Governadores deram ultimato a De la Rúa



Governadores deram ultimato a De la Rúa

Se o presidente Fernando de la Rúa não der uma resposta aos governadores das províncias argentinas sobre o acordo financeiro que está sendo negociado há mais de duas semanas, será iniciada forte ofensiva contra o governo federal em várias frentes: no Congresso Nacional, na Justiça e nas ruas. Este é o ultimato que o presidente recebeu, e que tem um prazo: zero hora de terça-feira.

A semana será decisiva para o futuro do novo plano econômico e da reestruturação da dívida pública. Com instabilidade política, a reestruturação poderá ultrapassar rapidamente a frágil fronteira que a separa do "default", precipitando uma corrida aos bancos e uma disparada do desemprego.

Segundo o analista político Rosendo Fraga, este poderia passar dos atuais 20% para 30%, causando crise social inédita. Para analistas, isso pode significar até a saída de De la Rúa. Os pivôs da crise são os US$ 524 milhões que o governo deve para as províncias e as verbas federais mensais de US$ 1,36 bilhão, destinadas a elas.

A ameaça contra o governo foi feita por governadores do Partido Justicialista (Peronista), da oposição, e da UCR, partido do presidente. (pág. 1 e B6)


  • A Lei de Responsabilidade Fiscal pode acabar com os sonhos eleitorais de três governadores que não equilibraram gastos com receita: Itamar Franco (PMDB-MG), Roseana Sarney (PFL-MA) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Quem quiser concorrer à Presidência, não poderá estourar contas. (pág. 1 e A4)


  • No encontro com George W. Bush, dia 8, o presidente Fernando Henrique Cardoso vai insistir, diplomaticamente, nas questões do protecionismo comercial dos EUA e do acesso brasileiro aos medicamentos de patente americana, informa a colunista Dora Kramer. (pág. 1 e A6)


  • "O clichê que Franklin Roosevelt utilizou na Era da Depressão está absolutamente correto: "Nada temos a temer, a não ser o próprio medo." A economia americana, apesar de estar tão saudável quanto foi em qualquer outro momento dos últimos 40 anos, vê-se ameaçada pela conseqüência óbvia do terror, o próprio medo." (Anatole Kaletsky -"The Times") (pág. 1 e A20)


  • Fabricantes de produtos eletroeletrônicos, alimentícios, têxteis, embalagens e calçados trabalham a todo vapor, certos de que as vendas de Natal serão muito boas. Isso contraria previsões pessimistas que apontavam para um último trimestre de queda nos negócios.

    O entendimento é de que foram superestimados os estragos das crises energética e argentina, que levariam à suspensão de encomendas. (pág. 1 e B1)



    EDITORIAL

    "Tambores de guerra" - Todos os quintais, praias, montes e vales em que for achada uma ponta de flecha ou um sambaqui estarão sujeitos, caso prevaleça a lógica atual da Funai, a se tornarem alvos de ações de reintegração de posse em favor de silvícolas aculturados. (pág. 1 e A3)




    11/04/2001


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