GERALDO CÂNDIDO CRITICA PRESSA DO GOVERNO NA PRIVATIZAÇÃO DE FURNAS



O senador Geraldo Cândido (PT-RJ), ao examinar os efeitos negativos do processo de desmembramento e privatização de Furnas, disse que um governo responsável não pode tomar atitudes apressadas. Ele salientou que desde o anúncio da intenção do governo "vozes do mais alto gabarito se levantaram para contestar a medida, inclusive do próprio presidente da empresa, Laércio Simões Machado, que solicitou sua demissão irrevogável por discordar dos procedimentos adotados".Geraldo Cândido lembrou que os governos do Rio de Janeiro e de Minas Gerais também se pronunciaram contra e que o governador do Rio, Antony Garotinho, chegou a enviar uma carta ao presidente da República na qual solicita o reexame do projeto.O senador destacou que na audiência pública realizada no Senado, a pedido de diversos parlamentares, para discutir o processo de cisão e a modelagem da venda de Furnas os representantes do governo não conseguiram responder satisfatoriamente os questionamentos feitos. Segundo Cândido, os representantes do governo permaneceram insensíveis à solicitação de alguns senadores, inclusive a dele, no sentido de suspender a privatização e promover um debate mais amplo com toda a sociedade, como foi feito no caso da Chesf.Na avaliação do senador, não faz sentido a pressa do governo em privatizar o setor elétrico só para atender o compromisso com o FMI. Para ele, até mesmo a repetida justificativa da falta de recursos para aplicar no setor, que seria resolvida com a venda de Furnas, se revelou falsa.- Se mantida íntegra, como demonstrou seu histórico recente, terá melhores condições, não somente técnicas, mas também econômicas, de enfrentar as necessidades de expansão do sistema. Com a divisão, esta capacidade será significativamente reduzida. Não há absolutamente nenhuma razão que justifique o menor açodamento na tomada de uma decisão tão séria - concluiu o senador petista.

20/05/1999

Agência Senado


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