José Serra cai e empata com Garotinho









José Serra cai e empata com Garotinho
Ibope mostra que Lula continua na dianteira com 33% e que Ciro ocupa o segundo lugar com 27%

SÃO PAULO - A primeira pesquisa de um dos grandes institutos realizada depois do debate de domingo na TV Bandeirantes registra um quadro de relativa estabilidade na disputa pela Presidência da República. No mais recente levantamento do Ibope, o único candidato a se movimentar fora da margem de erro foi José Serra (PSDB), que caiu de 14% para 11%. O tucano agora está em situação de empate numérico, e não mais técnico, com Anthony Garotinho (PSB), que há três rodadas registra o mesmo percentual: 11%. Isolado em segundo lugar, Ciro Gomes (PPS) oscilou positivamente dois pontos percentuais. Está com 27%, seis pontos atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que passou de 34% para 33%.

A margem de erro do levantamento é de 2,2% pontos, para mais ou para menos.

Encomendado pela Rede Globo para divulgação no Jornal Nacional de ontem, o levantamento ouviu 2.000 eleitores em todo o País, de segunda-feira até ontem. Foi um campo mais longo do que os três dias habitualmente utilizados pelo instituto de pesquisa em suassondagens de intenção de voto. O objetivo foi captar eventuais reflexos do debate, realizado na noite do último domingo.

De acordo com Márcia Cavallari, diretora do Ibope Opinião, o questionário não incluiu perguntas sobre o evento. Para ela, perguntas sobre quem se saiu melhor no debate têm pouca relevância, pois costumam reproduzir a ordem dos candidatos na disputa. Isso não impede, segundo ela, que as repercussões do primeiro confronto televisivo entre os presidenciáveis tenham de algum modo influenciado os resultados da pesquisa do Ibope.

A diretora do instituto recomenda cautela na análise da movimentação de Ciro Gomes.

No levantamento anterior, o candidato do PPS havia recuado um ponto depois de subir por cinco rodadas consecutivas. Para Cavallari, assim como na semana passada era prematuro falar em estagnação, agora é cedo para dizer que Ciro Gomes tenha retomado uma rota de crescimento. "De novo, será preciso esperar pelo menos mais uma rodada", disse Márcia Cavallari.

Não houve mudança significativa na simulação da pesquisa para o segundo turno das eleições. De acordo com os novos números do Ibope Ciro Gomes venceria o petista Luiz Inácio Lula da Silva na hipótese de um eventual confronto na etapa final por 46% a 41% - no levantamento anterior, por 47% a 42%.

Os benefícios do recuo de José Serra para a situação de Ciro Gomes podem ser percebidos em alguns resultados segmentados da pesquisa do Ibope. No Nordeste, onde o candidato tucano caiu três pontos, o candidato da Frente Trabalhista subiu sete pontos, entrando em situação de empate técnico com Luiz Inácio Lula da Silva (36% para o petista e 33% para Ciro).


Suspeito de matar Tim Lopes é morto
Traficante Boizinho foi alvejado em confronto com a Polícia

RIO - Acusado de participar do assassinato do jornalista Tim Lopes, da TV Globo, ocorrido há dois meses, o traficante Maurício de Lima Matias, o Boizinho, de 28 anos, foi morto ontem, em confronto com policiais civis, numa das saídas da Favela de Vigário Geral, na zona Norte do Rio. Ele estava dentro de um Gol vermelho, acompanhado de Ricardo Vítor dos Santos, o Cuco, de 32 anos, apontado como responsável pelo tráfico de drogas nos morros da Formiga e do Borel, na Tijuca, que também foi baleado e morreu no Hospital Getúlio Vargas. Outro criminoso, que dirigia o carro, conseguiu fugir.

De acordo com a polícia, Boizinho pertence à quadrilha de Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, principal acusado do assassinato de Lopes, e comanda o tráfico em Vigário Geral. Ele havia sido preso em 1995 e condenado a 10 anos de prisão por tráfico de drogas, mas fugiu da 21.ª Delegacia de Polícia em 1997. Foi recapturado em 1999 e acabou beneficiado por livramento condicional em julho de 2001. Além de Boizinho e Elias Maluco, também são acusados de torturar e matar o jornalista os traficantes Renato Souza de Paula, o Ratinho, e André da Cruz Barbosa, o Capeta, que continuam soltos.

