Mozarildo critica atuação das ONGs



A crescente intervenção das Organizações Não Governamentais (ONGs) estrangeiras no tratamento da questão ambiental tem impedido iniciativas que poderiam auxiliar no crescimento econômico do país. A opinião é do senador Mozarildo Cavalcanti (PPS-RR), que condenou o -radicalismo ambiental- pregado por essas organizações e estranhou também a -excessiva concentração- das ações dessas entidades nos temas ambiental e indigenista, em detrimento dos demais problemas do país, como a pobreza e o desemprego.

- A carga ideológica anti-desenvolvimentista do ambientalismo radical, presente nas ações de muitas ONGs, vem solapando nosso crescimento econômico. A penetração dessa ideologia é intensa e se dá sem a necessária oposição. O bloqueio e retardamento de obras de interesse da população e do desenvolvimento causado por essa posição impedem que o país cresça e prospere - enfatizou Mozarildo.

Para o parlamentar, esse tipo de intervenção torna-se ainda mais grave pelo fato dessas entidades tentarem moldar a legislação ambientalista do Brasil, atuando não apenas no campo ideológico, mas também impondo seu poderio econômico. Segundo informou, essas ONGs estrangeiras sustentam financeiramente várias ONGs brasileiras que -acabam amplificando a pregação anti-crescimento-.

Mozarildo observou ainda que a ideologia que essas entidades tentam passar foi originada em países ricos, que já atingiram o pleno desenvolvimento.

- É uma pregação que não nos serve. O Brasil precisa, e muito, crescer, fazer justiça social, criar riqueza. Tudo isso, cuidando do meio ambiente, sim - observou.

Excetuando desse contexto as ONGs que desenvolvem um bom trabalho de apoio social e científico à população, Mozarildo contou que funcionam hoje no Brasil cerca de 250 mil ONGs, entre nacionais e estrangeiras. O problema, advertiu, é que essas entidades não estão sujeitas a nenhum tipo de legislação reguladora ou fiscalizadora de suas ações.

- Nós elaboramos um relatório que mostra o grau de irregularidade e de ingerência com que essas ONGs atuam, inclusive indicando algumas, como a Associação Amazônia, comprovadamente irregular - afirmou o senador, lamentando que o relatório final e o projeto da CPI que apurou o funcionamento das ONGs e da qual foi presidente não tenham sido aprovados pelo Senado.

O senador Paulo Octávio (PFL-DF) solidarizou-se com as preocupações do senador Mozarildo Cavalcanti e disse que solicitará um levantamento para saber se existem ONGs atuando irregularmente no âmbito do Distrito Federal.



22/08/2003

Agência Senado


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