Hartung propõe que o Senado adote uma "agenda positiva" de trabalho



O senador Paulo Hartung (PPS-ES) conclamou o Senado a sair do círculo vicioso de denúncias recíprocas em que se encontra, "olhando para o próprio umbigo", e a demonstrar a capacidade de se aproximar "do país de carne e osso, que vive amontoado mas periferias dos centros urbanos", em péssimas condições de vida.

- Está na hora de adotarmos uma agenda positiva de trabalho, atacando as carências sociais dos brasileiros - disse.

Segundo Hartung, o Parlamento pode aproveitar a boa maré econômica para debater a sério os temas urbanos como saneamento básico, transporte coletivo, urbanização das favelas, segurança e geração de renda. As periferias das 49 maiores cidades brasileiras abrigam 80 milhões de pessoas e, de 1996 até hoje, sua renda per capita caiu 3%, ao contrário do que ocorreu com os outros brasileiros dos centros urbanos, que tiveram sua renda aumentada em 3%, argumentou, citando reportagem da revista Veja.

O senador lembrou que, há dez anos, a periferia das grandes cidades apresentava taxas de 30 homicídios por 100 mil habitantes. Atualmente, em algumas dessas áreas pobres, o índice chega a 150 mortos por 100 mil habitantes.

- A situação da segurança pública no país é caótica e explosiva e a recente rebelião das penitenciárias de São Paulo deve servir de alerta para que o Parlamento cobre do governo a concretização de seu Plano Nacional de Segurança, anunciado com alarde o ano passado, mas que ainda não saiu do papel - afirmou.

Para Paulo Hartung, o Congresso pode ajudar na melhoria das condições de segurança pública, ao votar a emenda que dá ao procurador-geral da República o poder de deslocar a apuração e o julgamento de uma denúncia da esfera estadual para a federal, e aprimorando as leis penais como a de lavagem de dinheiro e dos crimes organizados.

20/02/2001

Agência Senado


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