Lula vai a 61%; Serra mantém 32%








- Lula vai a 61%; Serra mantém 32%

- Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu de 58% para 61% das intenções de voto na corrida presidencial e ampliou de 26 para 29 pontos a vantagem sobre José Serra (PSDB), segundo pesquisa Datafolha na sexta-feira. Serra manteve 32%.

A subida de Lula ocorre ao final da primeira semana do horário eleitoral do segundo turno, em que Serra elevou os ataques ao petista. Nos votos válidos, sem contar os nulos ou em branco, Lula foi de 64% para 60%; Serra, de 36% para 34%.

O apoio de Anthony Garotinho (PSB) e Ciro Gomes (PPS) ajudou Lula. Entre os eleitores de Garotinho, ele subiu sete pontos; entre Ciro, seis.

O petista tem a maior vantagem no Sudeste e no Nordeste: 33 pontos em cada região. No Norte/Centro-Oeste, ele ganha por 20 pontos; no Sul, por 22.

A avaliação do presidente Fernando Henrique Cardoso melhorou: 26% disseram que consideram seu governo ótimo ou bom, contra 23% na semana anterior. (pág. 1 e cad. Especial, pág. 1)
- O apresentador do SBT Gugu Liberato obteve uma concessão de TV durante a campanha para o primeiro turno, informa Elvira Lobato. Segundo advogados, a operação é irregular porque Gugu desrespeitou prazo legal para o negócio.

Antes da concessão, o presidente do PSDB paulista, Edson Aparecido, foi com Gugu a audiência com o ministro Juarez Quadros (Comunicações).

Gugu diz que o negócio é legal e nega que o fato de estrelar o programa eleitoral tucano tenha influenciado. Já o ministro afirma que pediu parecer da consultoria jurídica do ministério sobre o caso. (pág. 1 e cad. Especial, pág. 3)

- O PT tem enviado cartas a pessoas cadastradas em programas sociais, habitacionais e educacionais da prefeitura de São Paulo, administrada pela petista Marta Suplicy, para pedir votos por Luiz Inácio Lula da Silva e José Genoino.

O partido diz que o cadastro partiu dos movimentos sociais ligados ao PT, e não da prefeitura. Mas os petistas não revelam quais são essas entidades.

Em Campo Grande (MS), coordenadores do programa de distribuição de cestas básicas do governo, do PT, têm feito reuniões com moradores para pedir votos para Lula e Zeca do PT. (pág. 1, cad. Especial, pág. 4 e 5)

- A privatização das teles, em 98, permitiu mais que dobrar o número de telefones fixos no País e elevar em 287% o de celulares. No setor elétrico, privatizado a partir de 95, a era FHC foi marcada pelo racionamento, que durou nove meses.

Para a equipe de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as agências reguladoras devem ter sua ação fiscalizada por um conselho deliberativo. Para a de José Serra (PSDB), deve crescer a participação da sociedade nas agências. (pág. 1 e cad. Especial, pág. 10 e 11)

- (Caracas) - A crise política que paralisa a Venezuela provocou forte deterioração da economia e da qualidade de vida da população, que há três décadas era uma das mais prósperas e menos desiguais do continente.

O atual cenário é causado por fatores políticos, como o golpe frustrado de abril, as sucessivas greves para derrubar o Governo e ataques de Hugo Chávez aos empresários. Amanhã haverá nova paralisação para forçar a saída do presidente. Chávez disse não temer tentativa de golpe. (pág. 1 e A13)

- A desvalorização do real levou os camelôs a trocar os produtos contrabandeados por mercadorias produzidas em fábricas de fundo de quintal de várias partes do Brasil. Caiu o contrabando, mas ainda existem a pirataria e a evasão fiscal.

Na "feirinha da madrugada", na rua 25 de Março, em São Paulo, camelôs vendem produtos para outros ambulantes ou lojistas, na versão brasileira de Ciudad del Este. (pág. 1, C1 e C3)
- Após oito anos de combate à correção monetária, a indexação da economia deve voltar com força ao País em 2003.

De um lado, os preços e contratos ainda indexados herdarão o impacto da disparada do dólar, sobretudo os atrelados à moeda americana ou a índices como o IGP-M, muito influenciado pelo câmbio. A alta atual dos preços já leva setores mais informados a se abrigar na correção monetária. (pág. 1 e B1)

- Com a eleição claramente se definindo pró-Lula, é hora de algumas reflexões sobre o processo, em especial sobre o segundo turno.

Cientistas políticos, historiadores e sociólogos dos dois lados consideram "um luxo" ter Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e José Serra, do PSDB, na final de uma eleição presidencial no Brasil. Ambos têm história, partidos, aliados, estofo político.

Eleições são aguerridas. Num segundo turno, nem se fala. E o erro que se comete hoje é o de recuperar o maniqueísmo de 1989. O mundo não é mais o mesmo, o Brasil também não, nem José Serra é Fernando Collor, e até Lula não é mais o mesmo. (...) (Eliane Cantanhêde) (pág. A2)


Colunistas

PAINEL

A cúpula do PT já começou a procurar ministros de FHC a fim de preparar a eventual transição. Em nome de Lula, fizeram contatos com Paulo de Tarso (Justiça) e Paulo Renato (Educação). Conversaram também com o alto escalão da Saúde, do Trabalho e da Previdência.

  • A intenção dos petistas é saber a situação de cada órgão, seus projetos prioritários e os recursos necessários para viabilizá-los. Com os dados na mão, o partido irá decidir como se posicionar na votação do Orçamento do próximo ano.

  • José Serra (PSDB) reclamou com seus assessores por terem aceitado as regras do debate da TV Globo, a ser realizado na próxima sexta. Para o presidenciável tucano, a ausência de perguntas diretas entre os dois candidatos só beneficiará Lula (PT). (pág. A4)


    Editorial

    DIAS DE DECISÃO

    A uma semana do pleito que vai eleger o sucessor de Fernando Henrique Cardoso - e após uma semana de campanha nas ruas, no rádio e na TV -, o quadro eleitoral permanece francamente favorável a Luiz Inácio Lula da Silva. A pesquisa Datafolha que este jornal publica hoje indica que a vantagem do petista sobre José Serra, que era de 26 pontos percentuais na semana passada, aumentou mais três pontos. Se a chance de Serra reverter o favoritismo de seu adversário já era pequena há sete dias, agora é remota. (...) (pág. A2)


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    10/20/2002


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