SUPLICY PROPÕE INSPEÇÃO DO TCU NA AVALIAÇÃO DA TELEBRÁS



Diante do que classificou como "enormes discrepâncias entre as avaliações apresentadas para a privatização da estatal pelo ex-ministro Sérgio Motta e pelas empresas que auditaram esse valor recentemente", o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) apresentou requerimento hoje (dia 30) para que o Tribunal de Contas da União (TCU) realize, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), uma inspeção seguida de tomada de contas especial sobre a avaliação que determinou o preço mínimo de venda da Telebrás.

A avaliação da empresa foi realizada pelos consórcios A (Arthur D. Little, Coopers & Lybrand e Deloitte & Touche Corporate Finance) e B (Arthur Andersen e Salomon Brothers), que estabeleceram o preço mínimo de R$ 11,3 bilhões e R$ 10,7 bilhões, respectivamente. O governo estabeleceu o preço mínimo de R$ 13,47 bilhões, com ágio de 20% em relação ao valor do consórcio A e de 25% em relação ao do B. O leilão da Telebrás está marcado para o próximo dia 29 de julho.

- Ainda na tarde de hoje, vou procurar o ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, para saber se ele tem alguma objeção a este requerimento. Ressalto que este requerimento não susta o leilão programado. Já falei com o nosso candidato, Luiz Inácio Lula da Silva, e ele me disse que se a inspeção encontrar um valor aproximado ao apresentado pelo BNDES, será o primeiro a reconhecer o preço mínimo - revelou o senador.

O requerimento pede que o TCU faça um acompanhamento de cada fase do processo para esclarecer quais foram os critérios e a metodologia utilizada na avaliação e na composição do preço mínimo de cada empresa do sistema Telebrás, além dos parâmetros adotados para a telefonia fixa, a telefonia móvel, a telefonia móvel celular e a telefonia de longa distância.

Suplicy ainda solicitou ao presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães, que promovesse o necessários entendimento entre o governo e a oposição para que o requerimento pudesse ser votado antes do recesso parlamentar. ACM explicou que o requerimento terá o tratamento previsto no regimento interno e que as próximas sessões estão destinadas à votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e que, uma vez votada, encerram-se os trabalhos do Congresso Nacional.



30/06/1998

Agência Senado


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