Líder do DEM diz que abstenções do último julgamento decidirão futuro de Renan



Para o senador José Agripino (RN), líder do Democratas, o que definirá o futuro político do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) serão os votos dos seis parlamentares que se abstiveram durante a votação em Plenário do projeto de resolução do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que estabelecia a perda de mandato do senador por quebra de decoro por ter supostamente recorrido ao funcionário de uma construtora para pagar contas pessoais. Agripino acrescentou que, em sua opinião, os seis senadores eram todos do Partido dos Trabalhadores.

Nesta terça-feira (4), os senadores apreciarão em Plenário o projeto de resolução do Conselho de Ética que recomenda a perda de mandato do senador Renan Calheiros por quebra de decoro parlamentar por ter utilizado terceiros para adquirir veículos de comunicação em Alagoas.

- Se os seis votos pela abstenção se transformarem em votos pela condenação, a classe política se recupera e a imagem do Senado cresce, porque ficam iguais os resultados do Conselho de Ética e do Plenário, ainda que com voto fechado. Se, por ventura, esses votos migrarem para a absolvição, ficará claríssimo que houve um 'acordão' entre o Palácio do Planalto e o PMDB: troca de votos pela prorrogação da CPMF por votos pela absolvição de Renan - disse Agripino.

Na opinião do senador, a realização de tal hipótese configuraria um "desastre para o Senado". Ele disse esperar que a instituição "se redima" e que passe na "prova de segunda época". Ele preferiu não arriscar um placar.

Em relação à proposta de emenda à Constituição que prorroga a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira até dezembro de 2011 (PEC 89/2007), Agripino negou que os senadores do Democratas tenham mudado de estratégia ao desistirem de atrasar o processo de apreciação da matéria. Segundo ele, a velocidade da votação, de acordo com a tática do partido, será baseada na "avaliação diária dos fatos, das circunstâncias e dos votos".

- A verificação dos votos será feita até o último momento, e, nos últimos momentos, até de hora em hora, porque temos a consciência de que o governo utilizará de todas armas de que vai dispor, inclusive das indefensáveis e inconfessáveis - disse.



03/12/2007

Agência Senado


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