Legislativo volta a investigar chefe do Clube da Cidadania
Legislativo volta a investigar chefe do Clube da Cidadania
Os partidos de oposição no Legislativo gaúcho pretendem retomar hoje um dos casos que mais desgastaram o governo Olívio Dutra (PT): uma subcomissão investigará a atuação do presidente do Clube de Seguros da Cidadania, Diógenes de Oliveira.
Fundado por simpatizantes do PT, o clube cedeu em comodato a sede onde funcionava o diretório regional petista. Segundo apuração da CPI da Segurança Pública, Oliveira tinha vínculos com o jogo do bicho. Em gravação, ele aparece pedindo alívio em investigações e diz falar em nome de Olívio. Depois, negou. O governador sempre negou qualquer envolvimento com o caso.
O foco das investigações será a agente de viagens Maria Angela Fachini, que diz ter sido utilizada por Oliveira para fraudar licitações. Na última quinta, ele foi inocentado, em primeira instância, do crime de estelionato.
Serra investe contra 'Lulinha paz e amor'
No Rio, tucano deixa Ciro de lado, ironiza estratégia de campanha petista e critica elogios do candidato aos militares
Dentro da nova estratégia de tentar polarizar com Luiz Inácio Lula da Silva, o tucano José Serra reservou ontem suas principais críticas ao candidato do PT. Serra ironizou os elogios feitos por Lula aos governos militares, a atitude de "Lulinha paz e amor" e o fato de o petista se declarar o único em condições de "segurar" as invasões do MST.
"Governar pressupõe contrariar interesses", disse Serra. "Por incrível que pareça, nesta época em que tudo é paz e amor, de repente parece que tudo fica numa "nice" [...]. Não é assim, a gente tem que ter disposição para briga e isso nós vamos fazer."
O tucano esteve no Rio onde participou de almoço em apoio à candidata ao governo do Estado, Solange Amaral (PFL). Depois, participou de uma sabatina no auditório do jornal "O Globo".
Durante as duas horas em que respondeu a perguntas dos jornalistas, Serra referiu-se uma única vez a Ciro Gomes, de forma indireta, ao negar uma reunião com os políticos para tratar da criação do real, em 1993, na qual ele (Serra) teria permanecido calado.
A versão, de acordo com o tucano, foi espalhada por "um candidato folclórico", habituado a "falsear a verdade".
Dentro da nova estratégia tucana de tentar polarizar desde já a eleição com o PT, Serra foi mais generoso na críticas com Lula do que com Ciro. À determinada altura, fez questão de registrar que Lula foi a única pessoa "que eu ouvi até agora" a elogiar o planejamento dos governos militares.
Ao final do debate, Serra criticou uma declaração de Lula, segundo a qual o petista seria o único a "segurar" o MST: "O PT e o MST estão identificados. É uma declaração no mínimo esquisita. Quer dizer que se for outro que vencer a eleição vai jogar o MST para as invasões? Se for ele, não vai jogar o MST para as invasões. Isso parece coisa do próprio PT".
Jogo e Maconha
Numa tentativa de entrar no eleitorado do Rio, uma cidade traumatizada pela violência e na qual não vai bem nas pesquisas, o candidato do PSDB condenou a descriminalização de drogas leves, como a maconha, e a legalização dos cassinos no país.
"O cassino vai funcionar para o crime como escolinha de futebol, armar melhor as redes de prostituição. O cassino é uma porta de entrada para isso."
Ele rechaçou a idéia de que os cassinos ficariam restritos a alguns municípios. Segundo o tucano, quem conhece o Congresso sabe que o projeto não ficaria assim. Logo as bancadas se mobilizariam em defesa de seus municípios. Até o governo federal, para aprovar um projeto como a da CPMF, por exemplo, poderia entrar numa barganha política.
"Vira assunto de uma bancada, jogo do soma zero, pior que guerra fiscal. No final, ninguém ganha, porque um faz, o outro vai querer fazer também."
Ao condenar a descriminalização de drogas leves, como a maconha, Serra disse que seria como abrir uma "porteira". Para o tucano, "numa sociedade como a nossa, tão heterogênea, seria uma coisa muito perigosa". Serra disse ainda que a legalização adotada em alguns países, como a Holanda, "está longe de ter dado certo".
