Lula cresce e Garotinho já empata com Serra









Lula cresce e Garotinho já empata com Serra
Pesquisa do Ibope indica que petista, agora com 41%, está mais perto da vitória no primeiro turno

O candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu 2 pontos e passou de 39% para 41%, segundo a pesquisa do Ibope, divulgada ontem à noite pela TV Globo. José Serra (PSDB) oscilou 1 ponto para baixo, passando de 19% para 18%.

Como a margem de erro é de 1,8 ponto percentual, para mais ou para menos, Serra está tecnicamente empatado com Anthony Garotinho (PSB) em segundo lugar. O ex-governador do Rio, pela quarta rodada consecutiva, oscilou 1 ponto para cima, chegando a 15%. Ele está tecnicamente empatado com Ciro Gomes (PPS), que perdeu 2 pontos e caiu de 14% para 12%.
Os votos em branco e nulos caíram de 5% para 4% e o índice de indecisos passou de 9% para 10%. A pesquisa foi feita entre os dias 21 e 24. Foram ouvidos 3 mil eleitores em 203 municípios.
Lula voltou a ter 48% dos votos válidos (soma de todos os votos, menos os em branco e nulos), o que significa que ele está a 2 pontos de se eleger ainda no primeiro turno. Para que não haja segundo turno, um candidato precisa atingir 50% dos votos válidos mais um voto.

Nas simulações para o segundo turno, Lula continua vencendo todos os adversários. Se a disputa fosse com Serra, o petista venceria por 55% a 35%. Ele aumentou a distância em relação ao tucano, já que no último levantamento o índice era de 51% a 37%.

Num confronto com Ciro, Lula se elegeria por 56% a 32%. Se disputasse com Garotinho, o petista ganharia por 55% a 34%.

Os resultados das simulações de segundo turno reforçam a tendência de fragilidade nas campanhas de Serra e de Ciro, e consolidam a indicação de crescimento de Lula apontada no levantamento de primeiro turno.

Lula havia oscilado 2 pontos para baixo na pesquisa anterior do Ibope, que foi divulgada na sexta-feira. Ele tinha passado de 41% para 39%. O levantamento foi feito entre os dias 17 e 19, coincidindo com o período em que Serra usou o programa eleitoral gratuito para fazer as críticas mais contundentes a Lula.

Segundo a analista de pesquisas eleitorais e consultora do Grupo Estado Fátima Pacheco Jordão, o levantamento anterior pode ter captado um desgaste do petista, mas não conseguiu captar os efeitos da resposta que o PT deu às críticas em seu programa do dia 19. Já esta última pesquisa foi feita num período em que Serra abrandou os ataques, mas foi alvo de todos os adversários. Serra aparecia estável numericamente nas três últimas rodadas com 19%.

PPS descarta a renúncia de Ciro
O presidente nacional do PPS, o senador Roberto Freire , negou ontem uma eventual renúncia do candidato da Frente Trabalhista (PPS, PDT e PTB), Ciro Gomes, em apoio à candidatura do petista Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas de intenção de voto.

Segundo Freire, seria uma "insensatez" para qualquer candidato renunciar para favorecer a candidatura de Lula. "Não faz o menor sentido. O segundo lugar das eleições ainda está completamente indefinido. E mesmo que houvesse definição, Ciro não seria o candidato a renunciar. Existem outros em situação pior para pensar em abrir mão de sua candidatura", disse.
Para o senador, que sempre foi contrário à tática da campanha de Ciro de responder aos ataques do tucano José Serra usando a mesma moeda, o resultado das últimas pesquisas eleitorais mostra que sua estratégia estava certa desde o início.

"Agora que Ciro não está mais no embate direito com Serra, sua candidatura volta a se recuperar e ele ganha mais chances de chegar ao segundo turno", disse.

Da mesma forma, Freire acredita que a estagnação de Serra nas pesquisas é reflexo da própria estratégia do candidato de usar o horário eleitoral para ofender e destruir a imagem de seus adversários. "O que vale daqui por diante é mostrar quem é o candidato mais bem preparado para governar o País", afirmou o senador.

Dentro dessa linha, Ciro deve manter o discurso utilizado há duas semanas, em que se coloca como a melhor opção entre o candidato que representa a continuidade piorada do governo atual (Serra) e outro que pode "colocar fogo no País, jogar o País numa aventura" (Lula).

"É dessa forma que estamos nos recuperando e não com ofensas. Estamos mostrando quem é o melhor e o mais bem preparado para tirar o País da crise."

Pesquisa Datafolha divulgada no domingo, no entanto, mostra Ciro em quarto lugar da disputa com 13% das intenções de voto. Ele está atrás de Lula, com 44%, de Serra, com 19%, e de Anthony Garotinho (PSB), que aparece com 15%.

ACM tem 55% dos votos dos baianos
Duas pesquisas eleitorais indicam que o ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), que renunciou a seu mandato no ano passado para evitar a cassação, deverá voltar ao Congresso com os votos de mais da metade dos eleitores da Bahia.

Segundo levantamento do Vox Populi, ACM tem a preferência de 55% dos eleitores baianos. Pelo Ibope, ACM aparece com 51%.

