Lula alcança 58%; Serra tem 32%









- Lula alcança 58%; Serra tem 32%

- A duas semanas do segundo turno das eleições, o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, tem 58% das intenções de voto e aparece 26 pontos percentuais à frente de José Serra (PSDB), que contabiliza 32%, revela o Datafolha.

Os indecisos somam 6%, e os que pretendem votar nulo estão em 4%. Se consideradas as simulações de segundo turno realizadas pelo Datafolha desde dezembro de 2001, a atual diferença é a maior já atingida entre os candidatos na eleição.

Nos votos válidos, em que são excluídos os votos nulos e brancos e divididos proporcionalmente os indecisos Lula tem 64%, e Serra, 36%. Na apuração oficial do primeiro turno, o petista recebeu 46,44%. O tucano, 23,20%.

A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. De acordo com a pesquisa, os eleitores de Anthony Garotinho (PSB) e de Ciro Gomes (PPS) estão divididos igualmente entre Lula e Serra.

Apesar de os dois candidatos derrotados já terem anunciado apoio formal ao petista, Serra obtém 42% entre os que votaram em Garotinho, contra 41% de Lula. Já entre os eleitores de Ciro, tanto o petista quanto o tucano obtêm 42% dos votos.

O Datafolha mostra que Fernando Henrique Cardoso mais tira votos do que dá - 45% afirmam ser indiferente à posição do Presidente, enquanto 36% dizem que não votariam no candidato de FHC, e 13% apoiariam-no. (pág. 1 e cad. Eleições 2002)

- A disputa no horário eleitoral gratuito recomeça amanhã com ataques mais contundentes de José Serra (PSDB), que precisa transpor a barreira de 26 pontos que o separa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O tucano não deve fazer ataques pessoais, atendo-se à linha de críticas a administrações petistas e desafios para o debate. Em menor nível de agressividade, Lula também deve elevar ataques. (pág. 1 e cad. Esp. pág. 2)

- Os principais programas sociais de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Serra (PSDB), com seus custos estimados em dezenas de bilhões, têm font

es de receita incertas ou indefinidas para os próximos quatro anos, informa Gustavo Patú.
Todos dependem de um aumento das exportações, forte redução dos juros e crescimento econômico anual de 4,5% ou mais, em média, por todo o mandato. (pág. 1 e cad. Esp. pág. 4)

- O presidente Fernando Henrique Cardoso tem dito a interlocutores que a eventual vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocará o País numa fase de privação financeira por dois anos, relata Josias de Souza.

Na avaliação de FHC, a retomada dos investimentos estrangeiros só virá se Lula aplicar na prática o novo discurso moderado. Se o PT radicalizar, os recursos se reduzirão.

O Presidente não fala, em suas conversas, sobre a responsabilidade de seu Governo na crise.
Ele considera Lula franco favorito na disputa e avalia que, apesar de haver chances de virada para José Serra (PSDB), elas são escassas. (pág. 1 e cad. Esp. pág. 5)

- O medo que investidores estrangeiros têm de levar um calote não se restringe ao Brasil. Alertas de instituições de avaliação colocam na lista de "alto risco" países como Israel, Indonésia, Argentina e Turquia.

Tailândia, Índia, China, Malásia, Filipinas e Venezuela são classificados como "vulneráveis". Relatório do American Express Bank mostra preocupação com o endividamento desses governos.
O temor é que não consigam pagar as dívidas em um cenário econômico desfavorável. O mercado pode reagir com ataques especulativos, o que aumentaria o risco de haver mesmo um calote. (pág. 1 e B1)

- No saldo da semana entre o primeiro turno e o reinício da propaganda eleitoral gratuita na TV, amanhã, uma coisa é certa: a onda vermelha continua forte, e a azul e amarela não parece ameaçar.

O PT conseguiu com razoável sucesso reunir as oposições em torno de Lula. Estão lá as fotos para comprovar que Ciro, Garotinho, PDT, PPS e PSB fecharam com o petista.
De quebra, o PT tampou o nariz e colheu todos os "vermelhos de raiva" - ACM, os Sarney, o PMDB de Newton Cardoso, o PTB que foi governo durante sete anos e oposição, de fato, no ano da campanha.

Já FHC e José Serra deram um duro danado, acionando líderes, governadores, partidos, mas nem por isso conseguiram reunir todos os cacos da velha aliança governista para sustentar a candidatura tucana. (Eliane Cantanhêde, pág. A2)


Colunistas

PAINEL

O PT deve anunciar "medidas" nesta semana para acalmar o mercado financeiro e evitar nova onda de "terrorismo econômico" contra a candidatura de Lula. Teme-se que o dólar suba ainda mais no dia 17, quando vencem mais de US$ 5 bi em títulos do Brasil no exterior.

  • Uma das medidas estudadas pelo PT é divulgar os nomes do presidente do Banco Central e do ministro da Fazenda em eventual governo Lula. O candidato, no entanto, não gosta muito da idéia. Acha que pode passar a impressão de que se sentou na cadeira antes do tempo. (pág. A4)


    Editorial

    A LARGADA

    Não há propriamente surpresa nos resultados da pesquisa Datafolha para Presidência que este jornal publica hoje. Tendo ficado próximo da vitória já no domingo, tendo obtido o dobro de votos do segundo colocado e tendo permanecido na semana que passou em plena exposição na mídia, era de esperar que a primeira pesquisa indicasse o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, bem à frente do presidenciável do PSDB, José Serra. (pág. A2)


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    10/13/2002


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