Garotinho disputa com Serra 2º lugar; Lula segue na frente









- Garotinho disputa com Serra 2º lugar; Lula segue na frente

- Pesquisa Datafolha concluída ontem aponta um quadro indefinido na eleição presidencial, que se realiza hoje. Anthony Garotinho (PSB) passou de 17% para 19% dos votos válidos e acirrou a disputa pelo segundo lugar com José Serra (PSDB), que foi de 22% para 21%.

Como a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, os dois estão tecnicamente empatados. O petista Luiz Inácio Lula da Silva segue na frente, mas oscilou negativamente um ponto, de 49% para 48%.

Para vencer no primeiro turno, Lula precisa de mais de 50% dos votos válidos, que excluem os brancos e nulos. A campanha deste ano chega ao final mantendo uma de suas marcas, a imprevisibilidade.

Com exceção do petista, que esteve o tempo todo em primeiro, outros três candidatos ocuparam o segundo lugar isoladamente: a ex-governadora Roseana Sarney (PFL-MA), que chegou a empatar tecnicamente com Lula em fevereiro, mas desistiu em abril, Ciro Gomes (PPS) e Serra.

Esta é a maior eleição da história do País. São 115.254.113 eleitores escolhendo presidente, 27 governadores, 54 senadores, 513 deputados federais e 1.024 estaduais e distritais. Pela primeira vez, haverá urnas eletrônicas em todas as 335.871 seções de votação, que estarão abertas das 8h às 17h, horário em que terão início as apurações.

O TSE acredita que até a meia-noite possa divulgar os eleitos para cargos majoritários e aqueles que irão ao segundo turno. (Eleições 2002)

- A Polícia Federal apreendeu R$ 371 mil em São Luís momentos antes de o dinheiro ser embarcado em um avião fretado por assessores do governador José Reinaldo Tavares (PFL), que disputa a reeleição com o apoio da família Sarney.

O dinheiro, em notas de R$ 50 e R$ 100, estava endereçado a assessores do PFL e, segundo a denúncia, seria para comprar votos.

A coligação "O Maranhão segue em frente", que apóia Tavares e Roseana Sarney (PFL) para o Senado, disse que o dinheiro era para fiscalizar a campanha. (pág. Esp. 27)

- Paulo Maluf (PPB) oscilou dois pontos para baixo, de 29% para 27% dos votos válidos, e José Genoino (PT) passou de 23% para 24%, o que embolou ainda mais a disputa pela vaga no segundo turno contra o líder Geraldo Alckmin (PSDB).

No Datafolha, o governador tem 39% dos válidos. No segundo turno, o tucano derrota Maluf, por 57% a 34%, e também Genoino, por 55% a 35%.

A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Segundo o Datafolha, 81% estão totalmente decididos em quem votar.

Na disputa pelas duas vagas de São Paulo no Senado, Aloizio Mercadante (PT) segue com 37%, e Romeu Tuma (PFL) continua com 36%. Orestes Quércia (PMDB) oscilou um ponto para baixo e está com 32%. (pág. Esp. 15 e 17)

- (...) O primeiro turno de 2002 entra para a história pela qualidade dos candidatos grau de exigência dos eleitores, nova atitude da mídia e ausência de denúncias de uso da máquina.
Que ganhe o melhor, no primeiro ou no segundo turno. Hoje, tudo são interrogações. Que daqui a dez anos tenhamos uma certeza: votamos bem, deu certo! (Eliane Cantanhêde) pág. A2)


Colunistas

PAINEL

Na hipótese de a eleição não acabar hoje, Lula espera divulgar ainda nesta semana o apoio dos quatro candidatos que ficarem fora da fase final.

O petista avalia que terá o voto de Garotinho, se Serra continuar na disputa. E o do tucano, caso o candidato do PSB seja o adversário.

  • Serra considera que Garotinho deverá apoiar mesmo Lula, se o candidato do PSB ficar de fora da eleição. Mas tem uma esperança: um eventual segundo turno entre Rosinha (PSB) e Benedita da Silva (PT) no RJ. Nesse caso, acha o tucano, Garotinho não poderá subir no palanque de Lula.

  • Se Ciro ficar mesmo fora da disputa, o PDT deve apoiar Lula, independentemente do adversário do petista. O PPS também, apesar da proximidade entre Roberto Freire e FHC. Já o PTB fará exigências: assento na Mesa da Câmara e cargos no governo. (pág. A4)


    Editorial

    AS URNAS E A CRISE

    Mais de 115 milhões de brasileiros estão aptos a exercer, no dia de hoje, o gesto máximo de democracia. Pela quarta vez consecutiva no ciclo recente de democratização, o País vai às urnas para eleger diretamente o presidente da República.

    É uma marca que revela, ao mesmo tempo, uma fragilidade e uma virtude. Não devemos perder de vista que uma democracia somente se solidifica com décadas e décadas de continuidade institucional.

    Mas também não devemos hesitar em comemorar o feito por representar mais um passo no caminho correto. Em número de pleitos consecutivos, a chamada "Nova República" já se equipara ao período democrático anterior (1945-1964). (...) (pág. A2)


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    10/06/2002


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