Em segundo lugar, está o companheiro de chapa de ACM, o atual governador César Borges (PFL), com 51%. Depois aparecem Waldir Pires (PT), com 20%, e João Durval Carneiro (PDT), com 12%.
A pesquisa do Ibope foi contratada pela TV Bahia, e a do Vox Populi pelo jornal Correio da Bahia. Os dois veículos pertencem à família do ex-senador.

Com a sua volta ao Senado, como indicam as pesquisas, ACM irá protagonizar uma espécie de ressurreição política, já que perdeu boa parte de seu poder e influência desde que renunciou ao mandato, no ano passado. O político tomou essa decisão para evitar a abertura de um processo e cassação com ele. Na época, a chuva de acusações sobre ACM foi causado pelo escândalo da violação do painel do Senado.

Na ocasião, ACM e o líder do governo na Casa, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), que também, de acordo com as pesquisas, deve ser eleito deputado federal pelo Distrito Federal, tiveram acesso a uma lista de votação mostrando como cada um dos parlamentares havia se manifestado em uma votação secreta.

ACM e Arruda renunciaram para evitar a cassação de seus mandatos e a perda dos direitos políticos por oito anos. Ao deixar o Senado, ACM lançou uma profecia: ele disse que voltaria fortalecido. Na ocasião, ACM previu que ganharia um novo mandato com forte apoio popular.

TRF mantém habeas corpus para Jader
O habeas corpus concedido ao ex-senador Jader Barbalho (PMDB-PA), candidato a deputado federal, pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará, foi mantido ontem por decisão da 3ª Turma do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, com sede em Brasília. Jader é acusado de desvio de US$ 68 milhões da extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).

Os outros sete acusados no caso, que também tiveram seus habeas corpus mantidos ontem, são o ex-superintendente da Sudam no Pará Arthur Guedes Tourinho (candidato a deputado estadual), Alberto Koury Jr., José Osmar Borges, Pedro de Oliveira Rodrigues, Jorge Jerônimo Gonso, Ricardo Jerônimo Mello e Mário Mello Jr.

A decisão dos desembargadores federais foi unânime em favor do argumento da defesa de Jader de que o pedido de prisão preventiva era arbitrário e ilegal. A Procuradoria da República, que pediu a prisão preventiva à Justiça, ainda pode recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Justiça catarinense proíbe o Gaymóvel
A Justiça Eleitoral de Santa Catarina proibiu o uso do Gaymóvel II pela candidata transexual à Assembléia Legislativa Katielly Lanzini (PFL). A juíza da 35ª zona eleitoral, Rosane Portella Wolff, considerou que o carro não segue a legislação de trânsito para trafegar.

O Gaymóvel é um Gol 1.0 decorado como um carro alegórico. Uma escultura de 4,5 metros de comprimento foi colocada em cima do capô e simboli za a candidata. Katielly pretendia visitar 50 municípios usando o carro.

É a segunda decisão contra uma tática de campanha do transexual, que já foi proibido de vender calcinhas para arrecadar recursos. Ela já disputou uma vaga à Câmara de Vereadores de Florianópolis em 2000 e não se elegeu.

"As eleições no Brasil carecem de um diferencial. Eu represento o voto do protesto", afirmou a candidata transexual durante a apresentação à imprensa do Gaymóvel, na semana passada, em Chapecó.


Serra pega leve com Lula
O presidenciável José Serra (PSDB) decidiu reduzir os ataques à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na reta final da campanha. Preferiu chegar junto dos conterrâneos nordestinos de Lula, a quem apresentou ontem um amplo programa de revitalização do Nordeste. Serra começou pelo Alto São Francisco, exemplo de geração de empregos com sua agricultura e fruticultura irrigadas. Fez um passeio por sua vida política, garantindo ter trabalhado para diminuir as desigualdades regionais. Trabalhou para que os municípios nordestinos multiplicassem suas receitas entre os anos de 1988 e 2011. Criou o Proágua, programa para aumentar a oferta de água para o Nordeste. O Prodetur, que financia obras em aeroportos, estradas, saneamento básico dos municípios. Na Saúde, reduziu os índices de mortalidade infantil em 11,1% no País e 12,1% no Nordeste, entre 1997 e 2000. Aumentou a rede coletor de esgotos em 10,4% no Brasil e 18% no Nordeste. Aprovou a lei dos genéricos, ampliou o Saúde da Família de 6 para 50 milhões de atendimentos, promoveu 800 mil cirurgias de cataratas e a realização de 33 milhões de exames de prevenção do câncer do útero.

Depois de tudo isso, Serra reviveu Juscelino ao afirmar que o Nordeste vai avançar 20 anos em 4. "Podem me cobrar", propôs ele. Serra disse que vai ampliar o programa de erradicação da mortalidade infantil, implantar a rede Quero-Quero de creches e levar água tratada a 100% das famílias nordestinas. No emprego, vai criar o Prodetur II no Nordeste, a Ferrovia Transnordestina, a Rodovia Atlântica, duplicando a BR-101, apoiar micro e pequenos empresários e criar uma nova Sudene, comandada pelo próprio presidente da República. Com tudo isso, restou a Garotinho declarar-se o único candidato de oposição ao governo.