Questionado se sentia pouco à vontade para defender a política econômica, da qual discordou na época da sobrevalorização cambial, Serra elogiou a equipe econômica. Em relação à atual política econômica, ele disse que não tem nenhuma restrição.
Lula vai a 40%; Serra se isola em 2º; Ciro e Garotinho estão em 3º
A 27 dias do primeiro turno da eleição presidencial, o candidato do PPS, Ciro Gomes, caiu cinco pontos percentuais, passando de 20% para 15%, e deixou o tucano José Serra isolado na segunda colocação, com 21% -oscilação positiva de dois pontos em relação ao levantamento de nove dias atrás-, revela o Datafolha.
Anthony Garotinho (PSB) cresceu quatro pontos, passando de 10% para 14%, e está empatado tecnicamente com Ciro em terceiro lugar. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cresceu três pontos, atingiu 40% e ampliou de 17 para 19 pontos a distância do segundo colocado. Há 40 dias, essa diferença era de dez pontos percentuais.
A queda de Ciro foi mais acentuada na faixa dos que ganham mais de R$ 2.000. Perdeu oito pontos, estando com 20%. Nesse estrato, Garotinho ganhou cinco (atingindo 9%), e Lula, quatro (ficando com 46%). Serra manteve os mesmos 20% do levantamento anterior. Entre os que ganham até R$ 1.000, Ciro perdeu cinco pontos. Garotinho ganhou quatro, e Lula, três. Serra oscilou positivamente dois pontos.
O ex-governador do Ceará caiu nove pontos entre os que têm até o segundo grau, segmento em que Lula e Garotinho ganharam cinco pontos, e Serra oscilou positivamente dois.
O candidato do PPS perdeu quatro pontos entre os que têm até o primeiro grau, mas ganhou três pontos entre os eleitores de nível superior. Ciro confirmou uma linha de queda iniciada há 40 dias, na qual seu percentual foi reduzido em 13 pontos.
O acirramento dos ataques entre Ciro e Serra deve ser a causa da elevação da taxa de rejeição dos dois candidatos, em especial à do pepessista. Dos entrevistados, 34% afirmaram não votar de maneira alguma em Ciro, crescimento de nove pontos. A rejeição a Serra subiu quatro pontos, indo de 27% para 31%. Os demais oscilaram dentro da margem de erro.
A soma dos votos dos adversários de Lula atinge 51%, estando o petista 11 pontos atrás. Em maio, Lula esteve a três pontos de superar a soma dos adversários, o que precisaria ocorrer para uma vitória já no primeiro turno, para a qual deveria obter metade mais um dos votos válidos -dos quais são descontados brancos e nulos.
Ciro caiu sete pontos no Nordeste, região em que Serra cresceu quatro. Na região, os dois têm 20% contra 39% de Lula. No Sudeste, Ciro caiu cinco pontos, e Lula subiu quatro. No Sul, o petista subiu 12 pontos, Ciro perdeu seis, e Serra, quatro. No Norte/ Centro-Oeste, o petista perdeu quatro e Serra ganhou três.
Na espontânea, na qual é pedido ao eleitor que diga em quem votará sem apresentação de cartão com os candidatos, Lula subiu três pontos -passando de 26% para 29%-, e Ciro caiu três, de 13% para 10%. Serra oscilou de 10% para 11%, e Garotinho, de 5% para 7%. O Datafolha ouviu ontem 4.862 eleitores em 282 municípios de todos os Estados.
No 2º turno, PT amplia vantagem
Em um eventual disputa no segundo turno, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ampliou sua vantagem em relação a José Serra (PSDB) e a Ciro Gomes (PPS).
Contra o tucano, Lula venceria hoje por 53% a 38%, uma diferença de 15 pontos percentuais. Estavam separados por 12 pontos.
Se o candidato no segundo turno fosse Ciro Gomes, a diferença em favor de Lula saltaria de sete para 20 p ontos. O petista teria 54% contra 34% do pepessista.