A operação de ontem foi comandada pelo delegado Alan Turnowski, titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas, e teve o apoio da Coordenadoria de Inteligência. Segundo ele, os dois criminosos foram abordados na saída da favela, que estava cercada, e revidaram atirando.

O carro tinha mais de 30 perfurações. A polícia descobriu que os dois deixariam a favela porque estava monitorando as ligações telefônicas dos traficantes, explicou Turnowski. Com eles, foram encontrados um fuzil AR-15, uma pistola 9 milímetros e um aparelho Nextel.

O secretário da Segurança Pública do RJ, Roberto Aguiar, afirmou que Elias Maluco, Ratinho e André Capeta serão presos. Para a governadora Benedita da Silva (PT), o Estado tem "o dever e a honra" de prender Elias Maluco. "Estamos usando toda a inteligência da polícia. Elias não está num lugar sozinho, onde possamos prendê-lo de imediato. Temos de ter cuidado para que não haja matança de inocentes. Estamos incansáveis nessa captura".


Prazo para o Bolsa-Escola
BRASÍLIA - Termina hoje o prazo para que as 5.536 prefeituras brasileiras participantes do Bolsa-Escola enviem as informações sobre a freqüência dos alunos no trimestre abril/maio/junho à Secretaria Nacional do programa, na capital federal.

O comparecimento a pelo menos 85% das aulas pelas crianças bolsistas é uma exigência do Bolsa-Escola Federal para a manutenção do pagamento dos benefícios aos pais ou responsáveis pelos 8,6 milhões de alunos do ensino fundamental.

A cada três meses, as prefeituras que aderiram ao programa nacional devem repassar à secretaria os dados sobre as crianças que faltaram a mais de 15% das aulas em um ou mais meses do trimestre apurado.

PROFESSORES - O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais abriu o processo de inscrição para avaliadores de instituições de educação superior. Os selecionados serão responsáveis pela Avaliação Institucional, que começa a ser realizada no próximo mês em 55 centros universitários.

Diferentemente do Exame Nacional de Cursos, o Provão, e da Avaliação das Condições de Ensino, que são centrados na qualidade do curso, a Avaliação Institucional é focada nas características gerais dos estabelecimentos de ensino.

A avaliação tem como um dos principais objetivos verificar a execução do Plano de Desenvolvimento Institucional, que contempla objetivos, metas e ações da instituição.

Para se inscrever, o professor deve preencher cadastro disponível na internet no endereço www.inep.gov.br.

O processo de seleção dos avaliadores levará em conta o currículo profissional, a titulação dos candidatos e a sua atuação no programa de capacitação. Além de ter exercido por, no mínimo, cinco anos a atividade.


Carão nos candidatos
Humberto Costa cobrou ontem dos candidatos proporcionais que integram a Frente de Oposições (PT/PCB/PCdoB/ PL/PST/PMN) maior empenho e mais organização da campanha a governador. "Alguns candidatos não estão tendo essa preocupação. Temos o 13 de Lula ou o 13 da gente. Eles pintam os muros sem colocar os nomes da majoritária. Muita gente vota na legenda e isso fortalece as coligações. É querer fazer campanha do tipo eu com eu mesmo. Tenho experiência em ganhar e perder eleição.

Esse é o caminho para se perder mais fácil", alertou..

O carão dado por Humberto ocorreu ontem, no Pina, durante café da manhã com os candidatos proporcionais da coligação. Estiveram presentes 44 candidatos a deputado do PT, sendo 13 federais e 31 estaduais. Dos demais partidos, participaram 45 do PST, 35 do PL, quatro do PCdoB, seis do PMN e um do PCB. "Essa articulação tem que passar por compromissos nossos com vocês e vice-versa".

A reunião, no entanto, não se resumiu apenas às cobranças. Em contrapartida ao carão dado, Humbertoanunciou os diversos tipos de ajuda que o partido oferecerá daqui para frente para alavancar a campanha proporcional. Uma delas será a construção dos comitês petistas e a disponibilização desses espaços em todas as zonas eleitorais, além dos pólos regionais. "Os comitês servirão como locais para os candidatos fazer reuniões e utilizar os carros de som. O objetivo desse encontro é criar uma relação mais próxima entre nós dos cargos majoritários e os candidatos a deputados", afirmou.


