GERALDO CÂNDIDO ALERTA PARA PERIGOS DO DESEMPREGO
O senador Geraldo Cândido (PT-RJ) alertou, nesta quinta-feira (14), para os perigos sociais do desemprego no Brasil. "A luta dos trabalhadores da Ford, em São Bernardo, para não aceitar as 2.800 demissões, está sendo inovadora. Eles realizaram uma grande manifestação começando no pátio da fábrica e prosseguindo numa passeata pela via Anchieta que contou com a participação de mais de 7.000 pessoas. Infelizmente, não se trata de um caso isolado, porque parece iminente uma grande onda de demissões entre as montadoras", destacou. Geraldo Cândido relatou que a General Motors alega ter um excesso de 1.000 funcionários em São Caetano, e a Mercedes Benz um excedente de 500 funcionários, enquanto na Ford de São Paulo, que produz caminhões, é esperada a demissão de 600 funcionários, um terço dos 1.800 da fábrica. Ele acrescentou que a Scania quer que os trabalhadores aceitem a ampliação do banco de horas para evitar 200 demissões e que na Ford de Taubaté, 45% dos 501 funcionários estão afastados por tempo indeterminado.Para o senador pelo Rio de Janeiro, essas ameaças têm uma só razão: a queda na produção de veículos. "Para citar um exemplo, a fábrica da GM de São Caetano que produzia 38 automóveis por hora, agora só produz 25. E qual a razão disso? Os pátios das fábricas e das revendas abarrotados de carros que só a muito custo se consegue vender. Em outras palavras, a causa da escassez de empregos é a escassez de compradores".Geraldo Cândido perguntou se medidas que aumentam os impostos, como as votadas na quarta-feira pelo Congresso, não agravarão o problema ao invés de resolvê-lo. "Com mais impostos, a capacidade de consumo da classe média vai diminuir e ela comprará menos automóveis", ponderou.Ele questionou várias medidas da política econômica e financeira do governo, em especial os juros altos. "A política recessiva do governo, privilegiando a especulação e prejudicando a produção, não agravará o problema do desemprego e a própria instabilidade da economia?", indagou, concluindo seu pronunciamento com uma última pergunta: "Por que persistimos em aplicar essa política que nos tem levado a sucessivas crises como a que estamos passando hoje?".
14/01/1999
Agência Senado
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