Segundo ele, Serra está com FHC e Lula e Ciro comprometidos com grupos empresariais.


Lula culpa governo pela crise no mercado
Candidato petista descarta manter Fraga no Banco Central e avisa que não aceitará "palpites" do FMI

O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse ontem que a responsabilidade pelo nervosismo no mercado financeiro, com o dólar fechando ontem cotado a R$ 3,87, deve ser atribuíba exclusivamente ao governo federal.

"A responsabilidade pela política econômica até 31 de dezembro de 2002 é do presidente Fernando Henrique Cardoso, do ministro Pedro Malan e do presidente do Banco Central, Armínio Fraga", disse ontem, em entrevista ao Grupo Estado.

Em visita, no início da tarde à redação da Agência Estado, Lula quis saber quanto estava a cotação do dólar. "Na máxima, candidato", foi a resposta. Em tom de brincadeira, disse: "Avisa o mercado que eu sou a solução".

"A oposição, seja ela mais ou menos light, mais ou menos à esquerda, nada pode fazer", disse Lula, rebatendo afirmação de que um posicionamento mais "dócil" dos candidatos de oposição em relação ao FMI ajudaria a "acalmar" o mercado.

Ele também descartou a possibilidade de manter a cúpula do Banco Central. "O Armínio Fraga não fica no meu governo. Quero deixar isso claro. O PT tem gente da mais alta qualidade, e nós vamos escolher para o Banco Central alguém que tenha um perfil próximo daquilo em que nós acreditamos", disse o candidato.

O presidenciável do PT disse também que se for eleito em outubro não aceitará "palpites" do Fundo Monetário Internacional (FMI) na hora de definir a política econômica nacional.

"Vamos deixar claro que queremos ter autonomia para fazer as coisas que nós queremos fazer. Eu não aceitarei que o Brasil seja tratado como um País insignificante. Não aceitarei palpites", disse.
Segundo ele, "o Brasil está parecendo copo de água benta: qualquer um chega e coloca o dedo". O petista disse que, se os economistas internacionais estivessem sempre certos, bastaria "contratar dez prêmios Nobel" para administrar o País.

Assessor já negocia com os bancos
O assessor econômico do PT, Guido Mantega, está coordenando uma equipe de trabalho junto a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) que discutir a redução da taxa de juros. Segundo Mantega, num eventual governo do PT, a taxa de juros será mais realista do que as fixadas pelo atual governo Fernando Henrique Cardoso. Atualmente, a taxa Selic está em 18% ao ano.
"Não seremos tolerantes com a inflação, mas ao mesmo tempo precisamos estabelecer metas mais realistas que relacionem a inflação com a taxa de juros'', disse.

Segundo Mantega, a meta do PT é fazer uma redução na atual taxa de juros para poder reaquecer a economia e permitir um crescimento maior do Produto Interno Bruto (PIB). O economista disse que em uma das reuniões com a Febraban se surpreendeu com a posição dos banqueiros que também consideram muito elevada a taxa de juros atual.

"Temos um problema hoje que é a combinação de juros altos com crédito curto. Queremos reduzir os juros e aumentar o crédito'', afirmou. Mantega disse que os bancos não precisam se preocupar, pois o partido não tem a intenção de fazer com que as instituições deixem de lucrar. "Só queremos que os bancos também comecem a ganhar não só com as rolagens da tesouraria. Queremos que os bancos voltem a emprestar mais dinheiro e com juros menores para a população'', disse.

PT prevê dólar a R$ 2,90
Quem estiver apostando num dólar a R$ 3,60 vai quebrar a cara. Segundo assessor econômico do PT, Guido Mantega, a moeda norte-americana deve voltar para R$ 2,90 logo após as eleições.
O economista explicou que um dos motivos que está interferindo na oscilação do câmbio hoje é a falta de uma definição sobre os novos nomes que integrarão a equipe econômica do próximo governo. "Assim que a equipe econômica for definida e outras medidas forem tomadas, o mercado voltará a se acalmar''.

Mantega afirmou que uma eventual vitória de Lula, uma das primeiras medidas a ser tomadas pelo partido para acalmar o mercado é definir, o mais rapidamente possível, os nomes do novo ministro da Fazenda e do presidente do Banco Central.


Dívida pública consome R$ 9,1 bilhões só de juros
Governos federal, estadual e municipal pagam, em agosto, quase o dobro do superávit obtido no mês

O setor público (Tesouro, Banco Central, Previdência, estados, municípios e estatais) gastou, só para pagar os juros de sua dívida, R$ 9,191 bilhões, em agosto. No mesmo mês, as contas do setor público tiveram um superávit primário (economia feita pelo governo) de R$ 4,476 bilhões.
Os números, divulgados ontem pelo Banco Central, mostram que, só de juros, o governo pagou, em um único mês, R$ 4,715 bilhões além do que poupou, ou quase o dobro do que tinha em caixa. É o chamado déficit nominal (despesas menos receitas, incluídos os desembolsos com os juros e serviços da dívida).