Desencontros na festa para José Serra
Inauguração de comitê do presidenciável tucano no Recife é marcada pelo improviso

A inauguração do comitê de José Serra (PSDB) no Recife, ontem à noite, foi marcada pelo improviso, desorganização e desencontro entre as coordenações do presidenciável e do governador (candidato à reeleição) Jarbas Vasconcelos (PMDB). A entrevista coletiva do presidenciável mudou três vezes de lugar e acabou sendo realizada sob grande tumulto, com jornalistas, assessores do candidato e militantes se empurrando em busca de espaço. "Chega, vamos para o palanque!", tentou interromper um dos integrantes da comitiva de Serra, contra a vontade de assessores de Jarbas, que haviam programado a entrevista em uma sala do comitê. A entrevista teve continuidade na sala, mas tumultuada da mesma forma. Também houve um princípio de pânico na porta do comitê, provocado pela queima de fogos. "Os fogos foram em quantidade inversamente proporcional ao número de pessoas presentes", disse um membro da comitiva jarbista.

Por fim, a programação de Serra parecia não ser do conhecimento nem dos coordenadores de sua campanha no Estado.

Após dar a entrevista, ele deixou o comitê acompanhado de Jarbas e dos candidatos governistas ao Senado, Marco Maciel (PFL) e Sérgio Guerra (PSDB). "Foram jantar.

Não vai haver discursos. Nunca foi programado ele falar, nunca foi programado ele falar, nunca foi programado ele falar", repetiu o coordenador da campanha de Serra em Pernambuco, Guilherme Robalinho (que é secretário estadual da Saúde). O palanque montado do outro lado do comitê (no Pina) era apenas para os shows programados, explicou Robalinho. Mas no momento em que dizia isso aproximou-se o deputado Antonio Morais (PSDB) e informou: "Já estão todos no palanque. Vão falar".

Surpreendido, Robalinho saiu apressado em direção ao local.

Cerca de 600 pessoas estavam presentes ao ato, a maioria sem empolgação. No palanque, também não havia animação. Quando chegaram todos os candidatos o locutor começou a anunciá-los: "Vamos dar início à festa, ouvindo... ouvindo... ouvindo..." - e só 47 segundos depois, quando se informou quem iria falar primeiro, é que completou a frase: "...E neste momento vamos ouvir o candidato do desenvolvimento, Sérgio Guerra".

Em seguida falaram Maciel, Rita Camata (vice na chapa presidencial), Jarbas e, por último, o próprio Serra. Na abertura do seu discurso, Serra mencionou o nome do deputado federal José Mendonça (PFL) e foi aparteado por um bêbado que estava embaixo do palanque: "Presta não! É presidente do Santa Cruz!".

Presidente estadual do PMDB e secretário de governo, Dorany Sampaio, não subiu ao palanque. Ficou a cerca de 500 metros do local, do outro lado da avenida, parado entre uma barraca de venda de cachorro-quente e uma carroça de venda de milho cozido.


Costa diz que governador usa preposto
Candidato petista condena Jarbas por se recusar a debater problemas do Estado com concorrentes

Além de oportunista, autoritário. Foi assim que o candidato Humberto Costa (PT) classificou o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) durante entrevista à rádio CBN, no final da manhã de ontem. Humberto disse que o pemedebista foge do debate político e fica "indicando prepostos para responder aos questionamentos feitos diretamente a ele".

A palavra preposto (representante) é uma referência clara ao secretário de Governo do Estado e presidente regional do PMDB, Dorany Sampaio. É o secretário quem tem cumprido a tarefa de rebater as críticas dos opositores de Jarbas Vasconcelos, numa tentativa de poupar ao máximo a imagem do governador-candidato.

A ira do petista foi despertada pelas afirmações de Dorany, que ontem devolveu ataques feitos por Humberto chamando-o de "desequilibrado emocionalmente". "Quem é ele (Dorany) para me chamar de desequilibrado? Nunca fiz críticas a Jarbas no campo pessoal. Meus questionamentos são políticos e administrativos", retrucou.

ataque pessoal - Humberto não concorda que a classificação de oportunista - disparada por ele contra Jarbas, no dia anterior - seja ataque pessoal. "Oportunista é uma classificação da Ciência Política. Trata-se da pessoa que muda de posição para obter vantagens", explicou. Ele afirmou que a decisão do governador em abrir seu palanque ao presidenciável Ciro Gomes (PPS) é um oportunismo, visto que o candidato do Governador é o senador tucano José Serra.