Num eventual segundo turno contra Anthony Garotinho (PSB), Lula venceria por 53% a 35%. A diferença fica em 19 pontos, contra 21 pontos no levantamento passado. Se Serra enfrentasse Garotinho no segundo turno, o tucano venceria por 46% a 39%.
Lula sobe e Serra é 2º também no Ibope
Assim como o Datafolha, o Ibope detectou troca de posições entre José Serra e Ciro Gomes na corrida pela Presidência.
O tucano ganhou dois pontos desde o levantamento divulgado na semana passada. Com 19% das intenções de voto, está isolado no segundo lugar. O candidato do PPS perdeu dois pontos. Ocupa o terceiro posto com 15%.
Como a margem de erro é de 1,8 ponto percentual, para mais ou para menos, foi desfeita a situação de empate técnico entre os dois.
Líder da disputa, Luiz Inácio Lula da Silva subiu quatro pontos. Tem 39%. Anthony Garotinho (PSB) foi de 11% para 12%. É com ele que Ciro está empatado agora.
Os indecisos, que na pesquisa anterior haviam subido de 10% para 14%, recuaram para os mesmos 10% de duas semanas atrás.
A diretora do Ibope Opinião, Márcia Cavallari, chama a atenção para o quadro de votos válidos (aqueles obtidos com a exclusão de brancos e nulos). Por esse cálculo, o petista tem 45%. Seus adversários somam 55%.
"De acordo com o histórico de nossos números", afirma ela, "isso é o mais próximo que Lula já esteve da possibilidade de vencer a eleição no primeiro turno". Para não haver o segundo, um dos candidatos tem de conseguir metade dos votos válidos mais um.
Em consequência do crescimento registrado pelo petista nas intenções de voto para o primeiro turno, aumentou também sua vantagem sobre os adversários nas simulações da etapa final.
Lula bateria Serra por 52% a 38% (o placar era de 48% a 39% no levantamento anterior do instituto). Contra Ciro, o resultado seria 53% a 36% (48% a 38% antes). Contra Garotinho, 55% a 33% (51% a 33% antes).
Nos resultados por segmentos, a diretora do Ibope destaca uma série de variações regionais. A primeira é "a subida significativa de Lula no Sudeste". Nessa região, em que costuma registrar percentuais inferiores à sua média geral, o petista passou de 32% para 39%.
Ciro registrou queda em todas as regiões do país. Seu recuo mais expressivo se deu no Norte/Centro-Oeste, onde foi de 24% para 19%. Na contramão, Serra cresceu um pouco em todas as regiões. Seus melhores movimentos ocorreram no Norte/Centro-Oeste (16% para 20%) e no Nordeste (15% para 20%).
Encomendada pela Rede Globo para divulgação no "Jornal Nacional", a pesquisa foi feita de sábado até ontem. O campo, portanto, coincide em parte com o do levantamento do Datafolha, realizado ontem. O Ibope entrevistou 3.000 pessoas em todo o país.
Os dados relativos à rejeição dos candidatos seriam finalizados na noite de ontem e sairão hoje.
A aliados, Ciro já admite optar por Lula no 2º turno
Em queda nas pesquisas de intenção de voto, o candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, já admite a hipótese de não chegar ao segundo turno e tem dito a aliados que, em uma eventual disputa entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Serra (PSDB), optará pelo petista.
A afirmação, feita em conversas reservadas, tem sido interpretada por alguns integrantes da Frente Trabalhista como uma possibilidade até mesmo de declaração de apoio do ex-governador a Lula.
Dizendo-se eleitor do petista em 1989, Ciro tem criticado a falta de experiência administrativa de Lula e o suposto processo de "domesticação" a que ele teria sido exposto por seus estrategistas.
"O Lula é uma pessoa bem intencionada, boa. Tenho identidade com ele na indignação contra a miséria, contra as mazelas morais do país, mas uma pessoa que fez essa incrível opção de querer, como primeira experiência, a Presidência. E uma pessoa que ultimamente perdeu o melhor de sua personalidade, que era interpretar com pureza e fidelidade o sentimento da classe trabalhadora organizada do país, e agora virou um boneco de ventríloquo da marquetagem do Duda Mendonça", já disse ele sobre o adversário.