É como um cidadão comum, que tem R$ 500 na caderneta de poupança para pagar uma dívida cujos juros são de R$ 1.000. Só de juros, ele terá de pagar o dobro do que possui – portanto, ficará devendo, pegará outro empréstimo para saldar o débito ou comprometerá parte do orçamento familiar – e a dívida dificilmente terá fim.

Do total de juros pagos pelo setor público, R$ 9,9 bilhões foram pagamentos realizados pelo governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência); R$ 1,383 bilh ão, pelos estados; R$ 462 milhões, pelos municípios; e as estatais tiveram crédito a receber de R$ 2,562 bilhões.

No mesmo mês do ano passado, os gastos do setor público com os juros de sua dívida somaram R$ 8,528 bilhões, ou R$ 663 milhões a menos do que este ano.

No acumulado do ano, até agosto, o total de juros pagos é de R$ 60,690 bilhões, contra os R$ 55,871 bilhões pagos no mesmo período de 2001. Já o superávit primário acumulado no mesmo período é de R$ 37,358 bilhões (4,49% do PIB) contra R$ 36,810 bilhões (4,79% do PIB) no mesmo período do ano passado.

Ou seja, o governo pagou este ano R$ 23,332 bilhões (2,81% do PIB) a mais do que economizou. No acumulado de 2001, até agosto, o déficit nominal foi de R$ 19,062 bilhões (2,43% do PIB).
A maior despesa acumulada este ano ficou por conta do governo central, com pagamento de R$ 29,993 bilhões. Os governos regionais (estados e municípios) pagaram R$ 24,733 bilhões de juros no período e as estatais, R$ 5,964 bilhões.

No fluxo de 12 meses terminados em agosto, o déficit nominal das contas públicas foi de R$ 47,059 bilhões (3,77% do PIB). As despesas com juros nesse período somaram R$ 91,262 bilhões (7,32% do PIB), superiores portanto ao superávit primário obtido no mesmo período, de R$ 44,203 bilhões (3,54% do PIB).

A dívida líquida do setor público fechou o mês de agosto em R$ 784,061 bilhões, valor correspondente a 58,3% do PIB. A meta do governo para este ano prevê uma economia equivalente a 3,88% do PIB, o que dá cerca de R$ 41 bilhões, de acordo com o Banco Central.

O que há de bom
  • O governo vem cumprindo as metas estabelecidas em acordo com o FMI. O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, disse ontem que o resultado das contas públicas de agosto garante o cumprimento da meta para setembro. "É perfeitamente factível o cumprimento da meta de um superávit primário de R$ 41 bilhões este mês", disse Lopes.

  • O montante da dívida em agosto (R$ 784,061 bilhões), ou 58,3% do PIB, é menor do que a dívida de R$ 819,376 bilhões de julho último, que equivalia a 61,9% do PIB.

  • As empresas estatais federais, estaduais e municipais registraram superávit nominal de R$ 4,782 bilhões, em agosto.

  • O déficit nominal do setor público foi de R$ 4,715 bilhões, em agosto deste ano, menor do que o déficit de R$ 4,851 bilhões, em agosto do ano passado.

    O que há de ruim
  • Em dezembro do ano passado, a dívida líquida do setor público estava em

  • R$ 660,867 bilhões, que correspondiam a 53,3% do PIB. Até agosto deste ano, cresceu R$ 123,194 bilhões. O total, em agosto, corresponde a 58,3% do PIB

  • Só de juros, o setor público gastou, no mês passado, R$ 4,715 bilhões a mais do que havia poupado para isso

  • Para que a meta firmada com o FMI seja cumprida, o setor público terá de registrar, em setembro, um superávit primário mínimo de R$ 3,642 bilhões. Não é pouco, embora o governo diga que é possível alcançar o número

  • A dívida pública pode chegar ao equivalente a 63% do PIB se a cotação do dólar se mantiver alta, como aconteceu ontem, quando a moeda fechou a R$ 3,78. Em janeiro de 1995, quando o presidente Fernando Henrique Cardoso deu início ao seu primeiro mandato, a proporção dívida/PIB estava em 30%

  • De acordo com o BC, cada 1% de alta do dólar provoca aumento de 0,26 ponto percentual na relação entre a dívida e o PIB


    Juro toma um terço do salário
    Despesa financeira leva até 35% da renda familiar e cresce mais entre os que ganham de R$ 1 mil a R$ 2 mil

    Lazer, educação, saúde, habitação. Com o que o brasileiro mais está gastando? Errou quem escolheu qualquer uma dessas opções. O vilão do orçamento familiar do brasileiro chama-se despesa financeira – leia-se juros. É o que revela pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, a Anefac. Segundo o estudo, o pagamento de empréstimos e, financiamentos suga mais de 35% da renda dos brasileiros.

    Para se chegar a essa conclusão, foram entrevistados 3.477 consumidores de todas as classes sociais, na cidade de São Paulo. Os resultados permitiram traçar o perfil orçamentário de cinco grupos. E revelaram que quanto menor o rendimento, maior é a incidência do juros nas economias domésticas. Apenas as famílias com rendimento superior a 50 salários mínimos (R$ 10 mil) gastaram mais com alimentação e habitação do que com os juros (veja tabela).