O petista cobrou novamente de Jarbas a participação em um debate com os outros candidatos a governador. "Será que ele se acha tão superior que não pode sequer debater com outras forças políticas do Estado?".

A maior parte da entrevista de ontem, contudo, o candidato Humberto Costa utilizou para defender suas propostas de governo. Ele disse que não pretende aumentar a carga tributária no Estado para equilibrar as contas públicas. Ele reforçou, todavia, a necessidade de rever os conceitos da atual renúncia fiscal em Pernambuco, vista por ele como sangria. "A política implementada pelo governo Jarbas não fortaleceu a indústria.

Basta ver as sucessivas quedas da produção industrial para constatar isso", analisou.


Artigos

O 11 de agosto
Fernando Araújo

A data acima é as vezes confundida, até por profissionais do meio jurídico, como o "dia do advogado". Ledo engano. 19 de maio é a data correta para saudarmos os advogados, pois é o dia de Santo Ivo (Yves), advogado e sacerdote, que deu exemplo de vida frugal e modesta. Caracterizou-se por sua eqüidade, integridade e preocupação com os interesses dos pobres e dos ignorantes.

Tampouco a data deve ser comemorada como "o dia do pendura", no qual a irreverência dos alunos de Direito bebem, almoçam e jantam, mas o pagamento que é bom fica para "depois". É raro o ano em que a confusão não termina no distrito policial.

A data, na verdade, é importante, não apenas para as advogados, mas para todos aqueles que integram as chamadas carreiras jurídicas, entre as quais advogados, juizes, integrantes do Ministério Público, professores de Direito, delegados, serventuários da Justiça etc. É que neste dia o calendário assinala o início da criação dos cursos jurídicos no Brasil, o que se deu pela Lei - de 11 de agosto de 1827, assinada pelo Imperador Pedro I. Nela é dada a ordem para que se criem dois cursos de ciências jurídicas, um em São Paulo e outro em Olinda, no mesmo formato do que já existia em Coimbra. E assim foi feito, inclusive com a instalação deles em ambiente religioso, respectivamente num convento franciscano e em um mosteiro beneditino.

O fato, pois, não deve ser comemorado como mais um aniversário, senão ocasião propícia para refletirmos e tirarmos do passado a experiência necessária com vistas ao aperfeiçoamento da cultura jurídica. De efeito, de logo se nos impõe pensar: se o ensino fundamental no Brasil teve início quase três séculos depois do descobrimento, mesmo assim de forma não planejada, insuficiente e irregular, portanto muito tarde, não estaria o ensino superior, naquela época, começando muito ce do?

A resposta a indagação não pode ser dada sem levarmos em conta o contexto histórico do Século XIII, no Brasil e no Mundo, sobretudo no velho continente. É preciso traçarum quadro crítico da história a fim de entendermos melhor as coisas.

Destarte, o movimento reformista liderado pelo monge alemão Martinho Lutero crescia de prestígio e adeptos a olhos vistos, tendo chegado ao Brasil suas idéias reformistas, gerando não só inquietação, mas também insatisfação no seio do povo. As idéias reformistas, desde o Século XVI não alcançavam apenas a doutrina religiosa, como igualmente os campos da política, das artes, da filosofia e também do direito. Portugal - leia-se a Igreja e o Estado - acreditava que a maneira de continuar no controle da situação e não ver seus interesses contrariados era exatamente não dando qualquer liberdade à nação emergente, combatendo radicalmente as chamadas "idéias iluministas".

No plano da educação, de efeito, a Igreja assumiu inteiramente o controle, em parceria com os Estados aliados, dentro da estratégia da contra-reforma. Por isso o processo educacional teve início inteiramente fora da perspectiva discursiva e dialética, porque seus fins eram tãosomente ético-religiosos do Estado, tendo peso absoluto a formação moral ditada pela Igreja, a qual se sobrepunha ao saber.

As primeiras aulas de Direito no interior das igrejas dava bem o tom da dignidade formal e puramente metafísica da formação dos bacharéis, que mais pareciam estar se preparando para padres do que para juristas.

Um Direito pronto e acabado, uma espécie de ontologia estática. Um Direito verdadeiramente imposto. Daí ter dito Pontes de Miranda que " O Direito, no Brasil, não pode ser estudado desde as sementes, pois nasceu do galho de planta que o colonizador trouxe e aqui enxertou".

