder -primeiro como vice de Mário Covas e desde o ano passado como titular do cargo-, o governador tem na segurança o principal ponto fraco de sua gestão.


Colunistas

PAINEL

Questão de detalhes
Itamar Franco reúne-se hoje com Lula e José Dirceu em SP para acertar seu apoio à candidatura presidencial do petista.

Passo a passo
O apoio de Itamar a Lula não deverá, porém, ser anunciado publicamente agora. O governador fará hoje um último gesto em defesa das prévias do PMDB para a Presidência. A fim de desgastar a cúpula governista da sigla e preparar o terreno para a retirada de sua pré-candidatura.

Saída de emergência
Itamar quer sair da disputa presidencial com o discurso de que foi sabotado pela cúpula governista do PMDB. O mineiro terá o apoio do PT para o cargo que decidir disputar: o Senado ou a reeleição ao governo.

Cortejo fúnebre
Michel Temer e Geddel Vieira Lima estão sendo chamados de "coveiros do PMDB" pelos itamaristas: "Se conseguirem levar o PMDB a apoiar José Serra, o partido será esquartejado e enterrado. Vai um para cada lado".

Fora de hora
Nizan Guanaes entrou em férias no meio da gravação do programa de TV de Roseana, que vai ao ar no dia 31. Apesar de o marqueteiro ter deixado o roteiro pronto, muitos pefelistas desconfiam de que ele voltará de viagem diretamente para a campanha de José Serra.

Discurso e prática
O plano de segurança de Lula (PT) prevê a desvinculação total entre o Exército e a PM. Acaba também com a possibilidade de o Exército auxiliar a polícia no patrulhamento das cidades. Exatamente o contrário do que pregaram líderes do PT após o assassinato de Celso Daniel.

Voz isolada
O plano petista não prevê mudanças no Código Penal. Portanto não permite a adoção da prisão perpétua para sequestradores, defendida, entre outros, por José Genoino (SP).

Mais um
Geraldo Alckmin (PSDB) estuda criar no governo de São Paulo um "conselho de notáveis" da sociedade civil para discutir a segurança pública.

Escolha do chefe
O tucano Fábio Feldman é cotado para o Ministério do Meio Ambiente. O ministério, hoje ocupado pelo pefelista Sarney Filho, é da cota pessoal de FHC.

Xadrez maranhense
O ministro Sarney Filho (Meio Ambiente) tem convocado correligionários no Maranhão para avisá-los de que será ele o candidato da família ao Senado.

De olho no futuro
Anthony Garotinho prometeu à cúpula do PSB não desistir de sua candidatura presidencial mesmo se não tiver chances de vencer. O governador acha que, no mínimo, conseguirá alavancar seu nome para 2006. Ciro Gomes adotou a mesma estratégia na eleição passada.

Estrutura de campanha
Garotinho vai reunir-se na próxima semana com os candidatos aos governos estaduais do PSB. Nos últimos dias, o presidenciável conseguiu montar palanques importantes para sua candidatura em SP (Erundina), em Minas (João Leite), no Rio de Janeiro (Rosinha) e no Maranhão (Ricardo Murad).

Visão petista
O PT considera que o encontro de Lula com FHC foi altamente positivo para a imagem do presidenciável. Teria mostrado que o petista não é "radical" e que "está aberto ao diálogo com as outras forças políticas".

Bomba desarmada
O Planalto respirou aliviado após o encontro de FHC e Lula. Considera que o petista poderia ter deixado o presidente em situação delicada se tivesse apresentado propostas concretas para a segurança. FHC, no contexto do caso de Celso Daniel, não teria como defender sua política.

TIROTEIO

Da senadora Heloísa Helena (PT-AL), sobre a política de segurança pública de FHC:
- É preciso aparecer a necropsia de alguém famoso na mídia para o governo falar em política de segurança pública. Depois, quando a mecânica da vida encerra o assunto, os projetos vão todos para a gaveta.

CONTRAPONTO

Fama antiga
O presidente nacional do PL, deputado Valdemar Costa Neto (SP), costumava frequentar o Palácio do Planalto durante o governo de Itamar Franco.
No início de 1993, Valdemar entrou na sala de Henrique Hargreaves, chefe do Gabinete Civil de Itamar, e o encontrou desesperado. Hargreaves procurava FHC, então ministro das Relações Exteriores.
- Ele ainda não voltou de viagem? - perguntou Hargreaves pelo telefone à secretária, que confirmou a notícia.
- Não é possível, o presidente quer falar com ele! - reclamou.
Enquanto Valdemar e Hargreaves conversavam, a secretária tentou várias vezes localizar FHC no exterior, sem sucesso.
Irritado, o chefe do Gabinete Civil desabafou com Valdemar:
- Já falei para o Fernando Henrique que ele é ministro das Relações Exteriores, e não ministro do governo no exterior!


Editorial

REAÇÃO EMOCIONAL

O assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), desencadeou uma tremenda reação emocional em todo o país. É natural e, sob o aspecto da psicologia social, até salutar que seja assim. O risco é que a comoção dê lugar à histeria e que propostas estapafúrdias como a introdução da pena de prisão perpétua prosperem.

Com efeito, o festival de bobagens, idéias mirabolantes e obviedades que tomou conta das páginas dos jornais nos últimos dias impressiona. Não é fácil aceitar que a onda de violência seja combatida proibindo a existência dos telefones celulares pré-pagos, como indicou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). É evidente que a bandidagem se vale desses aparelhos, mas também utiliza carros, armas e outros produtos, que podem ser ou não usados para ilícitos. Ninguém de bom senso vai propor a proibição de computadores para acabar com os crimes virtuais.

Sugerir, como sugeriu o ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), que a polícia possa pôr um fim à onda de sequestros da mesma forma como desmantelou as organizações de esquerda durante o regime militar é ofensivo. Os métodos pelos quais as forças de segurança agiram naquela época para desbaratar aqueles grupos não são admissíveis num Estado democrático de Direito.

A impressão que fica é a de que autoridades se sentem compelidas a dar satisfações para a população, mas, como não têm respostas a dar, dizem a primeira coisa que lhes vem à cabeça. Por mais frustrante que seja, não há nenhuma medida a adotar que possa, como num passe de mágica, acabar com a criminalidade da noite para o dia. O roteiro para fazer reverter os atuais índices é conhecido. Passa por investimentos não só no aparelho repressivo policial mas também em educação, lazer, saúde, em inserção social, enfim.

O Brasil levou décadas para chegar à terrível situação em que se encontra; infelizmente, não vai poder sair dela em poucos meses ou anos.


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01/24/2002


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