    Outra conclusão que se pode retirar da pesquisa, de acordo com o economista Miguel José Ribeiro de Oliveira, coordenador da pesquisa, é que está ocorrendo uma transferência de renda. Ou seja, os reais estão saindo do bolso do trabalhador direto para banqueiros e donos de financeiras. "Essa situação é agravada ainda mais com a queda de renda familiar, que em 2002, já é de 4,6%, em relação a 2001".

    Mais pobres e com mais dívidas, as famílias, segundo o levantamento, tiveram que cortar gastos com saúde, educação e despesas diversas, enquanto aumentaram o valor da parcela dos financiamentos e empréstimos.

    Comparando-se os primeiros seis meses de 2002 com igual período de 2001, a pesquisa mostra que as famílias reduziram em 13,23% os gastos com saúde e despesas pessoais. Os recursos reservados para educação, leitura e recreação tiveram quedas de 12,9%.

    O comparativo entre os dois períodos mostrou também que a transferência de renda atingiu com mais intensidade as famílias com rendimento entre cinco e dez salários mínimos. Nele, as despesas financeiras apresentaram uma variação positiva de 12,33%, comparando-se os dois períodos. Enquanto em 2001, essas famílias gastavam 29,84% da renda com juros, neste ano, o percentual passou para 12,33%.

    Neste item, a pesquisa mostra que em todas os grupos houve aumento de despesas com juros. O menor percentual de crescimento ficou para os consumidores com renda familiar superior a R$ 10 mil.

    Peso sobre o futuro
    Luiz Cláudio Alves de Oliveira, 34 anos, quer fazer cursos de informática. João Domingos da Silva, 40 anos, deseja aumentar os momentos de lazer. Edilena Vieira, 36 anos, tem vontade de renovar o guarda-roupa. Eles estão de mão atadas, ou melhor, de bolso vazio, por terem contraído empréstimos para saldar dívidas antigas.

    A técnica em higiene dental Edilena, por exemplo, explica que entrou em uma espiral de empréstimos que chegou a sugar 70% de sua renda. "Estou pagando R$ 500 nas prestações dos empréstimos que tive de fazer", explica.

    É um dinheiro que poderia ser gasto no comércio, opina o economista Miguel Oliveira. Para ele, a concentração dos gastos familiares em despesas financeiras têm um efeito devastador para a saúde econômica do País. Não é difícil entender por que.

    Quando deixa de comprar um sapato para pagar juros do cartão de crédito ou cheque especial, o brasileiro incentiva a recessão, afinal, com quedas nas vendas os fabricantes reduzem a produção e congelam a contratação de novos funcionários, quando não partem para a demissão. Essa ciranda, explica o vice-presidente da Anefac, conduz a economia para a recessão.

    "Apenas os bancos são beneficiados", considera o militar Luiz Oliveira, que deixou de investir em cursos de especialização para ele e o filho em função de um empréstimo de R$ 3 mil. "Tive que pagar algumas contas e não me restou outra opção".

    Pagando prestações de R$ 572, o militar viu o rendimento familiar cair em 25%. "Tive de adiar todos os outros gastos e canalizar para o pagamento das prestações e do cheque especial". O vendedor Silva também foi obrigado a recorrer a um empréstimo de R$ 300, há um mês. Vai pagar 18 parcelas de R$ 26,66. Ou seja, do dinheiro que recebeu para pagar a fatura atrasada do cartão de crédito, ele terá que des embolsar R$ 178,80 apenas com juros. "Educação para meus filhos é escola pública e lazer apenas quando der".

    Como acertar suas contas
  • Comece por somar todos os comprovantes de pagamento de contas dos últimos três meses ou pelo menos do último mês, incluindo as faturas dos cartões de crédito e os extratos bancários;

  • Some todas as receitas (salários, recebimentos de aluguéis, rendas extras etc);

  • Separe os gastos, classificando-os como fixos , semifixos e variáveis;

  • Compare o valor das despesas com a receita.

  • Se houver sobras, destine-as para o mercado financeiro (fundo de investimento, poupança) ;

  • Se a conta estiver zerada, comece a planejar uma redução dos custos para garantir sobras para aplicação no mês seguinte;

  • Se a conta estiver negativa, terão de ser feitos cortes mais drásticos nas despesas. Comece pelos gastos variáveis;

  • A segunda etapa é acompanhar o cumprimento do orçamento.

  • Ou seja, verificar se os gastos do mês seguintes não vão extrapolar o valor especificado no orçamento:

  • Crie duas colunas, uma para "orçamento previsto" e outra para "orçamento executado". Na primeira, enumere todos os seus gastos no próximo mês, já considerando eventuais cortes com despesas variáveis.

  • Terminado o mês, relacione na coluna "orçamento executado" todas as despesas no período para confrontá-las com as previstas.

  • Se os ajustes feitos não forem suficientes para garantir uma sobra de caixa ou pelo menos reverter o déficit, corte novos gastos variáveis (como supérfluos) ou comece a economizar nas despesas semifixas.

  • Confira o que incluir no orçamento.