Muito mais do que um apoio a Lula, a escolha de Ciro pelo petista demonstra sua intenção de colaborar na tentativa de derrotar Serra, seu desafeto, e também o momento vivido por sua campanha.
Há 20 dias, durante a inauguração de um comitê em São Paulo, o ex-governador chegou a declarar já sentir ""o cheiro gostoso da vitória" se aproximando.
Segundo a Folha apurou, o sindicalista Paulo Pereira da Silva, vice na chapa do candidato do PPS, tem manifestado a mesma predileção a interlocutores próximos.
As declarações a respeito do assunto foram feitas pelos dois antes mesmo da divulgação de pesquisa Datafolha que revela hoje queda de cinco pontos percentuais de Ciro e a oscilação positiva de dois pontos do tucano.
O resultado do levantamento dá a Serra agora a segunda colocação isolada na disputa, com 21% das intenções de voto. Ciro aparece com 15%, em situação de empate técnico com Anthony Garotinho (PSB), que surge com 14%.
Uma das prioridades estabelecidas pela equipe do ex-governador durante encontro entre membros da coordenação da campanha ontem, em São Paulo, foi a de recuperar os votos perdidos pelo candidato entre as mulheres.
Pesquisas encomendadas pela Frente indicaram, afirmam, que a frase em que o candidato diz que sua mulher, a atriz Patrícia Pillar, desempenha na campanha o papel de "dormir" com ele, produziu um efeito "devastador" -conforme palavras de integrantes da campanha- entre eleitores do sexo feminino.
Na tentativa de reverter a desvantagem em relação ao tucano, já há quem defenda a utilização pela campanha de gravações que, dizem, comprometeriam Serra.
PSDB cearense ganha ala serrista
Um grupo de tucanos do Ceará começou a fazer campanha pelo presidenciável José Serra (PSDB) e tenta criar uma ponte para uma reaproximação do ex-governador Tasso Jereissati com a cúpula do PSDB, no caso de vitória tucana.
O grupo, liderado pelo empresário Amarílio Macedo, é integrado pelos deputados federais Ariosto Holanda, Raimundo Gomes de Matos e Vicente Arruda. O coordenador é José Moreira de Andrade, ex-secretário de Recursos Hídricos na gestão de Ciro Gomes (PPS), de 1991 a 1994.
Holanda, que foi secretário de Ciência e Tecnologia no governo Tasso e é muito ligado ao ex-governador, está colaborando na feitura do plano de Serra na área do desenvolvimento tecnológico.
"Quando o Tasso me indicou para ser coordenador no Ceará, sabia que, de uma forma ou de outra, o PSDB estaria presente na campanha do Serra", declarou Andrade. Impedido de montar um comitê pró-Serra no comitê central do PSDB, o grupo alugou uma casa, que terá uma foto grande de Serra e Rita Camata.
Os que aderiram a Serra negam que que sejam dissidentes do grupo de Tasso. Em carta à cúpula do PSDB, Tasso disse que não faria campanha a presidente, mas apareceu em público ao lado de Ciro. "A maioria do partido apóia Ciro, mas existe essa minoria que declarou voto para o Serra. Nós respeitamos isso", disse o presidente do PSDB cearense, Carlile Lavor.
Artigos
A lógica e o segundo turno
Clóvis Rossi
SÃO PAULO - O mote original do que segue pertence a Gilberto Dimenstein. Mas, como ele não escreve diariamente, vou me apropriar da idéia para desenvolvê-la.
Ao tomar ontem conhecimento dos resultados da pesquisa Datafolha, Gilberto lembrou que eles apenas devolviam lógica ao cenário eleitoral: seria pouco natural que dois candidatos de oposição passassem ao segundo turno quando o governo está com uma aprovação razoável (sempre superior a um quarto do público consultado).
Com a ressalva de que a pesquisa q ue sai hoje não significa que Ciro Gomes e Anthony Garotinho já estejam eliminados, o fato é que ela realmente flagra uma certa lógica: o candidato de oposição (Luiz Inácio Lula da Silva) que tem a maior estrutura versus o candidato do governo (José Serra) como potenciais adversários na batalha final.
