Hélio Costa defende fim de "engessamentos" em novo acordo com FMI



O senador Hélio Costa (PMDB-MG) defendeu nesta segunda-feira (15) uma renegociação no novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Para ele, é preciso deixar de considerar como déficit público investimentos em infra-estrutura - como saneamento, habitação e linhas de transmissão de energia. Ele também defendeu a posição brasileira na reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) de pedir o fim dos subsídios agrícolas pelos países desenvolvidos.

O representante mineiro destacou a credibilidade internacional adquirida pelo Brasil nos oito primeiros meses do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que trouxe de volta ao país os investimentos de longo prazo. As medidas econômicas adotadas pelo governo - entre elas, a acumulação de superávit primário duas vezes superior à exigida pelo FMI - permitiram que o risco Brasil caísse de 2.400 para 640 pontos e agora possibilitam que o país -se dê ao luxo- de não assinar novo acordo com o FMI.

- Podemos até renovar [o acordo], devemos até renovar, mas não com esse engessamento que perdura há dez anos - afirmou o senador, lembrando que -esse engessamento- impede o governo de investir, os estados de renegociarem dívidas e as cidades de fazerem obras de saneamento.

Hélio Costa assinalou que o Brasil está muito à frente da Argentina, país que, na semana passada, conseguiu que o FMI aceitasse diversas de suas exigências no novo acordo assinado.

OMC

O parlamentar parabenizou a posição brasileira na reunião da OMC, realizada na última semana em Cancún (México). De acordo com ele, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, mostrou -que o Brasil tem liderança e não vai aceitar imposições- dos governos europeus e norte-americano a favor dos subsídios agrícolas.

O senador informou que os Estados Unidos destinaram US$ 30 bilhões para esses subsídios, enquanto os países da União Européia a eles destinaram outros US$ 35 bilhões. Afirmou que uma vaca na Holanda recebe subsídios de US$ 3 mil por ano, -mais do que recebe um ser humano na África e em alguns lugares da América Latina-.

Hélio Costa afirmou que os dez produtos que o Brasil mais exporta para os Estados Unidos pagam, em média, uma taxa de 40%, enquanto os dez produtos que o Brasil mais importa dos americanos têm uma tarifa média de 14%. O suco de laranja brasileiro é sobretaxado em 200% ao entrar no Japão, disse. O senador perguntou como o Brasil irá conseguir vencer os desafios da globalização se não alcançar a paridade, com produtos manufaturados, na exportação de produtos agrícolas.



15/09/2003

Agência Senado


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