  • Habitue-se a anotar diariamente todos os gastos, de cafezinho às esmolas.

  • Despesas fixas: prestação do imóvel/ aluguel, condomínio, planos de saúde e de previdência privada, mensalidade escolar, faxineira/empregada doméstica, cursos de idiomas, academia de ginástica.

  • Despesas semifixas: supermercado, feira, açougue, energia elétrica, gás, telefone, combustível, prestação do carro e de outros bens e serviços, assinaturas de jornais, revistas, Internet e TV a cabo.

  • Despesas variáveis: roupas, calçados, bares, restaurantes, teatro, cinema, shows, farmácias, viagens, livrarias, presentes, locadoras, seguros, impostos, lavanderia, salão de beleza, cafezinho, pizza, juro do cheque especial e empréstimos pessoais, tarifas bancárias, gorjetas e esmolas.


    Com dólar a R$ 3,78, real já vale menos que o peso
    Apesar da desvalorização de 6%, situação do Brasil é melhor que a da Argentina, dizem analistas

    O real terminou o dia, ontem, valendo menos que o peso argentino, pela primeira vez desde que acabou a dolarização naquele país. A moeda brasileira manteve a desvalorização em comparação ao dólar, que foi cotado a R$ 3,78 para a venda, quase 6% mais caro que no dia anterior.
    Durante a tarde, a cotação atingiu R$ 3,82 e voltou a bater o recorde da história do Plano Real. Mas, mesmo com a moeda desvalorizada, especialistas do mercado financeiro analisam que a situação brasileira ainda é bem mais confortável que a do país vizinho.

    Três motivos foram apontados para a disparada da moeda norte-americana. Primeiro, a expectativa de uma nova pesquisa eleitoral. Durante a tarde, circularam boatos de que, segundo a nova pesquisa do Ibope, o candidato Anthony Garotinho (PSB) teria crescido nas intenções de voto e empatado com o candidato do governo (PSDB), José Serra. Houve rumores também quanto ao crescimento de Lula (PT) na mesma pesquisa, o que diminuiria a possibilidade do segundo turno. À noite, confirmou-se o empate entre Serra e Garotinho. Porém, Lula não cresceu tanto como foi especulado.

    A outra causa é o pagamento, hoje, de parte da dívida pública, atrelada ao câmbio. Para obter recursos, o governo vende títulos públicos a investidores, que compram esses papéis em dólar. Esses títulos são resgatados periodicamente, ou seja, voltam para as mãos do Banco Central, que recompra dos mesmos investidores. Para obter lucro maior, os investidores especulam no mercado e provocam o aumento do dólar. A cotação de ontem é a que o BC vai usar para quitar a recompra.
    A terceira explicação é o risco de uma guerra entre Estados Unidos e Iraque, o que causaria o aumento do preço do petróleo. Desde janeiro, o dólar já acumula uma valorização de 63%. Só em setembro, subiu 25%.

    Contudo, os analistas não aceitam a comparação com a Argentina. "São situações diferentes", explica o diretor-técnico do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), Keyler Carvalho Rocha.

    Poder de compra ainda é maior
    O diretor-técnico do Ibef, Keyler Carvalho Rocha, afirmou que a economia brasileira só não está melhor por conta da dificuldade de obter empréstimos internacionais. Ele cita o crescimento das exportações, além do bom desempenho da Petrobras e da Embraer no mercado internacional.
    Rocha explica também que não é adequado comparar a desvalorização das duas moedas. "Deve ser comparado o poder de compra local. O real permite comprar mais que o peso", disse o diretor do Ibef.

    Miguel Ribeiro, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, lembra que a Argentina enfrenta problemas institucionais, com dificuldades para manter o presidente. "Além disso, o Brasil ainda tem mais confiança externa que a Argentina", afirmou Ribeiro.

    Para o vice-presidente do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal, Roberto Piscitelli, a situação argentina é mais grave porque o país "seguiu a risca o receituário do Fundo Monetário Internacional". "Todas as empresas argentinas foram privatizadas, todo o patrimônio local foi queimado. A Argentina não tem mais de onde tirar dinheiro para pagar as dívidas", disse.

    Piscitelli resaltou que a Argentina ficou muito tempo com o chamado câmbio fixo, isto é, o peso valendo o mesmo que o dólar. Isso prejudicou as exportações do país e, conseqüentemente, a geração de receitas.

    Remessa de empresas puxa a alta
    Remessas antecipadas de lucros e dividendos para o exterior e adiantamento de pagamentos de dívidas externas têm sido os fatores mais importantes de pressão sobre a cotação do dólar.
    Mesmo com o valor da moeda norte-americana nas alturas, empresas multinacionais estão preferindo remeter logo os recursos que podem para suas matrizes, com receio de que o dólar suba ainda mais.

    Normalmente, o envio de lucros e dividendos ocorre no último trimestre do ano. Mas, com o temor de que Lula ganhe a eleição no primeiro turno, a ordem das matrizes tem sido antecipar todas as remessas possíveis.

    ''As empresas estão antecipando as remessas com medo de que o dólar suba mais e, com isso, acabam causando ainda mais pressão sobre a moeda", diz Flávio Farah, diretor do WestLB Banco Europeu.