Para sorte de Serra e azar de Ciro, um está subindo e o outro, caindo justamente na reta final do pleito, a quatro semanas da votação. Reduz-se, como é óbvio, o tempo para a recuperação de quem perdeu cacife de forma importante nas três semanas mais recentes desde o início do horário eleitoral.
Convém, de todo modo, não menosprezar a hipótese de que os eleitores que estão abandonando Ciro migrem em número forte para Lula, e não para Serra (ou Garotinho). Se isso se verificar, reaparece a possibilidade de que o candidato do PT vença no primeiro turno.
Para combater essa hipótese, embora seja remota, o natural é que se produza o fenômeno previsto pela dupla Alon Feuerwerker/Nizan Guanaes (ambos da campanha Serra) e aqui registrado: o segundo turno dentro do primeiro, com início já.
Lula e Serra vão querer enfraquecer um ao outro antes mesmo de se encontrarem no segundo turno, se é que ambos chegarão lá de fato.
Colunistas
PAINEL
Rachaduras na base
Jorge Bornhausen e ACM deram o seguinte recado a Ciro: se a campanha não entrar no "eixo" e não for revertida logo a tendência de queda nas pesquisas, não haverá como manter o apoio do PFL a ele. A dupla não terá argumento nem fará mais esforços para segurar ninguém.
Toalha no ombro
Bornhausen estará hoje no Nordeste, a fim de tentar evitar novas defecções em favor de Serra no PFL cirista. Contrariado com os rumos da campanha, o presidente pefelista avisou ao candidato que, se nada mudar, esse será seu último esforço.
Sinais estranhos
Quedas do sistema celular digital em SP, nos últimos dias, chamaram a atenção de arapongas. Quando isso ocorre, a ligação passa a ser feita pelo sistema analógico, mais fácil de ser grampeado. Detalhe: os problemas estariam ocorrendo perto das produtoras de Lula e Ciro.
Na mão de Deus
Com a queda de Ciro e a dificuldade de Serra em encostar em Lula, a Igreja Universal passou a fazer um novo esforço pró-Garotinho. Acha que ele tem chance de chegar ao segundo turno. Bispos pedem votos ao presidenciável e orientam fiéis a fazer boca-de-urna.
Quem diria
Caso o segundo turno fique entre Lula e Serra, a Universal deve ficar com o petista.
Ver se cola
O governador Joaquim Roriz (PMDB-DF) escolheu um ator negro para apresentar seu programa eleitoral. É uma tentativa de acabar com o mal-estar causado por ter chamado um adversário de "crioulo petista".
Frente ampla
Romero Jucá e Teotônio Vilela, ambos do PSDB, e Renan Calheiros (PMDB) querem aprovar em plenário no Senado, amanhã, o projeto de resolução que prevê pagamento imediato de R$ 1,2 bi a bancos e empreiteiras em títulos do governo de AL já anulados pela Justiça.
Outro lado
Sarney diz não ter liberado políticos de seu grupo para pedir voto a Serra: "Declarei apoio ao Lula e estou fechado com ele. Não há ninguém em meu grupo que apóie ou vote em Serra".
Pauta de pressão
O MST vai dar um prazo a Lula, caso ele seja eleito. O petista terá de rever até março duas medidas provisórias que criminalizam a entidade, ao prever punições severas a sem-terra que invadem fazendas. Caso as punições sejam mantidas, a escalada de invasões será retomada.
Canção da América
Lula disse à cúpula do partido que pretende convidar Olívio Dutra (RS) para um ministério num eventual governo seu. Disse ter uma "dívida de lealdade" com o governador, que, após a CPI do jogo do bicho, perdeu as as prévias do PT para a eleição.
Manto secreto
O governo conseguiu nova vitória no processo administrativo movido contra o servidor Edson Pedrosa, no qual Everardo Maciel (Receita) se recusa a depor como testemunha. Liminar na Justiça impôs sigilo aos autos, contra a vontade do servidor.
Central do Brasil
O Brasil já recebeu neste ano 860 refugiados políticos, a maioria de países africanos. No total, há 2.839 vivendo no país. A maior parte de Angola -1.674. Em seguida, aparecem Libéria (246), Serra Leoa (161) e Cuba (83). Os dados são da Justiça.