Nesse passo, fácil é concluir que os cursos foram montados dentro de uma perspectiva medievalista, conservadora, moldados para transformar os jovens em instrumentos do sistema absolutista arcaico que Portugal insistia em manter na Europa e nas suas colônias. Ou seja, os bacharéis eram formados para servirem aos quadros do establishment. Acostumaram-se com a ocupação de cargos de prestígio no Estado, todos por nomeação livre do Imperador ou de quem lhe fazia as vezes. Também gozavam com os títulos de nobreza que recebiam, passando a se integrar à chamada nobreza togada ou paralela.

A conseqüência disso é que os ambientes acadêmicos e jurídicos passaram a ser de muita empáfia e de distanciamento dos valores da jovem nação. Com as sempre honrosas exceções, juízes, advogados e outros operadores do Direito viviam como que encastelados em torres de marfim. Felizmente esta antiga postura começa a mudar. Mas esta, como disse antes, é apenas parte de toda uma História. O seu desdobramento está posto em livro a ser publicado (está no prelo), fruto de nossa tese de doutoramento, cujo prefácio leva a assinatura do amigo e mestre Pinto Ferreira. É isso.


Colunistas

DIARIO POLÍTICO - Divane Carvalho

Fim da turbulência
Se dessa vez José Serra (PSDB) não levantar vôo e garantir a vaga no segundo turno, aí só mesmo milagre. Pois o acordo de US$ 30 bilhões com o FMI, que acalmou os investidores, derrubou o dólar e fez o País respirar aliviado por se desviar do caminho da Argentina, com certeza provocará uma trégua na crise que afetava também os presidenciáveis, beneficiando todos eles. Em especial o candidato do Governo, mesmo que o tucano não goste de ser classificado assim. Com o fim da turbulência econômica, quem sabe os eleitores comecem a se interessar mais pela eleição de outubro, o que pode ajudar a campanha de rua. Por enquanto tão fria, que poucos candidatos se arriscam a fazer um contato mais direto em busca de votos, tamanha a indiferença com a classe política. O empréstimo do Fundo Monetário Internacional também deve contribuir para melhorar a auto-estima dos brasileiros, ultimamente desencantados com os preços do gás de cozinha, da gasolina, e do pãozinho, itens que alertam rapidamente o consumidor para o desmantelo da economia. O tamanho do acordo, uma verdadeira montanha de recursos, prova que o Brasil continua com credibilidade pois ninguém empresta dinheiro a liso, principalmente o FMI, o que melhora bastante o clima geral.

Com o risco-Brasil voltando ao patamar normal e o presidente FHC começando a entrar, com mais desembaraço, na campanha do candidato tucano, Serra só terá que pegar carona nessa onda, ao lado de FHC. Sua última chance para decolar e tirar Ciro Gomes (PPS) do segundo lugar das pesquisas.

Jarbas Vasconcelos explicou tanto que vota em José Serra (PSDB) mas acha normal Ciro Gomes (PPS) subir no seu palanque, ontem, na TV Jornal, que na hora de pronunciar o nome do presidenciável tucano começava dizendo Ci e só depois mudava para Se, um sufoco

Orçamento
José Arlindo diz que Humberto Costa (PT) precisa atualizar seus dados sobre o Orçamento Participativo do Governo " ou ficará parecido com aquele candidato que só diz números errados", ironiza o secretário de Planejamento, sem citar o nome de Ciro Gomes (PPS).

Xote
Marco Maciel e Sérgio Guerra vão ter uma única trilha sonora nos filmes do guia eleitoral que vão divulgar os candidatos ao Senado da coligação União por Pernambuco. Um xote de Lula Queiroga, cantado por Santana.

Praia 1
A Câmara do Recife vota, segunda-feira, o projeto Adote um trecho da Praia, de Henrique Leite, do PT (foto), que prevê a adoção de trechos de Boa Viagem e Pina por empresas privadas, em troca de espaço publicitário nas áreas.

Praia 2
De acordo com o projeto, a PCR escolhe os locais a serem adotados e as empresas se responsabilizam pela limpeza, conservação, segurança e instalação de equipamentos sanitários e comunitários na orla.

