JEFFERSON PÉRES CRITICA POLÍTICA DO BNDES
O senador Jefferson Péres (PSDB-AM) disse hoje (dia 3) que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem levado à frente uma política equivocada de financiamento, abrindo suas linhas de crédito apenas a grandes empresas multinacionais, como montadoras, ou para financiar empresas que adquirem estatais nos leilões de privatização.
Na opinião do senador, em relação a pequenos e médios empresários, o banco tem-se caracterizado pelo "estardalhaço" com que lança programas que não resultam em nenhuma operação de crédito, "alegadamente por falta de garantias". Esse foi o caso, a seu ver, de programa específico para a Amazônia.
- Algo tem que ser feito em relação ao BNDES - afirmou Péres, lembrando que tramita na Casa projeto de lei do senador Beni Veras (PSDB-CE) que, "em princípio, é bastante oportuno", por estabelecer que parte dos recursos geridos por essa instituição financeira seja aplicada no Nordeste, Norte e Centro-Oeste.
O senador disse ter sido informado de que a equipe econômica está se mobilizando para bloquear o projeto e considerou que "já é hora de desencavá-lo e trazê-lo à discussão".
Jefferson Péres citou matéria publicada no Jornal do Brasil do dia 1º, sob o título "Crédito, só para ricos", sobre como funciona o banco em relação a pequenos e médios empresários. O senador também se reportou a notícia segundo a qual o BNDES adiantou R$ 3,5 bilhões para financiar empresas interessadas na compra de estatais e financiará 50% do capital necessário à instalação de outra montadora no Rio Grande do Sul. Nesse caso, o governo estadual entrará com outros 25%, de modo que a multinacional só investirá 25% no negócio.
Em aparte, o senador Lúdio Coelho (PSDB-MS) destacou que os empresários rurais, além de não contarem com o BNDES, também não têm acesso às linhas de financiamento do Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste, criado pela Constituição de 1988. Com cerca de R$ 300 milhões disponíveis no atual exercício, o fundo fornece crédito a juros superiores (16%) aos cobrados para crédito agrícola, à base de 9,5%, disse.
03/10/1997
Agência Senado
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