Desespero
Os refugiados, via de regra, chegam ao Brasil como clandestinos em navios comerciais. O último caso ocorreu na semana passada, quando cinco pessoas foram achadas mortas num navio que veio de Serra Leoa para Santos -uma sexta sobreviveu.
Visita à Folha
O deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) visitou ontem a Folha.
TIROTEIO
De Zé Maria (PSTU), candidato à Presidência, sobre o TSE:
- O TSE está virando um comitê eleitoral do PSDB e o Nelson Jobim deveria pedir para sair. Desse jeito, parece mesmo que "está tudo dominado".
CONTRAPONTO
No limite
Em campanha no varejão da Ceagesp, anteontem, Paulo Maluf recebeu cumprimentos de uma senhora que dizia ter sido operada há seis anos pelo PAS, nome do programa de saúde que o pepebista lançou quando era prefeito de São Paulo.
O Plano de Atendimento à Saúde gerou muita polêmica em São Paulo desde o início. Com o PAS, o gerenciamento da rede municipal de saúde foi entregue a cooperativas privadas. O plano começou a ser desmontado na gestão Pitta, após denúncias de irregularidades.
- Jornalistas, jornalistas, vejam só, operada pelo PAS. Que beleza! -comemorou o candidato do PPB no Ceagesp.
- Operada pelo PAS e está tudo bem com ela. Podem ver!
Depois de abraçá-la, o ex-prefeito se despediu, dizendo:
- Que prazer encontrá-la, minha linda! Fico feliz que a senhora esteja viva...
Editorial
A VAGA QUE RESTA
Perdurou o movimento de ascensão de José Serra (PSDB-PMDB) e de queda de Ciro Gomes (PPS-PDT-PTB) detectado na pesquisa do Datafolha de 30 de agosto. Dez dias depois, o instituto voltou a campo e constatou, como o leitor poderá acompanhar nesta edição, que o presidenciável tucano isolou-se na segunda colocação, tendo atingido 21% das intenções de voto. Já o da Frente Trabalhista caiu e, além de ter perdido a vice-liderança, agora está com 15%, empatado tecnicamente com Anthony Garotinho (PSB) -que ganhou quatro pontos e aparece com 14%. Luiz Inácio Lula da Silva (PT-PL) ampliou a sua liderança e, com 40%, está praticamente garantido no segundo turno.
Impressiona o ritmo da queda de Ciro Gomes na preferência do eleitorado. Ele perdeu, num lapso de tempo pouco superior a três semanas, quase metade dos 27% de intenções de voto que detinha em 15 e 16 de agosto. A mudança na linha de campanha (Ciro passou a defender-se dos ataques tucanos e a contragolpear o governista) parece que não foi capaz de conter a deterioração na imagem do ex-governador do Ceará.
Esse aspecto está ilustrado no comportamento da taxa de rejeição ao candidato da Frente Trabalhista. Em meados de agosto, ela era de 17%, bem menor que a de seus outros três concorrentes diretos; agora, no início da segunda semana de setembro, já atinge 34%, a mais alta entre os quatro principais pleiteantes.
José Serra reconquistou o patamar que havia ocupado nas pesquisas entre meados de março e o início de julho. E logrou fazê-lo justamente na reta final da corrida pelo Planalto. Serra detém o maior tempo na propaganda no rádio e na TV, e sua equipe já deu mostras de saber usá-lo com competência. Esses elementos dificultam as estratégias de seus adversários para tentar ultrapassá-lo.
O candidato do governo leva, teoricamente, vantagem na disputa pela segunda vaga no segundo turno. Mas nada impede que ocorra uma nova reviravolta nesses dias que faltam para o 6 de outubro. Nem Ciro Gomes nem Anthony Garotinho podem ser considerados fora do jogo.
Topo da página
09/10/2002
Artigos Relacionados
Receita quer dados da CPI para investigar clube petista
PT deixará Clube da Cidadania
CPI ouve doadores do Clube da Cidadania
Empresários desmentem Clube da Cidadania
Livros do Clube da Cidadania são irregulares
Diógenes acaba com o Clube da Cidadania