LOBÃO CONDENA PROPOSTA DE SUPLICY DE CRIAR CPI DA TELEBRÁS



Em nome da liderança do PFL, o senador Edison Lobão (MA) condenou, nesta terça-feira (dia 25), a proposta do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) de instalação de uma CPI para investigar denúncias da participação de autoridades na privatização do sistema Telebrás, afirmando que o presidente da República não cometeu nenhum delito para ser investigado. "Quanta facilidade se tem neste país para se iniciar uma crise de grande invergadura como a que propõe a oposição", comentou. O senador disse que o Brasil precisa de uma oposição construtiva e não "destrutiva dos valores nacionais", manifestando a sua crença em um regime democrático onde haja oposição forte, "mas responsável". Para ele, o que se quer com essa proposta "é pôr para fora o presidente da República".- O líder da oposição apresenta o presidente da República como se ele tivesse cometido um delito, tipifica, julga e quase pune. A punição viria com a CPI. Onde está o delito a não ser na mente da oposição? O presidente, pelo que aqui se diz, não cometeu nenhum ato indigno, nenhum delito, ele não é portanto passível de nenhum punição. Não sou contra as CPIs, mas não posso apoiar uma CPI que não vise outra coisa senão o escândalo, senão provocar crises institucionais - afirmou Edison Lobão. Ele elogiou a liderança de Suplicy, mas disse que "certos líderes e certos partidos não conseguem viver senão no epicentro das crises". Para o senador, Suplicy leu na Folha de S. Paulo uma reportagem que "nada tem de profundo e, apressadamente, horas depois da publicação de um diálogo gravado criminosamente, já propõe uma comissão parlamentar de inquérito". Lobão salientou que a CPI é um instrumento da democracia usado em geral pela oposição em ocasiões de gravidade para o regime democrático, mas observou não é o que ocorre no momento. Para ele, o que a oposição faz propondo a criação de comissões parlamentares a todo momento é "desmoralizar o instituto da CPI". Lobão explicou que leilão não é licitação e que seu funcionamento se dá com a venda de alguma empresa estatal pelo preço maior. "O que fazia o governo através do BNDES era procurar meios e modos para vender o patrimônio nacional pelo melhor preço possível. O governo teria sido negligente se não procurasse competidores para as estatais", defendeu. De acordo com o senador, nas privatizações brasileiras os valores foram "substancialmente elevados exatamente pela responsabilidade do governo".

25/05/1999

Agência Senado


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