INDICAÇÃO DE DIRETOR PARA BC TEM PARECER FAVORÁVEL DA CAE
Goldfajn disse que pretende dar continuidade à política de câmbio flutuante e ao modelo de metas da inflação adotado há 15 meses pelo Banco Central. Na sua opinião, o Brasil pode estar ingressando em um período de crescimento econômico sustentado, associado à estabilidade macroeconômica.
- Essa perspectiva de estabilidade num país com amplas oportunidades tem gerado seu próprio círculo virtuoso, com aumento de investimento, juros reais menores, mais crédito ao cidadão e maior crescimento, sem ameaça à meta de inflação - observou Goldfajn. Ele comparou o papel do Banco Central, nesse contexto, ao de um juiz de futebol. "Quanto menos for o centro das atenções, melhor", disse o professor.
Os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e José Fogaça (PMDB-RS) demonstraram preocupação, durante a sabatina, com movimentos de países latino-americanos em direção à dolarização da economia. Goldfajn admitiu que, para algumas economias menores, com maior dependência dos Estados Unidos, a dolarização pode ser viável. Mas afirmou que esta não é a solução adequada para o Brasil. "O regime de metas de inflação com câmbio flutuante tem se mostrado o melhor para o país", afirmou.
Suplicy perguntou a Golfajn sua opinião sobre o plebiscito a respeito do pagamento das dívidas interna e externa convocado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O professor disse ser contrário ao desrespeito aos contratos. "A ruptura não nos trouxe benefícios no passado", observou.
O senador Ricardo Santos (PSDB-ES) perguntou ao economista que perspectivas ele via para o crescimento econômico. Goldajn defendeu o estímulo às exportações e previu que o país crescerá mais em 2001 e 2002 do que neste ano. Em resposta a questão do senador Bello Parga (PFL-MA), ele disse ainda que as taxas de juros continuarão a cair e, com elas, a inadimplência no sistema financeiro.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) questionou Goldfajn sobre artigo em que defendia a reforma tributária e a continuidade das privatizações. "A reforma tributária não sai porque o governo não quer", afirmou Simon. O professor admitiu a existência de divergências sobre o tema e disse acreditar em uma solução para o futuro. Quanto às privatizações, previu que seus benefícios ainda serão sentidos pela população. Em resposta a pergunta do senador Edison Lobão (PFL-MA), Goldfajn observou ainda que as privatizações levarão ao aumento da eficiência das empresas brasileiras.
12/09/2000
Agência Senado
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