    Bancos e empresas que têm empréstimos externos vencendo no último trimestre do ano, como eurobônus, continuam adiantando a compra de dólares. Muitos deles estão, inclusive, preferindo quitar de uma só vez suas dívidas futuras.


    Artigos

    Bush e os filhos de Alá
    Lauro aires

    Deu no New York Times: "O documento (que o presidente norte-americano enviou ao Congresso com as bases de sua política externa) bem que poderia ser redigido pelo Império Romano ou por Napoleão Bonaparte". Em editorial, o jornal da cidade mais atingida pelo terrorismo na história da humanidade pede que o caubói texano George W. Bush deixe a arrogância de lado sob o risco de tornar os Estados Unidos inimigos do mundo.

    O New York Times sabe que ao atacarem o Iraque sem apoio dos aliados, os norte-americanos estarão rasgando todos os acordos em todas as áreas de relaçõ es internacionais. A globalização será um doente terminal, e os preceitos da pax americana explodirão junto com as bombas atiradas sobre a cabeça de Saddam Hussein.

    Com o fim da guerra fria, a base da dominação americana foi construída em cima do multilateralismo. A internacionalização desse modelo foi a maior virtude do governo de Bill Clinton, que, com a boa lábia de um ex-hippie-caipira do Arkansas, convenceu os outros países de que havia sim espaço para suas opiniões. Os periféricos teriam lugar na nova ordem mundial. No fim das contas, os EUA acabavam sempre vencendo as pendengas pelas vantagens comparativas de sua economia, mas o mundo não podia reclamar, pois tinha aceitado a fórmula como uma saída justa para decidir problemas comerciais, territoriais, ambientais etc.

    Mas Bush tem idéia fixa em voltar no tempo e impor os EUA goela abaixo do mundo. E dane-se o resto. É a anarquia global. Como discutir preservação do meio ambiente, se os maiores poluidores estão fora? Como debater uma nova matriz energética, se os maiores consumidores não topam? Como montar estratégias de comércio, se os maiores compradores forjam suas próprias regras?
    A declaração de guerra de Bush é contra o planeta inteiro. Uma batalha particular de sua família e dos executivos ligados ao petróleo – já que os campos texanos secaram e os escritórios locais precisam de novos negócios. Bush não está nem aí se cada míssil disparado vai matar mais africanos de fome do que os seguidores do grande satã Saddam Hussein.

    E por falar nele, o ditador iraquiano terá servido para justificar o retorno do imperialismo odioso e brutal. E que nem pense em incendiar sua estrutura petrolífera. Ele não terá tempo, já que Bush prometeu uma missão rápida, arrasadora. EUA e Inglaterra já têm planos para a 2ª maior reserva petrolífera do mundo. Montaram até um grupo de estudos e sabem perfeitamente quantos barris as multinacionais que vão se instalar às margens dos rios Tigre e Eufrates terão de produzir para fazer o preço baixar e minar o poder da (quem sabe antiga aliada) Arábia Saudita na Opep. O Conselho Nacional Iraquiano (CNI), um grupo de oposição exilado em Londres, já acertou tudo com os americanos. Tá tudo dominado. Só não abrem mão de uns palaciozinhos... Ah, e de umas odaliscas. Afinal, também são filhos de Alá.


    Colunistas

    CLÁUDIO HUMBERTO

    O Leão agora é ambientalista
    O governo federal apronta uma nova medida provisória, a ser editada ainda esta semana, instituindo o "IPI ecológico". A idéia é estimular a indústria a reutilizar material plástico recolhido dos lixos: em vez de pagar Imposto sobre Produtos Industrializados na compra de matéria-prima original, a indústria receberá da Receita Federal crédito em IPI sobre o plástico reutilizado. Assim, o Leão – agora verde – fará lixo valer dinheiro.

    Fatalidade
    Uma mulher foi atropelada, ontem, por um bimotor que aterrissava na cidade de Humberto de Campos (MA), transportando o ex-ministro Sarney Filho, o senador João Alberto e o candidato a vice-governador Jura Filho, todos do PFL. A vítima foi levada a São Luís e seu estado é delicado.

    Pensando bem...
    ...com R$ 1 valendo 1 peso, não chorem por nós, argentinos...

    Eutanásia
    Para tentar ganhar no primeiro turno, o PT vai pregar informalmente o que chama de "voto eutanásia", nova versão do velho "voto útil". A militância apelará, de boca em boca: "Já que o seu candidato está morto, vote Lula".

    Afinadinhos
    Chama-se "Fundo de Batalhão" o grupo de pagode criado pelos chefões do tráfico presos na PM do Rio.

    Decisão secreta
    A prisão de Elias Maluco ofuscou um avanço da governadora fluminense Benedita da Silva na conquista de votos dos ambientalistas. Ela sancionou, sem que ninguém soubesse, a lei que proíbe o cultivo e a comercialização de transgênicos no Rio. Assim, o Estado é o quarto a ter legislação do gênero, ao lado de Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Pará.

