Mário Couto quer paralisar votações até que a Câmara aprecie projetos que beneficiam aposentados



Em discurso nesta terça-feira (6), o senador Mário Couto (PSDB-PA) propôs que os senadores não votem qualquer matéria em Plenário até a Câmara dos Deputados apreciar os projetos que beneficiam aposentados e pensionistas em tramitação naquela Casa.

Ele se refere a projetos já aprovados pelo Senado e enviados à Câmara, como o que acaba com o fator previdenciário (PLS 296/03),e a emenda do senador Paulo Paim (PT-RS) ao projeto (PL 01/07) que reajusta aposentadorias e pensões pelo mesmo índice do salário mínimo.

- Nós vamos fazer aqui um boicote para não votar mais nenhuma matéria. Vamos convocar os aposentados para vir às galerias, viverem aqui trinta, quarenta, sessenta dias a pão e água. Não se quer nada se não o direito dos aposentados - disse.

Em apartes, os senadores Papaléo Paes (PSDB-AP), Paulo Paim e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) apoiaram a reivindicação do colega.

Papaléo disse que a Câmara dos Deputados tem obrigação de apreciar essas matérias, aprovadas por unanimidade no Senado. Ele lembrou que o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) também propôs a interrupção dos trabalhos do Senado por meio de sucessivos pedidos de verificação de quórum em qualquer votação no Plenário da Casa.

Para Mozarildo, a demora na apreciação dessas matérias pela Câmara dos deputados deve-se ao fato de vários parlamentares "serem submissos a cargos públicos, concedidos pelo governo federal nos seus estados ou na alta esfera do Executivo". Ele disse que os eleitores devem prestar atenção nisso quando forem votar nas eleições de outubro deste ano.

- É importante que o eleitor observe isso: os deputados que não querem votar a favor dos aposentados. Então, para que mandar de volta esses mesmos parlamentares? E por que eleger alguns semelhantes a eles? A hora da limpeza é agora! Em 2010, daqui a 179 dias - afirmou Mozarildo.

Mário Couto acrescentou que o Poder Executivo "faz o que quer" no Congresso Nacional porque vários parlamentares "dobram joelhos" e não são independentes.

- Se nós fizermos uma greve de fome aqui, vamos acabar como os cubanos: vamos morrer de fome e eles não votarão o projeto dos aposentados - ironizou Mário Couto.



06/04/2010

Agência Senado


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