Comitê
Roberto Liberato (PFL) inaugura seu comitê eleitoral amanhã, em Caruaru, de onde comandará a sua campanha de reeleição. Na avenida Oswaldo Cruz, 104, Maurício de Nassau, às 11h.

Coligação
O PHS tem 9 candidatos a federal pela Frente Social Humanista (PPS-PSDC-PSC), e 30 a estadual na Frente Social Pelas Mudanças (PPS-PSDC), mas não está coligado oficialmente para governador, senador ou presidente.

Documentário
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi convidado pelos cineastas João Moreira Salles e Eduardo Coutinho para participar de um documentário sobre processo sucessório. Aceitou e as filmagens serão feitas no segundo turno da eleição.

Campanha
Jacilda Urquisa (PMDB) inaugura seu comitê eleitoral, hoje, e lança seu slogan de campanha a deputada estadual, que é A luta continua. A ex-prefeita de Olinda recebe os amigos na rua Travessa Municipal, 09, Carmo, Olinda.

Procurador
Valdir Bitu Filho (foto), procurador regional do Trabalho, anuncia que não vai disputar a vaga do Ministério Público para juiz do TRT de Pernambuco. Decidiu permanecer na procuradoria e no seu escritório de advocacia.


Editorial

CONDEPE, 50 ANOS

As agências públicas, de forma geral, sofrem de certa taxa de mortalidade institucional. Às vezes de falência natural, por ineficiência ou desuso. Outras vezes, por programas de privatização, reflexo de processos de modernização de estruturas de gestão governamental.

Mas há entidades do setor público que não apenas sobrevivem, tendo em vista o papel que desempenham no conjunto do Governo. Elas se mantêm atuantes como peças importantes na formulação ou na execução de ações governamentais, continuando a colaborar para o desenvolvimento do Estado. Não só permanecem fiéis ao ideário que as criou, como fortalecem o ato de fundação em ampliada contribuição ao crescimento auto-sustentável de Pernambuco.

Este é o caso exemplar do Instituto de Desenvolvimento de Pernambuco - Condepe, que completa nesta data seu cinqüentenário. Não é pouco. Ao longo desse período, foi comissão, autarquia e fundação, sem deixar nunca de ser o que é - uma instituição vocacionada para debater, planejar, acompanhar e avaliar os projetos de desenvolvimento estadual. Modernizou-se como agência pública sem perder suas características de órgão voltado para o planejamento sério e comprometido exclusivamente com os interesses da cidadania. Pode-se dizer dele que nunca foi infiel a Pernambuco.

Trazem sua marca inapagável iniciativas significativas para o estudo da nossa economia, como o primeiro plano integrado sobre o turismo no Estado e a pioneira avaliação ambiental da implantação do complexo industrial-portuário de Suape, por convênio com o antigo Centro Nacional de Referência Cultural. Foram na época documentos cujo alcance científico os tornaram contemporâneos do futuro. E projetaram as bases de um cenário social que atualmente é visto como padrão de conduta empresarial, seja no campo da proteção ecológica, seja na escolha do setor turístico como prioridade.

Mais recentemente dois estudos estratégicos certificam o vigor intelectual que renova a atuação do Condepe. O primeiro é a avaliação do impacto econômico decorrente da duplicação daBR-232 sobre as comunidades que se localizam ao longo da rodovia no Agreste Setentrional. Trata-se de documento que sintetiza as dobras em que deve se estender o crescimento dos ramos comercial e imobiliário naquela região, em conseqüência da estrada duplicada. O segundo é o estudo de oportunidades produtivas nas diversas microrregiões do Estado, identificadas em clusters que agregam valores tanto em diagnóstico como em investimento público e privado.

É um roteiro completo de indicações seguras e atualizadas sobre o onde e o como investir em Pernambuco.

Ao lado de constituir referência como oficina do pensar, o Condepe é credor de relevante apoio aos quadros técnicos locais pelo elevado grau de qualificação que conferiu a gerações de economistas, engenheiros, sociólogos e cientistas sociais. Ao fazê-lo, o Condepe não somente estimulou vocações profissionais que se projetaram nacionalmente, como incentivou a consolidação de uma consciência de seriedade na função pública que lhe é reconhecida. Os que são seusservidores hoje e dele cuidam com dedicação estão seguros do patrimônio que há de continuar no Século XXI tão moderno quanto há cinqüenta anos.


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08/09/2002


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