    Olho no óleo
    George W. Bush não tem certeza se no Iraque há bomba nuclear ou armas químicas. Só tem certeza que debaixo daquela terra tem muito petróleo.

    Festa de despedida
    O governo chega ao fim, mas não os seus negócios: além do Banco Central, as estatais Petrobras e BR Distribuidora realizam concorrências para contratar agências de propaganda. O total da festa chega a R$ 120 milhões, em contratos anuais. Duas das contas (incluindo a do BC) estão entregues, atualmente, à agência de Duda Mendonça, marqueteiro do PT.

    Malheiros explica venda...
    "Na qualidade de leitor diário e não como advogado", Arnaldo Malheiros Filho envia um e-mail gentil informando que em 1985 o seu cliente José Serra vendeu uma casa que possuía em São Paulo por 80 milhões de cruzeiros (equivalentes a R$ 90 mil, hoje), transferiu para o comprador o financiamento do SFH e registrou a venda na sua declaração de IR.

    ...de casa por 1 real
    A escritura da casa saiu após quitação do financiamento, explica Arnaldo Malheiros, e o comprador alegou dificuldades para atualizar o valor, por causa das seis mudanças de moedas no período, e registrou a venda por R$ 1. Mas garante que constam da escritura os Cr$ 80 milhões. "Não houve má-fé ou sonegação de imposto por parte de Serra", sustenta o advogado.

    Pura malvadeza
    Faz sucesso, na oposição baiana, a coleção de cartas em poder do deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), endereçadas por um poderoso ancião da política local a uma jovem advogada que hoje o despreza.

    Mercado de votos
    O candidato da Frente Trabalhista ao governo de Pernambuco, Ilo Jorge, sem chances na disputa, agora ataca no horário eleitoral seu próprio correligionário Carlos Wilson, favorecendo o adversário Sérgio Guerra (PSDB) na disputa pelo Senado. Wilson não tem dúvida: "Ele foi comprado".

    Traço cheiroso
    Nota da assessoria de Giovani Gionédis informa que o candidato do PSC ao governo do Paraná – traço nas pesquisas – tem "disposição de garoto de 20 anos" e arranca "suspiros" das eleitoras, a ponto de uma delas afirmar que ele, se eleito, será "o governador mais cheiroso" da história do estado.

    Direito pisado
    Provocou grande mal-estar no evento sobre trabalho escravo, no Superior Tribunal de Justiça, ontem, a reação destemperada do secretário de Direitos Humanos do Ministério da Justiça, Paulo Sérgio Pinheiro, contra um humilde servidor do STJ que derrubou um copo d'água perto dele. Pinheiro pisoteou o direito do servidor de ser tratado como gente.

    Trabalho escravo
    O ministro Paulo Ribeiro (Justiça) causou perplexidade no auditório do STJ ao afirmar que em oito anos FhC "acabou com 90% do trabalho escravo". São mais de 15 mil casos no País, segundo a OAB. E o presidente do TST, Francisco Fausto, só sabe de um caso punido. Que não foi o que envolveu o deputado Inocêncio Oliveira, nem aquele do ex-senador Jader Barbalho.

    Alerta de primavera
    Preocupado com os temporais em Santa Catarina, o governador Esperidião Amin assinou às pressas um convênio com a médium Adelaide Scrittori, da Fundação Cobra Coral. O prefeito do Rio perdeu o prazo, encerrado anteontem. A previsão não é boa, mas César Maia anda mais preocupado com sua candidata Sólonge Amaral. Nem que chova canivetes.

    Poder sem pudor

    Currículo para dar e vender
    Reza o folclore político de Antonina (PR) que o vereador Izary Carlos da Silva certa vez discutia com um opositor, na sua banca de pescados, na feira, quando o interlocutor perguntou pelo seu currículo. Respondeu na bucha:
    - Você quer gozar da minha cara. Ontem fui pescar e acabei perdendo esse tal de currículo, mas mandei meu filho hoje mesmo a Curitiba comprar outro. Viu, seu oposição de meia tigela?!


    Editorial

    PELO GÁS MAIS BARATO

    O s brasilienses esperam que a Secretaria de Direito Econômico (SDE) – órgão do Ministério da Justiça que apura abusos econômicos – estude logo os relatórios sobre as pesquisas de presos realizadas no Distrito Federal pela Agência Nacional do Petróleo e consiga identificar o que faz o botijão de gás em Brasília ser o quinto mais caro do País.

    O Distrito Federal só fica atrás de estados com difícil acesso e meios mais restritos para distribuição dos produtos. Em Brasília, paga-se R$ 26,46 ante uma média nacional de R$ 23,23. É certo que Brasília não tem refinarias e paga um frete maior do que Rio de Janeiro e São Paulo, mas a diferença de preço é maior do que o aceitável pela sociedade.

    A própria ANP já distribuiu nota recomendando a redução nas margens de lucros das distribuidoras, que seria a melhor forma de baixar os preços. Até porque os consumidores têm poucos mecanismos de defesa, pois a demanda pelo gás de cozinha não é elástica, ou seja, não muda conforme o preço. As famílias precisam consumir a mesma quantia, esteja o produto caro ou não.


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    09/25/2002


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