Freitas Neto defende adoção de orçamento impositivo



O senador Freitas Neto (PSDB-PI) conclamou o Congresso a aprovar a proposta de emenda constitucional, de autoria do ex-senador Antônio Carlos Magalhães, que torna o Orçamento lei impositiva. Atualmente, a lei orçamentária é meramente autorizativa e a intenção do senador é evitar que o governo federal contingencie despesas, "ignorando um conjunto de despesas que havia sido aprovado e não será efetuado".

O senador salientou que o contingenciamento decorre de uma distorção da Constituição de 1988, que manteve o orçamento como uma lei autorizativa, não como lei imperativa. Para ele, trata-se de um dispositivo que atinge a própria legitimidade do processo orçamentário ao permitir que o Executivo, de maneira arbitrária, possa decidir executar, ou não, as despesas previstas. "É uma prerrogativa estranha ao direito da quase totalidade das democracias", garantiu. Freitas Neto reconheceu ser imprescindível que a proposta orçamentária contenha previsões de receita real, e não superestimada, como pode ocorrer hoje. "Seria um duplo aperfeiçoamento: evitar a manipulação dos dados de arrecadação bem como o descumprimento das despesas previstas na proposta, impedindo que o orçamento seja, como hoje, uma peça de ficção", explicou.

Freitas Neto disse que satisfeitas estas condições o Estado ficará mais eficaz e o Legislativo será poupado do descontingenciamento, "a desgastante luta de todo final de ano".

- Também os parlamentares não precisarão mais explicar, à opinião pública, que essa aparente briga por recursos constitui, apenas, a execução de um orçamento previamente definido por quem tem representatividade popular.

27/11/2001

Agência Senado


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