Futuros governos terão de ouvir Congresso nos acordos internacionais, conforme PEC de Requião



Os acordos, convênios e tratados que versem sobre comércio internacional a serem firmados pelos futuros governantes brasileiros terão de ser submetidos, desde o início de suas negociações, à apreciação do Congresso Nacional. Isso é o que está previsto na proposta de emenda à Constituição (PEC) nº 52, de autoria do senador Roberto Requião (PMDB-PR), que aguarda inclusão na Ordem do Dia, para ser discutida e votada pelo Plenário do Senado.

A proposta altera dois artigos da Constituição (49 e 84), determinando a obrigação de o Executivo submeter os acordos de comércio exterior à apreciação do Congresso, que teria um prazo de 30 dias para se pronunciar sobre eles.

Segundo Requião, a prática de submeter acordos comerciais internacionais ao Poder Legislativo é consagrada na maioria dos países, entre eles os Estados Unidos, Itália, Espanha, México, Uruguai, Índia, Paraguai e China.

No entendimento do senador, -a agenda do comércio mundial para os próximos quatro anos não poderá transformar o Congresso Nacional brasileiro num mero fantoche, homologador de acordos comerciais decididos na esfera do Executivo-, em especial se decorrentes da rodada de negociações promovidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC).

Até mesmo para se enfrentar os desafios de uma nova ordem econômica globalizada, observa o senador, é de fundamental importância que o Congresso Nacional emende a Constituição de 1988, para garantir maior transparência nos acordos internacionais.

- O Parlamento brasileiro terá pela frente o desafio da montagem, em um curto espaço de tempo, de uma estrutura leve, porém ágil, no cenário do Congresso Nacional, capaz de providenciar o estudo e a análise de propostas de negociação para o ingresso do Brasil no bloco econômico da União Européia e em uma possível Área de Livre Comércio das Américas (Alca), além de buscar acelerar as negociações comerciais destinadas a fortalecer, ampliar e consolidar o Mercosul - afirma Roberto Requião.

Para ele, a visão que prevalece hoje no Brasil de que os acordos internacionais devem ser firmados apenas pelo Poder Executivo, -ao seu bel-prazer-, é equivocada e ultrapassada, se comparada à que prevalece na maioria dos países.



25/10/2002

Agência Senado


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