IRREGULARIDADES EXPOSTAS PELA CPI PODEM MUDAR O JUDICIÁRIO



"Quem poderia imaginar que um dia esse país fizesse uma CPi para investigar quem se julga acima do bem e do mal". A afirmação é do senador Carlos Wilson (PSDB-PE), vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito que apura irregularidades no Poder Judiciário. Para ele, ao investigar os erros do Judiciário, o Senado contribui o aperfeiçoamento da instituição. Carlos Wilson acredita que a CPI deve sugerir maior controle dos gastos pelos tribunais e a criação de mecanismos de cerceamento do nepotismo (contratação de parentes para cargos públicos), entre outros pontos.- Os resultados das investigações são extremamente favoráveis. E o relatório do senador Paulo Souto (PFL-BA) deverá conter sugestões para a reforma do Judiciário - revelou Carlos Wilson.Em menos de três meses de trabalho, a CPI do Judiciário se dedicou a investigação de sete casos concretos de irregularidades no Poder Judiciário. Foram ouvidas 50 testemunhas que relataram detalhes de casos envolvendo os tribunais Regionais do Trabalho da Paraíba, São Paulo e Rio de Janeiro, o Poder Judiciário do Amazonas, Pará e do Distrito Federal, além da Vara da Infância e Adolescência de Jundiaí (SP). Criada para investigar inicialmente cindo casos concretos, conforme requerimento do senador Antonio Carlos Magalhães, a CPI ampliou sua abrangência. Os senadores admitiram a apuração de novos casos, dada a gravidade das irregularidades apontadas. Apesar das diversas frentes de investigação, os senadores deverão manter o prazo regimental de 120 dias, que se esgota em 26 de agosto.

05/07/1999

Agência Senado


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